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É sexta, acabaram as aulas por hoje. Eu e o Adam fomos às compras.
Passámos por uma loja de góticos e claro que Adam tinha de comentar.
-Devias comprar alguma coisa aí, parece fazer o género do Jace.
-Cala te!
-Olha falasse no diabo.
Olhei na direção da visão de Adam. Jace estava a ir para o cemitério na rua em frente. Estranho.
-Ele é vampiro, tou te a dizer.
-Já venho, Adam.
Corri até ao cemitério. Entrei e avistei Jace, segui o e de repente parou. Tinha os olhos vermelhos.
Tropecei e ele virou se.
-Estás a seguir me?
-Tu não és humano!
-Estás a alucinar!
-Diz me o que és!
Tentou passar por mim mas eu agarrei o na mão.

Fui transportada para outro sítio. Uma visão.
Na visão via um rapaz de dez anos. Cabelo escuro e um olho verde e outro castanho. Jace em criança.
Estava a chover e o rapaz estava à porta de uma casa e uma mulher muito parecida com ele abre a porta.
-Mãe...
-Vai te embora! És uma anomalia! Um monstro!
O rapaz já estava a chorar.

Larguei a mão dele e voltei ao presente.
-Jace...
-O que é?
-Não fales assim comigo! Porque é que me ignoraste depois do que aconteceu? Vais dizer que não sentiste nada?
-É exatamente por sentir alguma coisa que tenho de te evitar! Por favor não sejas teimosa!
-Não és humano... És o quê? Lobisomem? Vampiro?
Hesitou mas depois olhou me nos olhos e respondeu.
-A minha mãe era feiticeira - sentou se numa lápide - o meu pai vampiro. Sou metade vampiro e metade feiticeiro.
-Toleras o sol?
-Sim, porque não sou totalmente vampiro.
Sentei me ao lado dele e peguei lhe na mão. O gesto fê lo ficar tenso, mas depois relaxou.
-Estiveste lá quando desmaiei? Eu vi te...
-Sim mas lancei um feitiço que me fez ficar invisível. Não sei como me viste. A não ser que não sejas humana.
Por enquanto vou ocultar a minha natureza e deixá lo acreditar que sou humana. Não quero afugentá lo.
-Sou...
-Não me achas um monstro?
-Não.
Suspirou. Acho que de alívio por não me ver a fugir.
-Não tens de te afastar de mim.
-Tenho. Para te manter em segurança.
Dito isto, levantou se e começou a andar deixando me, mais uma vez, perdida nos meus pensamentos.
Proteger me de quê? Dele? Das transformações? Não entendo e se ele sente realmente algo por mim.

Acordei cedo e fui ter com a minha avó ao acampamento.
-Vamos à Cidade Mágica?
-Exatamente, querida.
-Sabes onde estão os portais?
-Há um aqui na floresta.
Como é que eu nunca soube?
Começámos a andar até uma pequena clareira.
-Chegámos!
-Avó, aqui só há árvores.
Ela bate num tronco, fazendo um determinado ritmo e aparece um portal.
-Uau!
-Vamos, não nos podemos atrasar!
Mal o meu pé tocou na luz brilhante do portal, fui transportada para outra realidade.
A Cidade Mágica é magnífica. Um grupo de fadas acabou por passar por nós. Cada uma com uma cor de pele diferente e os seus cabelos eram feitos de flores.
Lojas de feitiçaria, de roupa que nos faz voar, revestimento para asas de fada e montes de sítios para ver o futuro.
Entrámos numa pequena loja de antiguidades mágicas. Varinhas que pertenceram a grandes feiticeiros, pó de fada usado na revolução do Povo Mágico em 1786 e bolas de cristal de videntes famosas.
-Bom dia, em que posso ajudá las?
-Estamos à procura da vidente Destiny.
-Sou eu. Foram vocês que me contactaram ontem?
-Exatamente. Esta é a minha neta Lindsey e nós não temos a certeza do que ela é.
-Venham comigo.
Seguimo la até uma pequena sala de estar com sofás e uma mesa com uma bola de cristal no meio. Destiny serviu nos chávenas de chá e sentámo nos.
-Diz me as tuas capacidades.
Contei lhe da velocidade anormal, da super força, das visões e dos sonhos, dos olhos amarelos como os licantropos e da comunicação telepática com os animais.
-Oh meu Deus!
-Que se passa? É alguma coisa de mal?
Ela levantou se e fechou as cortinas e a porta.
-Mostra me a tua marca de nascença.
Baixei a alça da camisola e mostrei.
-Tu... não podes contar a ninguém o que és. És demasiado poderosa e se despertar o interesse dos invejosos ou ambiciosos podem mesmo matar te.
-Diga me o que sou!
-És uma filha da Lua.
-Não somos todos?
-Isso é o nome que dão aos licantropos. Mas tu és realmente uma Filha da Lua. Uma descendente da Luna Fairwolf.
A minha avó arregala muito os olhos e fala.
-Pensava que era só uma lenda.
-Alguém me explica quem é essa senhora?
-A mulher dos olhos brancos do teu sonho era a Musa Fairy. Uma poderosa feiticeira e uma espantosa vidente. O copo que tu viste com as fases da lua era a Taça Lumus, esta taça contém energia da lua dando poderes extraordinários a quem beber dela. Ela colocou sangue de vampiro e bebeu o. Ela queria ser imortal. Mas não conseguiu o que queria. Descobriu que estava grávida do seu amado Ethan Wolf então decidiram casar mesmo que nenhum parente aprovasse e achasse que eles iriam ficar amaldiçoados por juntarem duas espécies. A criança nasceu com a marca abaixo da clavícula e ninguém viu anomalias até aos seus 16 anos. O sangue de vampiro da Taça Lumus afetaram a criança enquanto ainda era um feto. Essa rapariga era Luna Fairwolf. Ela tinha em si o sangue de vampiro e de lobisomem. Fazia o que as feiticeiras e videntes faziam e tinha poderes extraordinários consebidos pela energia da Lua presente na Taça. Quando se soube queimaram a Musa e o Ethan e tentaram matar a Luna mas não a encontraram. Depois dela houve mais duas Filhas da Lua mas foram assassinadas. A tua bisavó era uma Filha da Lua.
Olhei para a minha avó.
-Não fazia ideia. Ela deu me um anel a dizer Filhos da Lua mas achava que se referia aos licantropos e dei o à Lindsey.
-Então quer dizer o quê isto tudo?
-Os teus sonhos são avisos ou previsões, e ainda tens visões - poder de videntes. Não sabes mas consegues fazer feitiços - poder de feiticeiros. Tens a velocidade e imortalidade dos vampiros. A força e agilidade dos licantropos. E por fim a magia da Lua, o que explica a tua comunicação telepática com animais e caso não saibas também resulta com pessoas.
-Então eu sou uma Filha da Lua. Descendente de Luna Fairwolf e tenho as capacidades dos habitantes da Cidade da Noite e da Cidade Mágica?
-Menos fadas.
-Sim. E não posso contar a ninguém porque me podem matar?
-Sim, lamento.
Sou uma Filha da Lua. Sou mais poderosa do que pensava.

Os Filhos da LuaOnde histórias criam vida. Descubra agora