Capítulo 5 - Um garoto mimado e emocionalmente instável

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 Daniel

Deitei na cama de enorme cama de casal com dossel do quarto em que estava hospedado. Não queria mais ser incomodado, mesmo que fosse por alguma funcionária de meu pai que adorava provocar para deixá-lo irritado. Ele dizia: "Pelo amor de Deus Daniel! Você não é mais um adolescente, já tem vinte e seis anos!" Como se dizer isso, fosse mudar algo em mim. 

 Fechei os olhos, não querendo mais sair daquela cama o dia todo. Era muita coisa para absorver: a doença de meu irmão, a indiferença do meu pai quanto as minhas vontades, o cargo de presidente na Empresa e o casamento... Por que eu tinha que me casar? Ficar preso a uma só mulher para o resto da vida, era uma ideia horrível! O velho só queria me ver ferrado, pois ele mesmo era divorciado de minha mãe e comandava a empresa do mesmo jeito. Eu nunca quis a maldita Empresa, mas se quisesse continuar vivendo como estava, teria de abandonar a boa vida de solteiro e vestir terno e gravata todos os dias para ficar enfurnado em uma sala!

O telefone começou a tocar insistentemente e atendi sem olhar o número.

 _ Daniel! Onde você está? O tempo está correndo e se não voltar logo para acertarmos tudo sobre o contrato de casamento, você será retirado do testamento!_ O velho estava realmente nervoso, mas não mais que eu. Não podia fazer nada, que ele sempre ameaçava a mesma coisa! Queria tirar tudo de mim? Que tire!

_ Tire, pode me tirar do maldito testamento e me mande morar debaixo de uma ponte! O máximo que vai acontecer é que você ficará sem herdeiro algum para sua amada empresa, Sr. Williams!_ Eu berrei no telefone desliguei sem esperar resposta. Já estava farto de tudo aquilo. Ele me tratava como uma inútil marionete!

 Levantei da cama e comecei a atirar na parede tudo o que via pela frente. Vasos de vidro carissímos e móveis de madeira viraram estilhaços. Que se dane! Meu pai merecia muito mais que isso! De repente ouvi batidas na porta. Malditos empregados!


Elizabeth

Como não pude reconhecê-lo? O filho do dono do  Hotel Golden Palace, que trabalho há dois anos. Nunca tinha visto Daniel Williams pessoalmente, somente em revistas que meus amigos liam, mas julgava impossível não reconhecê-lo. Ele parecia mais um garoto frágil e emocionalmente instável de perto. Se James pudesse ler pensamentos estaria me reprovando sem dúvida.

 Nesse momento escutei um estilhaçar vindo da escuta de segurança que ficava nos corredores do Hotel. O som vinha da escuta do corredor em que Daniel estava. Estreitei os olhos ao ver, pelas câmeras, que o corredor estava vazio, mas o som continuava.

 _ James, fique aqui por um instante, vou ver o que está acontecendo no sexto andar. _ James entrou no balcão da recepção um pouco confuso sem saber do quê eu estava falando, pois ele não havia escutado o barulho, mas não fez perguntas. Subi de elevador rapidamente e quando parei no sexto andar, o estilhaçar de vidro era ensurdecedor. Vinha justamente do quarto ocupado pelo Sr. Williams. 

Bati na porta com os nós dos dedos o mais forte que conseguia para transpor o barulho. O som parou instantaneamente. 

_ Sr. Williams, o que está acontecendo?_ Falei tentando manter a voz calma. A porta se abriu rapidamente me assustando. Daniel estava vermelho como uma pimenta e parecia extremamente nervoso. 

 _ Não posso mais ter paz?  O que quer? Um autógrafo para suas amiguinhas suburbanas?_ Cerrei os dentes vendo o desdém na voz dele. Como disse, odiava esses filhinhos de papai que pensavam que o mundo lhes pertencia. 

 _ Só vim para verificar se estava tudo bem, ouvi estilhaços e um barulho terrível pela escuta e pensei que o Sr. estava sendo atacado ou...

 _ Escuta aqui sua empregadinha medíocre, esse hotel me pertence e eu quebro o que quiser! Por que não para de me encher e vai limpar o saguão do Hotel ou lavar umas privadas, talvez?! _ Ele riu com desdém estreitando os olhos.

Não aguentei. Isso já era humilhação demais. Eu não podia deixar que aquele idiota detestável me tratasse daquela forma.

 _ Quem você pensa que é seu desgraçado!_ Eu berrei e não vi mais nada, quando dei por mim estava batendo naquele homem com toda a minha força e fúria de uma mulher ofendida e com um temperamento nada fácil. Infelizmente, o merda começou a gritar me chamando de louca e segurando meus pulsos e em dois segundos James me segurava para não arrancar-lhe os olhos. 

 _ Vou mandar despedi-la sua maluca!_ Ele berrou antes de fechar a porta e me deixar lá fora boquiaberta e descabela, com o botão do uniforme arrancado deixando à amostra um pedacinho da minha lingerie. 

_Merda! O que foi que eu fiz? Meu emprego já era!

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