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Julia

A pior dor do mundo é perder um filho, eu culpo a Susana por essa dor, o atentado a Mary e o coma que passei até hoje são traumas que jamais esquecerem, e a última lembrança de Maitê em meus braços, aqueles cabelos negros que puxou do pai e olhos verdes que lembro até hoje em meus sonhos que um dia eu etaria com a minha bebê, para mim o luto ainda é forte.
Mesmo que hoje a Maitê fosse viva teria 6 anos, mas tento não pensar muito.

Porém algo que sinto é que minha filha pode estar viva, porém Samuel viu o corpo já sem vida da minha filha que a enfermeira mostrou.

Hoje eu, Samuel vivemos o luto em Paris, não sei quando ou como eu irei para o Brasil e se um dia eu teria forças para enfrentar as lembranças de que a Susana me deixou, alguns anos depois eu ganhei a notícia que a Susana morreu de câncer na cadeia após se pressa eu não queria fica feliz porém eu vivo essa dor de luto hoje a 10 anos, quando eu soube da partida,  hoje a minha pequena Mariana está com 13 anos e eu decidir que talvez não fosse o momento certo de voltarmos ao Brasil e eu nem sei quando vai ser o momento certo. Nossa família sempre que podem vem nos visitar aqui em Paris.

Samuel

Hoje eu toco a minha empresa de Paris, não pretendo tão cedo volta o Brasil a dor de perder a Maite é ainda viva nos nossos corações eu ainda tenho a última lembrança dela nos meus braços e a Mary do meu lado conversando com a irmã.

Não sei quanto à mínima ideia quando o luto ainda vai viver no meu peito, mas eu e a Julia tentamos ser os melhores pais para a Mary.

Hoje passamos o dia de jogos com ela. O dia foi inesquecível,  eu e Julia estamos na varanda do nosso quarto tomando vinho, escutando música quando ela olhou por seu e me questionou.

— Amor às vezes eu sinto que é alguma armação daquela praga que minha bebê ainda está viva por aí… mas ela morreu e não deu tempo dela falar, eu sei que é infantil, porém amor eu não consigo imaginar que perdemos a Maitê.

— Meu amor eu sei, às vezes eu acho que aquele corpo de bebê não era da Maitê, mas isso só são ideias que vão machucar ainda mais nós dois.

Nos beijamos e fomos até o quarto dormir. Vivemos felizes mesmo com a dor do luto.

Quando a Mary fez 22 anos, decidimos voltar ao Brasil, porque não faço ideia mas em nossos corações uma parte já aceitava a morte de Maitê.

Mas nós três éramos felizes de um jeito bom porém incompletos.

Fim!

Samuel Ferrari-Quadrilogia dos irmãos  Ferrari. Onde histórias criam vida. Descubra agora