• Save Me | I'm Fine - Taekook

↳ Prólogo

᷼ᮬ︵۫۫۬᷼⏜ ❀⃘🌹⃘❀ ⏜۫۫۬᷼︵᷼ 𑂳

Meu nome é Kim Taehyung e eu gostaria de compartilhar com vocês a minha história.

Eu sou um beta, uma classe considerada inferior nessa sociedade de merda. Apenas Alfas e Ômegas tinham o direito de dar a palavra, o que nós pensávamos ou quiséssemos não importava, éramos inferiores e tínhamos que agir como tal.

Quando eu era criança, meus pais faziam de tudo para que eu não sofresse nas garras do mundo. Todos odiavam a gente, era como se fossemos a falha na matriz, um experimento que deu errado, a enfermidade do planeta. Eramos a praga e devíamos ser dizimados. Por sermos "escórias", qualquer coisa que fizessem contra nós, não era visto como um crime digno de punição.

A lei não era pra proteger Betas... Ninguém ligava para os Betas.

Foi em um desses casos fatídicos que meus pais perderam a própria vida. Não era porque estavam no lugar errado e na hora errada. Era apenas pelo simples fato de serem betas! Alfas idiotas, drogados e sem escrúpulos que faziam de tudo para saciar suas abstinências. Segundo eles, o plano era só assaltarem e ir embora, mas, quando perceberam que o casal ali não passava de "ratos de bueiro" atiraram sem dó e nem pena.

A minha vida tinha desmoronado quando meu pai não pôde cumprir a promessa de me ensinar a jogar bola com o nosso novo cachorrinho, Yeontan. E nem a minha mãe que me disse com todas as letras que iria preparar meu doce preferido: Mousse de maracujá recheado com chocolate. Naquele fim de tarde, só restava eu e Tanie, sentados no sofá, um ao lado do outro, em frente à janela, aguardando ansiosamente pela volta deles...

Esta que infelizmente nunca aconteceria.

Me lembro até hoje de quando Carla, a minha vizinha, que apesar de ser uma alfa, não concordava com a maneira que nós Betas eramos tratados, veio em minha procura, me abraçando. No momento eu havia ficado estático, mas retribui de bom grado, até eu notar que ela estava chorando. Suas palavras soando ternas apesar de serem as melhores possíveis para se tratar de uma tema tão "delicado" a se dizer sobre morte para uma criança.

— Taetae! Está vendo aqueles pontinhos reluzentes brilhando lá no céu? — Ela me questionou ao se ajoelhar na minha frente.

— São estelinhas, tia Carla!

— Estrelinhas, meu lindinho! E seus papais acabaram de se tornar uma delas — Ela comentou, me olhando nos olhos e apesar de ser novo com apenas cinco anos, já sabia o que aquela expressão significava.

— Mamãe já tinha me dito antes que meus avôs também haviam virado estelinhas.

— Sim, pequeno. E agora eles estão lá em cima, cuidando e zelando de você — Ela respondeu, afagando meus cabelos.

— Eu amo vocês papai e mamãe! E também amo vocês vovôs — Eu disse sorrindo olhando para o céu, vendo quatro estrelas um pouco juntas brilharem ainda mais naquela noite estrelada. Enquanto Carla chorava baixinho ao meu lado, ela sabia que agora eu estava sem parentes no mundo. Um coelho na toca do lobo, prontinho para ser devorado.