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Voltei para casa ainda antes do almoço.
A minha avó disse me que quando tivesse notícias da Cidade Mágica que me avisava.
A Cidade Mágica é onde habitam os feiticeiros, as videntes e as fadas. Também há a Cidade da Noite que é onde habitam os vampiros e os lobisomens, mas muitos deles misturam se com os seres humanos para levarem uma vida mais normal, dentro dos possíveis claro. Nunca fui a nenhuma das duas mas a minha avó já, só conseguimos ir lá através de portais e em Chicago só há dois e nem sei onde ficam.
Entrei em casa.
-Onde foste, querida?
-Ver a avó.
-Alguma razão em especial?
-Nem por isso.
Passei o dia sentada a ver series e a comer pipocas. Ai como eu adoro pipocas!

Estava num jardim e ao meu lado estava Edward.
-Este sítio é lindo!
-Como tu.
Corei e sorri.
De repente umas mãos agarram me por trás.
-O que se passa? Edward ajuda me! Edward!
Ele olhou para mim. Deu uma grande gargalhada.
A minha marca de nascença começou a arder. Olhei e brilhava.
Edward aproximou se.
Jace colocou se entre nós enfrentando o Edward. De onde é que ele apareceu?
-Sai da frente aberração! Não vez que ela é um deles? Depois de tantos anos finalmente encontrei a. Ela é...

Fui acordada pelo despertador. Ele ía dizer o que eu realmente sou. Mas porquê ele? E porque é que o Jace lá estava?
Foi só um sonho.
Levantei me e tomei duche. Vesti umas calças bordô justas, uma camisola com mangas pelo cotovelo branca com as fases da lua em preto e calcei os All Star brancos. Deixei o cabelo solto e coloquei o colar e o anel que uso todos os dias.
Adam já estava ao portão da escola à minha espera.
-Dormiste bem? Tens cá umas olheiras!
-Bom dia pra ti também Adam.
-Desculpa linda. Bom dia.
Olhei para o lado. Jace estava sentado num banco a olhar para mim fixamente. Desviou o olhar pouco tempo depois.
-Eu disse te. Assustador...
-Não lhe chames isso.
A Mel chega e vamos para o corredor.
Passei as aulas todas a pensar nos meus sonhos estranhos. Estou cada vez mais confusa.

Ao fim do dia fui até à sala de música como sempre ter com Adam. Jace estava lá, num canto com os seus fones.
Ouvi a nova música que Adam tinha para mostrar. Quando acabou fomos embora. Deixei a minha mala na sala de propósito para ter uma desculpa para voltar à sala.
-Adam, podes ir andando. Esquecime da mala outra vez.
-Posso esperar se quiseres.
-Não é preciso, podes ir.
-Está bem. Qualquer coisa liga me. Beijo!
  Quando deixei de o ver corri até à sala. Mas não era a minha velocidade normal. Estava demasiado rápida. Um percurso que demoro uns cinco minutos a percorrer, fi lo em cinco segundo. Outro poder estranho?
Cheguei ao corredor das artes. Já ouvia a melodia triste e maravilhosa de Jace. Aproximei me da porta e entrei. Ele parou de tocar e ficou a olhar para mim. Fixei o seu olhar para ele perceber que eu não ía sair dali sem falar com ele.
-Precisamos de falar.
-Não temos nada para falar.
Começou a arrumar a pauta e fechou o piano, levantou se ficando ao lado dele a fitar me.
Aproximei me dele bruscamente. Ficámos tão perto um do outro que eu sentia o seu calor contra o meu corpo. Ele deve ter uns quinze centímetros a mais que eu por isso tive de olhar para cima. Fixei o meu olhar nos seus olhos. Um verde e outro castanho. Lindo.
-Porque é que me evitas? Porque é que me odeias tanto? Só quero que me respondas a uma pergunta!
-Tu és tão teimosa! Não quero responder a nada! Tu não entendes isso?
-Eu sei que não és assim. Dentro dessa armadura que usas está alguém simpático. Alguém que eu quero conhecer.
Com movimentos rápidos, Jace colocou a minha face entre as suas mãos e beijou me intensamente. Agarrei me aos seus braços fortes e quando dei por mim ele tinha me elevado para cima do piano. Coloquei as minhas pernas à volta da sua cintura e ele agarrou firmemente as minhas coxas puxando me para si.
Nunca pensei que o meu primeiro beijo fosse em cima de um piano, mas a ideia agrada me.
Suspirei e ele continuou a beijar me.
Eu nunca me senti assim. Tão viva. Sinto me desejada. Eu não quero que o momento acabe. Mas acabou.
Jace ficou a olhar para mim agora a agarrar me na cintura.
-Tenho de ir.
-Mas Jace...
Já tinha ido.
Fiquei sentada no piano a convencer me do que tinha acabado de acontecer. Eu beijei o Jace. Quer dizer, ele é que me beijou e eu sem saber também queria. Ele deseja me.

-Tu o quê?
-Isso que ouviste. Agora fala baixo Adam.
Mal cheguei à escola contei ao Adam o que aconteceu na sala de música.
-Tu beijas te o Jace Esquisito?
-Ele não é esquisito, é tímido.
-Colocou te em cima do piano para te beijar, a mim não me parece nada tímido.
Ri me. Avistei Jace. Ele olhou para mim mas evitou me. Senti uma dor no peito, como se me tivessem espetado uma estaca no coração. Era assim? Beija e nunca mais fala? Achava que Jace não era desses mas pelos vistos enganei me.
O meu telemóvel tremeu. Era uma mensagem de Edward.

*Queres ir ao cinema hj à noite?*

Hesitei e depois respondi. Que se lixe o Jace.

*Claro. Vem buscar me às 20h*

O meu pai não achou muita piada a saber que eu ía sair com o Edward outra vez mas a minha mãe convenceu o.
Não mudei de roupa, acho que não há necessidade e estou confortável. Às oito em ponto, Edward já estava à minha porta.
-Adeus mãe! Adeus pai!
-Juízo!

Fomos ver um filme num cinema ao ar livre.
Era um filme de terror e penso que a ideia dele era eu agarrar me a ele, mas passei o filme todo a rir. Que raio de efeitos especiais. É assim que pensam que são os lobisomens? E os vampiros? E pensam que as fadas são boazinhas? São filhas de anjos com demónios mas a parte angelical ficou só na aparência inocente que esconde a sua verdadeira natureza maléfica.
No fim Edward levou me a casa.
-Gostei desta noite, Wolf.
-Eu também.
-Sabes como ficaria melhor?
Com o Jace.
-Não.
-Assim.
Puxou me pela cintura e beijou me. Não me senti como me senti com o Jace. Porque é que estou a compará lo ao Jace? O Edward pelo menos não me ignora.
Recuei de maneira a parar o beijo.
-É tarde. Até amanhã Edward.
-Até amanhã, linda.
Entrei em casa e fui silenciosamente para o quarto. Vesti o pijama e deitei me na cama mas não consegui adormecer.




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