Capitulo 9- A camponesa no palácio

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Elizabeth

 Daniel já estava lá no carro preto, cujo bancos, ficavam virados um de frente para o outro. O Sr. Williams estava sentado no banco de frente para Daniel e apontou o lugar ao lado de seu filho para que me sentasse. Estreitei os olhos, mas me sentei. Daniel nem mesmo olhava para frente, mas sim para a janela ao seu lado. Fiquei imaginando a expressão de desgosto em seu rosto  e que ele devia estar odiando a ideia de se casar comigo,tanto quanto eu a odiava também.

  Quando o carro começou a se mover  lentamente para a First Avenue em direção ao rio Harlem, que ficava para o lado contrário do hotel em que eu estava hospedada. O Sr. Williams olhou para o meu rosto que apontava para uma janela e para o rosto de Daniel que olhava para a outra, e suspirou. 

 _ Você conhece minha proposta Elizabeth, mas preciso lhe informar melhor sobre os benefícios que serão consequência do casamento. Daniel já concordou com os meus termos, agora preciso de seu consentimento._ Ele sorria de um modo gentil, mostrando suas poucas rugas para um homem de sua idade. Olhei para ele desdenhando-o.

_ Você conhece minha resposta senhor Williams. _ Falei secamente, mesmo precisando desesperadamente de apoio, meu orgulho era maior. Preferia ser independente e pobre, do que dependente e rica como Daniel. Nós éramos o completo oposto.

 _ Pode me chamar de Nedd, Elizabeth. Sei de seus planos, ou pelo menos os deduzi minha cara. Você estudou em uma faculdade de administração, sendo a melhor da turma.Perdeu os pai que eram professores em Oklahoma, seu primeiro emprego foi muito jovem e você o conciliava com a faculdade._ Ele sorriu diante de meu espanto. Ele era realmente perigosamente influenciável e com toda certeza, faria com que nunca mais achasse um emprego se não aceitasse sua proposta._ Você sonha em comandar uma empresa, case-se com Daniel e comandará uma das empresas mais poderosas do mundo. Sei que deve ser difícil para você receber algo tão grande e tão rapidamente, mas não se precipte Elizabeth, é uma chance que não se repetirá._ Olhei para Daniel que olhava para o pai tão surpreso quanto eu. Ele não devia esperar palavras pronunciadas tão gentilmente, ou proposta tão formidável. Será que eu poderia mudá-lo? Fazê-lo deixar de ser apenas um garoto mimado e transformá-lo em um homem de verdade? Seria um belo desafio, talvez o suficiente para abrir mão de meu orgulho tão indestrutível. 

 _ Você tem razão Nedd, por que não?_ Vi um sorriso modesto se abrir no rosto do Sr. Williams e Daniel ficou boquiaberto, com certeza não esperava por aquela resposta. Contraria-lo foi algo realmente esplêndido._ Aceito o casamento. 

 Daniel

Contava cegamente com a teimosia daquela garota. Acreditava que ela seria burra o bastante para abrir mão do casamento e da empresa em nome do orgulho. Esse foi o meu erro, subestimá-la. Ela era tão gananciosa quanto eu? Pensei que fossemos o completo oposto, mas talvez ela seja mais parecida comigo do que eu imaginava.

 _Onde fica a sua residência Srta. Jones?_ Meu pai perguntou a Elisabeth.

 _ Não tenho uma casa, estou hospedada em um hotel no Bronx._ Ela disse aquilo sem nem um pingo de vergonha. Parecia não se importar em morar em um hotel. Meu pai, por incrível que pareça, pareceu não se importar também. 

 _ Escutou a garota Jared, vamos para o Bronx.

 Jared, o motorista, deu meia vota com o carro e fomos para o Bronx rapidamente, com Elizabeth guiando-o até o Hotel de segunda em que estava. Me mantive em silêncio durante todo o tempo. Pensava em como seria minha vida daqui para frente. Com certeza mudaria bastante, só sairia com garotas longe das câmeras, pois elas me seguiriam feito galinhas atrás do milho depois do meu casamento. Elizabeth não ia querer ser minha "Mulher de verdade", isso significa que as partes boas do casamento estavam deletadas. Suspirei. Ela não era de uma beleza incrível como as modelos com quem eu saía, mas sua sensualidade era incontestável. Sorri de lado com meus pensamentos. 

 Elizabeth saiu do carro para pegar as malas no hotel e Jared foi ajudá-la, deixando eu e meu pai sozinhos no carro. 

 _ Daniel, vocês se casarão amanhã pela tarde._ Ele falava isso calmamente, mas eu arregalei os olhos. 

 _ Amanhã á tarde? Nós mal nos conhecemos! Acho que o senhor poderia nos dar um tempo maior!

 _ Você já sabe que ela é uma ótima garota, determinada e bela. Além disso, preciso que vocês se casem o mais rápido possível para que possa incluí-la no testamento e retirar o seu irmão._ Meu pai falou aquilo em um tom lamentavelmente triste._ Depois disso vocês terão bastante tempo para se conhecerem na lua de mel em Paris, depois vocês irão para as savanas na África e por fim, para as praias do Caribe. 

 _ Você sabe que não somos um casal de verdade não é pai? 

 _ Talvez ainda não Daniel, mas já está tudo pago. Não há como voltar atrás. _ O velho sorriu de uma forma que tive certeza de que ele havia planejado tudo antes. Pouco tempo depois, Jared e Elizabeth voltaram com as malas e as guardaram. Ela estava com uma expressão descrente e meio anuviada. Senti que queria vê-la assim mais vezes. Desligada dos problemas. 

  Elizabeth

  Depois que peguei minhas malas, fomos para o apartamento de Daniel segundo o Sr. Williams. Quando chegamos a fachada do prédio, não acreditei no que via. Um prédio de vinte andares, com um apartamento por andar, sendo que o maior era o da cobertura por possuir uma piscina. O de Daniel era justamente o da cobertura. 

 Quando Jared foi me ajudar com as malas, Daniel o disse que não precisava e pegou-as de suas mãos. Vi Nedd Williams sorrir dentro do carro. O carro se foi, deixando eu e Daniel sozinhos na porta do prédio. Ele segurou as mala, uma em cada mão e foi em direção a portaria, eu logo atrás. Confesso que estava um pouco assustada, pois agora éramos só eu e ele. Aquilo era assustador.

 _ Daniel Williams. _ Ele falou quando pediram-lhe a identificação_ A garota está comigo.

 _ Precisa de ajuda com as malas Sr. Williams?

 _ Não, só quero ir para o meu apartamento. _ Ditas aquelas palavas arrogantes, o portão se abriu e Daniel entrou, indo diretamente para o elevador, o segui com minha bolsa pendurada em um dos ombros. 

 Subimos até o vigésimo andar em silêncio. Daniel olhava para os pés, com os braços cruzados e os olhos fechados e eu olhava para ele. Se me dissessem que dormiria sobre o mesmo teto que Daniel Williams um dia atrás, acharia uma ideia completamente absurda, mas agora aquilo era real.

 As portas do elevador se abriram diretamente para o apartamento dele e confesso que nunca vi nada tão incrivelmente luxuoso em toda minha vida. Janelas de vidro translúcido, se abriam para uma área com uma piscina enorme com as laterais de vidro, sendo que quem passava na rua podia enxergar a água. Uma sala ampla com móveis pretos e acinzentados luzes embutidas, mesa de centro de vidro, cerâmicas grandes e brancas de mármore brilhante... 

 Daniel olhou para minha expressão maravilhada e sorriu. 

_ E a pobre camponesa, chega ao palácio. 

Presos por um contratoOnde histórias criam vida. Descubra agora