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Abri os olhos. Estava escuro, mas graças às capacidades vampíricas a minha visão está bastante apurada. Tal como a minha audição.
"-Encontraste a Daniel?"
"-Tal como prometi. Agora só temos de arranjar maneira de extrair o seu poder para nós"
"-Daniel, isso pode durar meses, ou anos."
"-Temos uma eternidade toda pela frente. Tempo não nos falta"
Ouvi gargalhadas e passos perto da divisão onde me encontrava.
-Então, meu amor? Estás confortável?
Se com confortável ele quer dizer com os pulsos e tornozelos amarrados numa sala escura e fria, então sim, estou ótima.
-Tinhas isto tudo planeado desde o início, não tinhas?
-Achavas mesmo que estava apaixonado por ti? Foi tudo um esquema para te atrair. E resultou. Que rapariga ingénua.
-Espero ter te divertido.
Fez um aceno com a cabeça e o homem ao meu lado que me esbofeteou e eu desmaiei.

Acordei e senti a me fraca. Não sei à quanto tempo não como. Já não estou amarrada mas continuo na sala fria e vazia, onde a única luz que entra é da pequena janela da porta por onde os guardas vampiros me controlam.
Um deles grita.
-Lorde Daniel! Ela acordou!
Ouvi passos e o Daniel entrou.
-Dormiste bem? Sentes te mais fraca? Tirei te um pouco de sangue para fazer umas experiências. Aviso te que não será a última vez. Aqui tens.
Pousou no chão um prato de plástico com uma pasta ao que ele chama comida.
Ri me.
-Raptam me e não sabem o que fazer comigo?
-Se fosse a ti não me ria da situação. Se por a caso algum dia fores encontrada, será tarde demais.
Saiu da sala.
Senti um arrepio. Estou assustada. Quando ao fim de dezasseis anos, finalmente posso frequentar a escola, ter amigos, ter namorados sou raptada por um feiticeiro maluco, que ironicamente foi o meu primeiro namorado. Espero, se me safar desta, as próximas relações amorosas não sejam tão complicadas.
Sou imortal por isso se ele se limitar a tirar me sangue vou sofrer eternamente.
Aquela mistela sabia horrivelmente mas é o que me mantém viva.

Não sei à quanto tempo estou aqui.
Passo a maior parte do tempo inconsciente. Provavelmente já estou aqui à dias, ou até semanas.
Não me tiram sangue à algum tempo.
Os meus pais, o Adam devem estar loucos por não saberem de mim. O Jace.
Começo a perder a esperança de um dia sair daqui.

Acordei com comichão no nariz. Tinha um rato encostado à minha cara.
Quis gritar de susto mas não queria atrair atenções.
Como é que entraste aqui?
Como que a responder à minha pergunta apontou com o focinho para um buraco na parede que dava para o lado de fora.
Demasiado pequeno para eu passar.
Depois tive uma ideia. Um bocado estúpida, mas talvez resultasse.
Por favor, procura ajuda. Preciso de sair daqui.
O rato saiu a correr pelo buraco.
Agora só me resta esperar.

Passaram se três dias sem que me pusessem inconsciente.
O rato não voltou.

Acordei com um salto por causa do barulho no corredor fora da cela.
Vi os guardas a cairem e assustei me. Ouvi a fechadura da porta. Alguém está a tentar entrar.
Sem saber bem como estava de pé com os olhos a arder, ou seja estão amarelos, e com caninos de vampiro.
Esta é nova.
Pronta para atacar. A porta abriu se e um rapaz com um casaco preto e capuz na cabeça entrou. Só quando levantou a cabeça e vi os seus olhos reagi.
-Jace!
Corri e pendurei me no seu pescoço. Ele rodeou me com os seus braços puxando me para si com força.
Caímos de joelhos. Olhou para a minha cara e foi me tocando na face e nos braços aflito.
-Estás bem? Fizeram te mal?
-Agora estou bem.
Queria beijá lo e eu via o desejo de querer fazer me o mesmo nos seus olhos mas nenhum de nós avançou.
-Vamos!
Agarrou me na mão e puxou me pelo corredor.
Chegámos a uma sala grande com sofás. Estávamos quase a chegar à porta grande quando Daniel chegou.
-Onde é que pensam que vão?
Uns guardas agarraram nos e sentaram nos nos sofás.
Jace deu me a mão.
-A roubar me a namorada, aberração?
Jace não respondeu limitando se a olhar ele.
-O plano estava a correr bem até tu apareceres. Afinal o que é que vês nele? Eu sabia que ela se estava a apaixonar por ti.
-Deixa a em paz Daniel!
-Espera lá. Tu também estás apaixonado por ela! - deu uma valente gargalhada e depois continuou - é pena não durarem muito tempo.
Aproximou se e puxou me para si agarrando me por trás na cintura. Desviou os meus cabelos do pescoço e cheirou me.
-Ela tem um cheiro tão tóxico. Mesmo já não tendo um banho à bastante tempo o cheiro dela atrai me. E tu também gostas.
Apertou me mais contra si. Sustive a respiração e tentei conter as lágrimas.
-Sabes Jace... Os beijos dela são tão viciantes. - Jace começou a ficar tenso. Vi a força que estava a fazer com o maxilar - não é engraçado quando está a beijar, ela suspirar como se tivesse sido apanhada de surpresa? É adorável. - Jace cerrou os punhos - já tenho saudades, tu não querida?
Começou a beijar me o pescoço descoberto e quando estava a virar a minha cara para me beijar, Jace levantasse dá uma cotovelada ao guarda que fica inconsciente. A seguir corre até ao Daniel.
Depois aconteceu tudo muito rápido.
Daniel empurrou me para o chão, agarrou no pescoço de Jace e espetou lhe uma estaca de madeira no peito.
Jace gritou de dor e caiu no chão. Corri até junto dele e rebentei em lágrimas.
-Jace! Não... Por favor não morras. Não me deixes! Eu amo te! Por favor não me deixes!
Os seus olhos já sem vida ficaram fixos nos meus. Morreu.
-Não! Toma - arregacei a manga e com garras de licantropa cortei o pulso e pus lho à frente na boca, o meu sangue escorreu para dentro da sua boca - bebe mas por favor não morras! Eu preciso de ti!
Sem reação. Jace está morto.

Os Filhos da LuaOnde histórias criam vida. Descubra agora