Capítulo 7: Ela se encaixa em meus padrões

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Elizabeth

Estava a vários passos de distância de uma empresa só minha, mas agora estava a um milhão de passos de distância. Com os meus poucos pertences naquele lugar, saí do hotel depois de me despedir de James, este ficando realmente infeliz com minha partida.

Precisava achar um novo emprego e rápido. Jorge era sustentado pela mãe até pouco tempo atrás, quando ela faleceu e ele foi morar com Jake. Jake era um ótimo cozinheiro, mas era pouco conhecido e trabalhava em um restaurante realmente deplorável. Mal conseguíamos nos sustentar e pagar o aluguel, mas agora que fui demitida, seríamos os três despejados do apartamento em que morávamos. Fui para casa, certa de que a deixaria aquela noite. Não poderia falar nada com Jake, porque certamente ele não aceitaria. Por isso, sairia antes que eles chegassem. Iria para um hotel barato, ou sei lá, arranjaria um novo emprego e daria a volta por cima naquela situação. 

 Cheguei no apartamento, fui rapidamente arrumando meus pertences que poderia levar nas mãos e tomei um banho. Poucos minutos depois já tomava um táxi para o Hotel Lavieir, o mais barato de Nova York. Paguei o motorista com os últimos dólares que tinha na bolsa. Ia ao banco o mais rápido possível.

Peguei um quarto no segundo andar com vista para um beco atrás de um prédio comercial. Ótimo, minha situação era uma droga. Coloquei as chaves no bolso do jeans, peguei minha identidade e a cópia extra de meu currículo. Não seria fácil achar um emprego em Nova York com a crise atual, mas eu não desistiria. Meu currículo era muito bom, pois sabia falar três línguas fluentemente e fiz curso de administração na faculdade de Oklahoma, estado onde nasci. 

Quando meus pais morreram, pobres e esquecidos, prometi a mim mesma que seria rica e famosa, não seria esquecida tão facilmente pelo mundo. Eu não tinha ninguém com quem contar. 

Saí do quarto e comecei a procurar empregos de cima para baixo de acordo com minha escala d importância. Comecei pela Fifth Avenue, mas como esperava, não encontrei emprego por lá. Rodei por todas as empresas e hotéis de Nova York, mas não havia empregos. O índice de desemprego estava muito alto naquela época e eu coloquei tudo a perder por causa de um garoto mimado.

Eu decidi de súbito o que iria fazer. iria voltar ao Hotel Golden Palace para reclamar os meus direitos e até mesmo exigir falar ao telefone com o famoso Sr. Williams. 

Daniel

Não me senti nem um pouco arrependido te ter feito aquela mulher perder o emprego, ela mereceu. Ninguém nunca me tratou daquele jeito e não seria uma qualquer que faria isso. Mas agora estava tudo bem, estava certo de nunca mais a veria de novo. O telefone de serviço do Hotel tocou e eu atendi satisfeito por eles decidirem em fim servir-me o almoço, mas tive uma bela surpresa.

_ Daniel, sou eu seu pai. Estou aqui para conversar com você._ A voz dele parecia calma e contida, não queria falar com ele, mas me sentiria um imbecil se não o fizesse.

Entrei no elevador respirando pesadamente, será que a única alternativa realmente era me casar? Se fosse isso o suficiente para manter minha fortuna, acho que valeria a pena. Teria de ser uma mulher espetacular, aquela que meu pai arranjasse para mim. 

No saguão de entrada, estavam meu pai e seu assessor, Peter. Caminhei até eles.

_ Eu aceito o contrato, desde que minha fortuna seja mantida. _ O velho levantou as sobrancelhas surpreso com minha decisão. 

_ Sua fortuna será mantida é claro, na verdade, ela aumentará porque você é o único herdeiro. Mas você terá de se casar com a mulher que eu escolher para você, tem que ser uma mulher que se encaixa em meus padrões._ Franzi os lábios. Mesmo já esperando por aquelas palavras, ainda me sentia estranho tendo que me casar com uma mulher que nem mesmo conheço. Meu pai abriu os lábios para continuar o discurso, mas nós ouvimos um barulho de vozes exaltadas vindas da recepção.

_ Eu não vou sair daqui até você me dar o número de telefone do Sr. Williams! Aquilo foi injusto, não tenho culpa do filho dele ser um babaca! Sr. Moore eu estou avisando!

"Não, aquela mulher de novo! Já não havia feito o suficiente para um dia? Queria arruinar meus planos também?" Ela segurava o telefone da recepção, com uma expressão realmente apavorante. Os cabelos castanhos ondulados caíam sobre os ombros e os olhos pareciam arder em chamas. 

_ Desculpe Sta. Jones, recebi ordens do Sr. Williams para despedi-la e não posso fornecer-lhe o telefone dele!_ Sr. Moore tentava pegar o telefone das mãos da mulher. Tinha que admitir que a cena era hilária. 

_ Eu lhe dei ordens Sr. Moore?_ Meu pai, como sempre, estragou aquela divertida cena. A Srta Jones, como havia sido chamada, arregalou os olhos olhando de meu pai, para mim e para o Sr. Moore, este com uma expressão apavorada.

_ Na verdade, Daniel me deu as ordens, mas disse que eram do senhor._ Sr. Moore abaixou os olhos como um cão fiel que era. Meu pai me encarou perguntando:

_ Por que deu essas ordens em meu nome Daniel? por que mandou despedir essa jovem no meio da crise econômica? 

Não acredito, no final sempre sobra para mim.

_ Ela literalmente me bateu pai, veio com tudo para cima de mim só porque eu quebrei alguns vasos do quarto. O que o senhor acha que impede dela fazer isso com outros funcionários?

 _ Se me permite dizer Sr. Williams, eu sou uma mulher que não gosta de não ser tratada com o devido respeito, coisa que faltou em seu filho. Ele me desrespeitou e só porque é famoso não vou deixá-lo tratar-me como uma qualquer. O senhor entende?_ Ela falava com um tom de voz sério e aquilo me indicava que eu havia perdido a briga. Droga, ela é pior do que pensei. Meu pai pareceu realmente condolente a história contada, me deixando boquiaberto. 

 _ O emprego é seu Srta. Jones, a senhorita me convenceu. Mas antes de comemorar, posso dar uma palavrinha com você?

 _ Pode me chamar de Elizabeth. _ Ela estendeu a mão para o meu pai que apertou sorrindo. Os dois saíram me deixando boquiaberto no saguão. Peter já começava as pesquisas sobre Elizabeth Jones. 






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