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Acordei. Eu e o Jace estamos nus, tapados pelo lençol negro da sua cama. Tenho as pernas entrelaçadas nas dele e a cabeça pousada no seu peito. Jace tem um braço à volta da minha cintura e o outro por cima dos meus ombros com a mão a acariciar a minha marca de nascença abaixo da clavícula.
-Desculpa, não te queria acordar. Dormiste bem?
-Não me importo de acordar assim. - sorri - Dormi lindamente.
-Ainda bem. - beijou me a testa.
Achava que a primeira vez doía mais, mas acho que isso depende da pessoa com quem estamos. O Jace foi super cuidadoso para não me magoar e foi muito paciente. Sinceramente, acho que não podia ter corrido melhor.
-Quero que saibas que te acho muito corajosa.
-Obrigada. Quando...a...tu...- morreste.
-Sim, Lindsey?
-Ouviste alguma coisa do que eu disse?
-Não, mas lembro me de a tua imagem ter ficado comigo quando morri. Pensei em ti e na tua voz, no teu riso e no teu sorriso. Na suavidade do teu cabelo. Nos teus beijos e nos teus suspiros.
Mordi o lábio para não chorar e fiquei a olhar para ele.
-Lamechas eu sei. Mas é a verdade.
Beijei lhe o peito e voltei encostei a minha cabeça.
-Nunca me contas te o que aconteceu aos teus pais.
-A minha mãe foi violada por um vampiro. Descobriu que estava grávida e quando eu nasci, cuidou de mim durante os meus primeiros oito anos. - fez uma pausa - Depois mandou me embora quando descobriu que eu não era totalmente feiticeiro mas sim metade vampiro e metade feiticeiro. Chamou me aberração e monstro. Quem é que a pode culpar? Eu fazia a lembrar se do anormal que a violou.
-Mas os vampiros não podem ter filhos.
-Se for vampiro com vampira não. Mas se for vampiro com outra espécie é possível. As mulheres vampiras não teriam capacidade de sobreviver à gravidez. O embrião acabaria por sugar todo o sangue do seu organismo. Se for uma mistura entre vampiro e outra raça já não há esse risco.
Senti um arrepio e pensei na minha tia Clary que queria tanto ser mãe.
-Lamento, o que te aconteceu.
Apertou me mais contra si e ficou em silêncio.
Sentei me na cama. Vesti as minhas cuecas e a t shirt que Jace usara na noite anterior. Gosto de usar as suas t shirts depois de ele as usar porque o seu cheiro ainda está muito presente.
Apanhei o cabelo num coque despenteado e fui à casa de banho.
Quando cheguei à cozinha Jace já lá estava a fazer o pequeno almoço. Ovos mexidos e torradas.
-Não é muito elaborado mas é o que eu sei fazer.
Abracei o por trás enquanto ele tirava o café.
-Está perfeito.
Larguei o para pegar numa caneca de café e sentei me num banco em frente à bancada da cozinha. Ele ficou de pé à minha frente.
-O que é que queres fazer hoje?
-Primeiro tenho de ir a casa mudar de roupa mas antes disso tenho de pensar no que vou dizer aos meus pais por ter passado a noite fora.
-Diz a verdade - fiz lhe um olhar que dizia "e depois o Sr. Alpha dá cabo de ti e de mim" - ...ou não.
-Acho que vou pedir ao Adam para me encobrir.
-Podes dormir em casa do Adam mas não na minha?
-É diferente. O Adam é gay.
-Já desconfiava mas mesmo assim fiquei surpreendido.

Adam disse que a minha mãe lhe ligou ontem à noite e ele disse que eu estava com ele e com a Mel em sua casa.
-Obrigada! Oh meu Deus, és um anjo!
-O que é que farias sem mim... Mas vais contar me realmente onde estiveste.
-Está bem. Depois conto te. Adoro te! Beijo!
-Beijo boneca! Também te adoro!
Desliguei e tinha o Jace a olhar para mim.
-Ele tem mesmo de te chamar boneca?
Revirei os olhos. Homens.
-Pronto, pronto. Já me calei.
Chegando à entrada da gruta em vez de me levar até ao carro, levou me até uma mota preta que estava escondida.
-Vamos na mota?
-Sim. Há problema?
-Acho que não.
Passou me um capacete preto e colocou o dele na sua cabeça. Sentou se e bateu no espaço atrás dele para me sentar.
Sentei me e rodeei o seu tronco com os meus braços e enconstei a minha cabeça às suas costas.
-Pronta?
-Pronta.
Não sei do que é que tinha receio visto que já fiz coisas mais perigosas tendo em conta os últimos meses. Para além de um acidente de mota não matar nenhum de nós. Às vezes a imortalidade dá jeito. Ainda me arrepi o só de pensar no corpo imóvel e sem vida de Jace no Solar. Apertei o um pouco e depois relaxei de novo. Ele agora está aqui.

Chegámos a minha casa e peguei lhe na mão e ele apertou a levemente encostando se à mota e eu ficando à sua frente.
-Senti te a apertares me na viagem. Sei no que estavas a pensar e não quero que penses mais nisso.
Baixei a cabeça. É difícil esquecer.
Segurou me no queixo com a mão e obrigou me a olhar para ele. Beijou me o nariz o que me fez cócegas e eu dei um risinho.
Sorriu.
-É isso que eu quero. Ver te a rir e sorrir.
Sorri estupidamente e beijei o.
-Queres entrar?
-Se achas que não levanta suspeitas do local onde dormiste, entro.
-Entra e cala te!
-Mm, mandona! Eu gosto.
Piscou me o olho e eu mordi o lábio.
Ía a pôr a chave na fechadura quando reparei que a porta estava aberta.
-Estranho. Deixam sempre a porta trancada.
Empurrei a porta e espreitei para dentro de casa.
-Oh meu Deus!
Estava tudo do avesso. Gavetas fora do sítio, facas no chão da cozinha, prateleiras arrancadas da parede e a mesa de vidro partida.
-Fui assaltada?
-Não. Sinto uma presença sobrenatural.
-Mãe! Pai!
Sem resposta.
Vi uma mancha vermelha no chão e aproximei me. Sangue.
Toquei e ainda estava molhado. É recente. Levei ao nariz e usei uma dasminhas capacidades de licantropa para tentar perceber a quem pertence.
-É do meu pai. Jace alguma coisa lhes aconteceu! Eles foram levados!
-E o que quer que os tenha levado não está para brincadeiras.

Os Filhos da LuaOnde histórias criam vida. Descubra agora