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Para um sábado até acordei cedo. Tenho de admitir que estou ansiosa por me encontrar com o Edward. Nunca frequentei escolas e raramente saía de casa por isso nunca tive amigos, ou namorados, ou encontros... Isto não é um encontro. Ou é? Não deve ser.
Arrumei o quarto para passar o tempo e li um pouco.
Almocei com os meus pais. Avisei os de que ía sair com o Edward.
-Acho que lhe vai fazer bem sair com alguém Alpha.
-Sim Margo, mas... é rapaz...
-E?
-Ela é rapariga.
-Ela tem 16 anos, pode sair com os amigos.
-Podia sair com amigas ou com o Adam. Mas estamos a falar de um rapaz que a convidou é obvio que ele não quer estar na zona da amizade muito tempo.
-Que disparate pai! Conhecemo nos ontem. Somos só amigos!
-Não por muito tempo. Tem cuidado, não o deixes aproximar se muito.
Eu e a minha mãe rimo nos.
-Ficas tão giro quando tentas ser protetor. - disse a minha mãe passando a mão na cara do meu pai.
-Okay... Acho que está na hora de eu vos deixar sozinhos.
Levantei me e fui para o quarto.
Vesti uns calções verde tropa de cintura subida e uma blusa branca com tecido quase transparente por isso usei um top de umbigo à mostra branco por baixo. Calcei uns botins pretos com cunha igualmente preta. Coloquei um relógio dourado e o anel que a minha avó me deu. É de ouro e por dentro tem escrito "Filhos da Lua". É assim que os lobisomens são conhecidos, como Filhos da Lua.
Coloquei um pouco de lápis como o habitual e um pouco de gloss.
Desci as escadas e entrei na cozinha
-Estás demasiado gira. - disse o meu pai.
-Estou normal. Vai correr bem, não te preocupes.
-Espero é que não corra bem demais.
Abracei o e ri me.
A minha mãe entrou e perguntou.
-Pronta para o teu encontro?
-Mãe, não é um encontro.
Edward entra na cozinha.
-A porta estava aberta, espero que não haja problema eu entrar. Lindsey, estás pronta para o nosso encontro?
A minha mãe fez me um olhar que dizia "Eu disse que era um encontro".
-Sou o Alpha.
Estendeu a mão ao Edward que a apertou firmemente.
-Edward. Prazer em conhecê lo.
-Quero a em casa a horas.
Acenou com a cabeça e depois virou se para mim.
-Vamos?
Fui atrás dele. Quando chegámos lá fora falou.
-Estás linda.
Senti me a corar.
-Obrigada.

Andámos durante um bocado e parámos para ir buscar batidos.
-Acho que o teu pai não gostou de mim.
-Ele é assim para todos os rapazes.
-Fico mais descansado então.
Sorri.
-Gosto de ter ver sorrir.
-É bom saber.
Deu me a mão entrelaçando os seus dedos nos meus.
Senti a temperatura do meu corpo a aumentar e fiquei sem conseguir falar ou olhar para ele.
-Estás bem?
-S-sim. Tudo ótimo.
Continuámos a andar até minha casa. Parámos em frente ao portão. Ficámos frente a frente e ele colocou uma madeixa do meu cabelo atrás da minha orelha o que me fez olhar para ele.
Estava a sorrir para mim.
-Que foi?
-Nada, ficas gira corada.
Agora vou corar ainda mais.
Dei um risinho nervosamente.
-Podemos voltar a encontrarmo nos? - perguntou ele.
-Acho que sim.
Sorri.
Ele ía a despedir se com um beijo nos meus lábios mas eu virei a cara mesmo no último segundo e acabou por me beijar na bochecha. Parecia confuso mas sorriu.
-Adeus, Wolf.
-Adeus.
Andei até à entrada e parei na porta para olhar para trás. Edward ainda se encontrava lá a olhar para mim. Acenei com a mão e entrei.
Não estava ninguém em casa, acabei por adormecer no sofá enquanto via televisão.

Passavam me imagens na cabeça. Rápidas mas eu consegui perceber. Eram como flashbacks mas não me lembro de algum dia ter visto ou passado por nada daquilo.
Primeiro, uma mulher de olhos completamente brancos, sem pupíla e sem íris. Usava um vestido da idade média vermelho e uma capa preta, comprida e com o capuz posto sobre a cabeça. Estava sobre um monte e estava lua cheia. Tinha uma taça na mão com um símbolo. Eram as fases da lua desenhadas no copo. Ela bebeu o que estava no copo e a imagem desapareceu dando lugar a outra. Agora um casamento entre a mulher e um homem. É lobisomem, tem a marca no braço e tem as mangas do casaco arregaçadas por isso dá para ver. A imagem mudou, agora estão os mesmos noivos a segurar uma criança. Tem uma marca de nascença igual à minha. Uma espécie de lua no quarto crescente, abaixo da clavícula. Tal como eu. Agora vejo a mulher e o lobisomem a serem queimados vivos e pessoas à procura da criança. Mas não a encontram. Agora é a criança uns anos mais tarde, já adulta. Depois aparece a imagem de mais duas crianças com a mesma marca mas em anos diferentes. A última imagem que vejo sou eu.

Acordo. Tenho consciência de que foi um sonho mas tenho a certeza de que aquelas imagens são reais e tenho de descobrir o que tenho eu a ver com isto e porque é que aquela criança tem uma marca igual à minha.
Visto umas jeans e uma t shirt simples. Calço os ténis que costumo usar para ir à floresta e apanho o cabelo. Deixo um bilhete aos meus pais que ainda estão a dormir e saio.
O sol já se vê o que dá muita claridade à floresta e assim avanço facilmente até ao acampamento. A minha avó acorda sempre antes do nascer do sol por isso já deve estar acordada.
-Avó? - chamei entrando na sua tenda.
-Querida passa se alguma coisa? Não costumas vir tão cedo.
-Avó, eu não sei o que sou e tu própria disseste que eu não era licantropa mas também não era humana. Eu preciso de saber o que são estes poderes. E tive um sonho estranho. Como imagens de algo que aconteceu à muitos anos e que tem a ver comigo, e tenho a certeza de que são imagens reais.
-Vou convocar a bruxa Elise da Cidade Mágica, talvez ela saiba o que tu és.

Os Filhos da LuaOnde histórias criam vida. Descubra agora