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Comecei a sentir a raiva percorrer me no corpo todo. Levantei me e virei me para Daniel. Os meus olhos estavam a arder.
-Mataste o! És um monstro! Uma aberração! Como pudeste!
-Lindinha, eu ía matá lo de qualquer maneira. Agradece me pela morte rápida dele.
A raiva aumentou cada vez mais.
-Ele não merecia!
-Sim, sim blá, blá, blá. Foi um momento muito bonito dizeres lhe que o amas e que precisas dele blá blá. É pena ele morrer sem o saber.
Aquilo magoou me a sério. Fiquei imóvel e recusando me a chorar mais à frente dele.
Senti o poder a aumentar, provavelmente alimentado pela raiva que estou a sentir.
Sinto me quente, os meus olhos estão fixos em Daniel que olha para mim confuso. E vejo outra coisa no seu olhar. Será medo?
Vejo através da minha pele as veias a brilharem como relâmpagos. À minha volta cria se vento. As janelas do solar partem se.
Daniel recua mas não a tempo. Do meu corpo saiem flechas de fogo branco que acertam em Daniel que é atirado para o chão. Começa a contorcer se de dor e a gritar. As chamas engolem no e a última coisa que se ouve é o seu grito. Enquanto isto acontece o solar já está a arder.
Daniel morreu.
Sinto me fraca com todo o poder que usei.
Caio no chão e arrasto me até ao corpo de Jace imóvel com os olhos abertos e sem vida.
Beijo o levemente e sussurro um "Amo te" enquanto choro e soluço.
Tudo à nossa volta está a arder. Há muito fumo no ar mas não vou deixá lo.
Com a fraqueza e a inalação de fumo acabo por perder os sentidos deixando me cair ao lado de Jace.

Acordo com o cheiro de panquecas. No céu há panquecas?
A minha mãe entra no quarto. Como é que estou no meu quarto?
-Finalmente acordaste! - abraçou me com força e começou a chorar- pensei que nunca mais te veríamos!
-Fiquei quanto tempo desaparecida?
-Quase um ano. Onze meses e uma semana para ser mais exata.
Um ano?!
-Que dia é hoje?
-23 de julho.
-Então...já tenho dezassete anos. Vou ter de repetir o ano.
-Marquei aulas de verão. Se tudo correr bem não terás de repetir o ano.
-Como é que me encontraram?
-A tua avó avisou nos que a vidente Destiny lhe disse que estavas em perigo e que te encontravas no Solar dos Wars. Esses feiticeiros têm capturado todas as Filhas da Lua para tentar passar os seus poderes para eles mas nunca com sucesso. As experiências que faziam às raparigas acabava por matá las. Fico tão feliz que estejas aqui. O solar estava a arder quando chegámos e tive medo que já tivesses morta.
Lembrei me de Jace. Senti as lágrimas a virem me aos olhos.
-Mãe estou cansada.
-Claro. Descansa, eu deixo te sozinha.
Mal ela saiu do quarto comecei a chorar.
Na minha cabeça estava a imagem do cadáver de Jace. Tinha tanto para lhe dizer. Ele ainda tinha tanto para fazer.
Não pude fazer nada para além de o ver morrer. Pensei que matar o Daniel e vingar a morte de Jace ía diminuir a dor, mas não.
Sinto me vazia, incompleta.
Desperdicei tanto tempo com o Daniel e acabei por perder o Jace.
Ele queria proteger me e eu não consegui protegê lo.
Deito me com as lágrimas a escorrerem para a almofada e com as memórias do Jace. Mas é a melodia do piano que me embala e me faz adormecer.

Estou na rua. Numa estrada deserta.
Está alguém lá ao fundo.
-Hey!
A pessoa vira se e pela estrutura vejo que é um rapaz.
Corro na sua direção e quando já estou suficientemente perto reconheço o.
Jace.
Começo a chorar e a correr até ele mas quanto mais corro mais distante está.
Nunca mais hei de chegar a ele.

Acordo a chorar compulsivamente. Nunca hei de o esquecer nem nunca hei de ultrapassar a sua morte.
Tive muitas visitas no dia seguinte. Os meus tios, o Adam e a Mel e praticamente toda a matilha. Não contei a ninguém nada sobre Jace, nem ao Adam.

Na semana seguinte tinha de me levantar para ir à escola. Escola nas férias de verão, que bom.
Não me apetecia fazer nada.
Sou a única aluna. A escola está vazia.
Mal acabavam as aulas eu ía para a sala de música e tocava a melodia do Jace no piano durante horas. Fazia me sentir perto dele. Mas não o suficiente.

Os Filhos da LuaOnde histórias criam vida. Descubra agora