As Palavras Que Soam

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Intocáveis carruagens estavam nas ruas de toda Londres e vindas de todos os lugares, desde que o sol havia subido ao céu anunciando a nova temporada que viria, muitas famílias lotavam as pousadas e suas casas de veraneio.

Os Hill não eram diferentes, Jude e Rosetta vinham na mesma carruagem, o mais velho ficaria na casa de Edith por toda a temporada enquanto a sua filha do meio optou - por bem - que iria ficar na casa de sua mãe pelos arredores da cidade com sua dama de companhia, Cosette, que vinha na carruagem de trás.

- Rosetta? - A voz de seu pai cortou o ar fazendo a jovem erguer os olhos das mãos enluvadas sobre o colo e ficar mais ereta.

- Sim, papai? - Disse quase imediatamente num reflexo e encontrou aqueles olhos sérios nela, um arrepio cruzou sua espinha como se soubesse a conversa que viria a seguir.

Por um momento o senhor Hill ficara em silêncio mortal, contemplado com a visão de sua filha que remetia tanto a sua amada esposa falecida, um toque de calor quase irreconhecível surgiu em seus olhos negros.

- Você está exatamente como eu a conheci pela primeira vez... - Dor e saudade penetraram a voz do pai dela, uma rara amostra que por baixo de toda a rigidez ainda jaz um homem que não superou a perda da amada.

- Eu... estou? - Rosetta sentiu o coração parar por um momento, e não pode deixar de sorrir mesmo quando se pai tentou esconder aquela centelha de emoção que o tomou.

- Só... apenas não me decepcione. - Jude demandou, mas uma conexão além do superficial havia se feito entre eles. - Esse baile é seu... menina.

Os olhos dela agora estavam arregalados, não esperando as palavras do pai, seu coração se aqueceu e palpitou ansiosamente.

- Tudo bem, papai! - Lá estava aquele sorriso adorável com a covinha apenas na bochecha direita.

Sem mais palavras, Jude desceu da carruagem que parou em frente a casa de Edith sem olhar para trás.

E a carruagem seguiu caminho.

Ainda sorridente, Rosetta roçou os dedos na bochecha, talvez essa abertura fosse uma chance para conhecer os verdadeiros sentimentos escondidos de seu pai.

Primeiro, iria para sua casa de veraneio, já que o baile se iniciaria só durante a noite, e agora um pouco entediada, a loira apoiou o cotovelo na janela da carruagem e seu queixo sob a mão.

As pessoas andavam de lá para cá nas ruas, comprando e vendendo, algumas apenas passeando ou rapazes cortejando lady's.

Mas ela ficou surpresa quando ouviu cascos de cavalo batendo incessantemente no cascalho e passou ao lado de sua janela.

Ela arregalou os olhos que se encontraram com os do cavalheiro, intensos olhos verdes a perfuraram por debaixo do capuz fazendo-a ofegar e sentir um arrepio.

Eram lindos, brilhavam como jades, e Deus, pareciam ver dentro de sua alma, o mais fundo que qualquer um já fora.

Isso pareceu em câmera lenta enquanto seus olhos se encontravam, os amendoados de Rose e os esverdeados, então o tempo pareceu voltar ao normal e ele passou zarpando como um raio.

- O que é que foi isso? - Rosetta se perguntou levando a mão ao peito para sentir o coração batendo rápido como tambor. - Porque meu coração está tão acelerado??

Por fim ela deu tapinhas em suas próprias bochechas para se acalmar e respirou profundamente enquanto mordia o lábio inferior.

Mais tarde naquela manhã, a jovem se viu terminando de finalizar sua maquiagem com Cosette para o baile, mas a empregada parecia quase distraída demais, e isso fez Rose rir baixo porquê sabia exatamente o porquê daquilo.

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⏰ Última atualização: Apr 28 ⏰

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