Presos por um contrato

Capítulo 14- Para o alto e avante!

Elizabeth

Entramos no avião e seguimos pelo corredor indo em direção à uma cortina azul escura que dividia a primeira classe da segunda. Eu não entendi o porquê deles dividirem um avião em duas classes, mas acabei entendendo depois que passei da cortina. As poltronas que eram postas em dupla, pareciam um pouco mais confortáveis que as da segunda classe e tinham poltronas acolchoados com um veludo vermelho. também tinham mini TV's acopladas e fones que pendiam na lateral do banco.

_São mesmo confortáveis_ sussurrei para mim mesma, enquanto me aconchegava na poltrona. Nunca havia viajado de avião, então, esperava qualquer coisa semelhante a uma montanha-russa. Já começava a sentir um frio na barriga antes mesmo de ele decolar.

_Você acha?_ Ele sussurrou de volta, com um sorriso sarcástico nos lábios._ Então espere só para ver a comida._ Daniel parecia relaxado, recostado na poltrona, como se viajasse de avião o tempo todo... Obviamente, era porque ele fazia o tempo todo mesmo. A simples menção de "comida" já me embrulhava o estômago.

_Ah, Daniel._Disse, tentando sair da posição tensa em que estava para conseguir ver o seu rosto. Ele apenas me olhou de soslaio. _Você ainda não me disse pra onde vamos.

_Vai saber quando o avião pousar_ Disse, sorrindo.  

_Que maravilha sequestrada pelo meu próprio marido._revirei os olhos e me ajeitei na cadeira, o avião começava a decolar e eu sentia minhas mãos suando frio. Olhei para Daniel, ele estava com a cabeça voltada para frente e a balançava de um lado a outro sorrindo.

O avião começou a se mover, tremendo um pouco, apesar da pista ser relativamente plana. Agarrei os braços da poltrona com tanta força, que podia ver os nós dos meus dedos esbranquiçarem. Olhei pela janela, do lado de Daniel, percebendo que o céu parecia mais próximo e as montanhas mais distantes. Mas já tínhamos decolado?! Daniel virou distraidamente o rosto na minha direção, entreabrindo os lábios com a intenção de dizer algo, mas apenas franziu o cenho, curioso. 

_Elizabeth, você está meio...pálida._Ele sorriu de canto, explicitamente tirando sarro da minha cara. Estreitei os olhos, ficando irritada com ele, mas não disse nada. Daniel deve ter percebido que eu realmente estava passando mal, porque o sorriso sarcástico sumiu de seus lábios e ele acenou, chamando a aeromoça. 

_ Em que posso ajudá-lo senhor?_Disse a aeromoça  se aproximando com o típico sorriso das aeromoças treinadas. 

_Ela está meio pálida, você poderia me trazer algo para ela? _ Pediu Daniel, retribuindo o sorriso. Eu sabia que quando sorria daquele jeito era irresistível... Quer dizer, eu era forte o bastante ara rebatê-lo, mas sabia que a, jovem e ingênua, mulher parada á nossa frente não teria armas contra aquilo. Ás vezes, eu pensava que Daniel não era totalmente culpado por atrair tantas mulheres. Parte da culpa ia para sua aparência de galã de Hollywood.

_ É a sua esposa? _Os olhos da aeromoça brilhavam de curiosidade. Eu tinha a nítida impressão que ela só queria saber aquilo para saber se teria chance com Daniel, levando em conta a maneira com que ela o olhava. 

_É sim... _respondeu Daniel sem hesitar e com firmeza. Fiquei surpresa pelo o que ele disse, ele já me reconhecia como sua esposa? Nem mesmo eu tinha aceitado totalmente esse fato, ainda não havia me acostumado.

_E isso importa?_ Perguntei, vendo o olhar de decepção em seu rosto ao receber a resposta tão imediatamente. Meu casamento era de mentira, mas era muita falta de profissionalismo da parte dela fazer perguntas como aquela e olhar Daniel daquela maneira. 

_De maneira nenhuma, Sra. Williams._Ela sorriu cordialmente. Como sabia nosso sobrenome, provavelmente conhecia Daniel e com certeza sua fama de mulherengo. Fiquei imaginando quantas mais garotas como aquela eu precisaria dar patadas. _Irei buscar algo para a senhora comer, com licença.