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-O que é que fazemos agora?
-Não sei.
-Quem é que poderia ter feito isto?
-Não sei Jace. Mas o sangue ainda não está seco, quer dizer que não foi à muito tempo. Espera aqui.
Entrei e pus me a tocar em tudo o que estava fora do sítio para ver se tinha uma visão que me pudesse ajudar a encontrar os meus pais. Nada. Continuei à procura e tropecei em alguma coisa. Bati com a cabeça no chão e fui engolida por uma visão.

A visão baseou se em flashes de imagens.
Primeiro as árvores de portais. Mas não aquela onde eu entrei com a minha avó é outra.
Uma mansão sombria.
A seguir a mulher dos cabelos pretos e compridos.
A imagem de um vampiro a rir enquanto morre, atacado por lobisomens.
A minha tia Clary.

Jace está a abanar me os ombros quando abro os olhos. Parecia em pânico.
-O que aconteceu? Perdeste os sentidos! Os teus olhos estavam completamente brancos! Sem íris e sem pupíla!
-Não perdi os sentidos. Tive uma visão. Já sei onde encontá los!
De repente lembrei me. Os meus tios!
Liguei para casa deles mas sem resposta.
-Alguma coisa não está bem.
Fomos até casa deles. Igualmente virada do avesso. O que levou os meus pais também levou os meus tios.
Fomos de mota até à floresta.

Chegámos à clareira e pus me à procura da árvore certa.
-Porque é que eles haveriam de estar aqui Lindsey?
Uma árvore oca. Bingo!
-Não aqui. Mas aqui.
Dito isto abri o portal.
-Vamos para a Cidade da Noite.

Jace deu me a mão antes de entrarmos no portal e não a largou até agora que andamos a vaguear nas ruas.
As pessoas olhavam para nós de lado. Ou porque nunca nos viram ou porque sabem que somos diferentes e não pertencemos ali.
-É impressão minha, ou aquele lobisomem piscou te o olho?
-O vampiro de à bocado fez te o mesmo e não me queixei.
-Fez?
Ía responder lhe mas avistei a mansão que procurava.
Está guardada por tantos vampiros que não consigo contá los.
-Vamos precisar de ajuda. - disse eu ao Jace.

-O quê? Tens a certeza?
-Sim avó! Nós precisamos da ajuda da matilha daqui e de todas as que conheças. Temos de salvar os meus pais!
-E como sabes que está nessa mansão?
-Ela teve uma visão. - apressou se o Jace a dizer.
Respirou fundo e por fim respondeu.
-Vou informar a matilha.

Mais tarde, já eu estava demasiado inquieta e o Jace tentava acalmar me e sem êxito, houve uma reunião com a matilha. A minha avó disse me para esperar pela resposta na tenda.
Finalmente apareceu.
-Vamos lutar, querida.
A minha avó recrutou todas as matilhas que conseguiu e ainda foram algumas.
Atravessámos o portal e fomos pelo caminho obscuro até à mansão para não levantar suspeitas.
As matilhas mantiveram se escondidas e eu e o Jace avançámos até ao portão.
O plano era ficarem escondidos até eu lançar o sinal. O sinal era uma mensagem telepática que eu enviaria à minha avó. Treinámos e correu tudo bem, ela ouve me só não responde.
Um grupo de vampiros veio impedir nos a passagem.
-Sou a Lindsey Lightwood Wolf. Tenho a certeza que a dona da casa estava à minha espera.
Os guardas entreolharam se e um deles acenou com a cabeça a outro que entrou na mansão.
Passado alguns segundos ele voltou.
-Ela tem razão. Entras mas o rapaz fica.
-Nem pensar! Eu vou com ela! - disse Jace já a chegar se à frente.
-Aqui não há opção, rapaz! Ou vai sozinha ou não entra!
Jace já estava a cerrar o punho. Pousei a mão no seu punho cerrado e disse lhe.
-Deixa. Eu fico bem.
Vai para ao pé dos outros.
Suspirou contariado mas foi deixando me entrar sozinha.
Dois guardas acompanharam me até a um grande salão.
As paredes eram brancas e estavam cheias de molduras com fotografias de família. As janelas estavam tapadas por longas e grossas cortinas vermelho sangue de veludo, provavelmente para impedir o sol de entrar.
Ouvi passos. Saltos altos.
Uma mulher apareceu da escuridão do corredor à minha frente.
Os guardas saíram deixando me com ela.
A mulher era alta e com os saltos pretos ficava ainda mais alta. A sua pele era pálida e era magra. Tinha o cabelo muito comprido e liso preto. O seu rosto era oval e muito magro, com olhos esbugalhados vermelhos. Sorriu para mim. Vi a ponta dos seus caninos a aparecer por entre o seu lábio superior e inferior. Vestia um vestido justo verde escuro de veludo com decote em V e uma saia um pouco acima do joelho. No seu pescoço estava pendurado um medalhão negro.
-Sê bem vinda à minha humilde casa.
-Acho que não temos a mesma definição para humilde.
Riu se alto.
-Que falta de educação.
-Diga me só onde estão os meus pais e os meus tios e eu vou me embora.
-Está bem.
Fez um sorriso e carregou num botão do comando que tinha na mão. As cortinas de veludo abriram se. Não era para proteger do sol. As janelas nem sequer iam dar à rua. Tapavam celas. A partir do vidro via os meus tios, a minha mãe e mais ao fundo o meu pai que está a sangrar do nariz. Isto é doentio.
-Solta os!
Deu uma gargalhada e depois com velocidade de vampira chegou até mim. Sorriu.
-Não me parece.
-O que é que queres deles?
-Vingança.
-Do quê?
-Quero vingar a morte do meu irmão Thomas*.
O passado vai voltar. Disse a voz do meu sonho.

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*THOMAS É O VAMPIRO QUE CHANTAGEOU CLARY EM "A INICIADA* PARA ESTA FICAR COM ELE E ABUSOU DELA. MATOU OS PAIS DA CLARY E DA MARGO E FOI MORTO PELA ALCATEIA DE ALPHA.

Os Filhos da LuaOnde histórias criam vida. Descubra agora