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GABRIELA ON

Fui pra casa e confesso que fiquei até contente com o elogio do DROPÊ.

Hoje a visita não foi ruim, foi calma até, nada de me ameaçar, graças a Deus.

LK me deixou na frente de casa, no caso, na frente da casa da Melissa, não sabia se minha mãe queria conversar comigo e provavelmente não.

Pedi pra Melissa pra poder ficar por aqui alguns dias e confesso que estou com saudade da minha casa, preciso de algo pra reverter isso, sei que a Melissa não se incomoda, mas não gosto de ficar na casa dos "outros" por muito tempo.

Enfim. Dei tchau pro LK e entrei em casa, subi direto pro quarto pra tomar banho e poder tirar essa podridão que eu trouxe comigo lá daquela cadeia e ainda mais com esse sol daqui do Rio.

Alguns dias depois..

GABRIELA ON

Andei entregando currículo esses dias e agora mesmo recebi uma ligação de uma indicação.

Era pra trabalhar de cuidadora, cuidar de uma idosa. Eu não tenho muita experiência por agora, mas fiz um curso básico sobre, primeiros socorro.

Meu deus, fiquei muito feliz, já é um bom começo, agora vou ter meu dinheirinho suado.

- Melissaaa, vem cá!!- Gritei e estava no quarto, enquanto ela estava lá na cozinha preparando o almoço.

- Calmaa aí.- Gritou de volta enquanto subia a escada rápido.- O quê aconteceu?

- Sabe aquela mulher que trabalha de cuidadora? Aí eu pedi pra ela me indicar caso alguém precisasse?- Falei pulando de felicidade

- Aham, o quê deu?

- Uma mulher me ligou hoje pra cuidar da mãe dela.

- Que bom, amiga, tô feliz por você, agora você vai ter seu dinheirinho.

- Simm, meu Deus tô muito feliz.

- E quando começa?

- Amanhã mesmo

- Aii quê bom, tô tão feliz por você.- Falou me abraçando.- Amiga, meu Deus as panelas tão lá no fogo.- Falou se soltando do abraço e descendo correndo.

E eu fiquei por lá mesmo ainda perplexa.

Depois daquele momento de felicidades, passei o dia todo planejando o dia de amanhã.

Chegou a noite e estava preparando minha roupa pra amanhã e a Melissa apareceu no quarto.

- Eae amiga, já falou com o DROPÊ?- Falou se sentando na cama.

- Pior que ainda não, amiga. Mas eu preciso seguir minha vida, preciso ter minha casinha e espero quê ele entenda.- Ela deu uma risadinha.

- Aí amiga, eu entendo, mas eu conheço o DROPÊ e não, ele não vai entender.

- Mas, Melissa, meu mundo não gira em torno dele, aliás não temos nada.- Falei deixando minha roupa de amanhã em cima da cômoda e me virei pra ela que estava sentada na cama.

- Ok então, amiga, vou ir deitar lá no quarto, vou ficar assistindo esperando o 2F chegar, se precisar de algo me chama.- Me deu um abraço e saiu.

Realmente, pelo muito quê conheço o DROPÊ, ele não vai aceitar mesmo, mas tô nem aí, quero seguir meu caminho.

Dia seguinte

Levantei cedo e fui tomar banho. Lavei meu cabelo e escovei os dentes, depois de um tempo sai do banheiro e fui me trocar.

Coloquei minha roupa e fui escovar meus cabelos. Desci e fui tomar café, não posso sair muito tarde, por quê a mulher pediu para quê eu estivesse lá 9h  agora são 7h15 e como é lá na pista eu preciso saber a hora certa pra que eu não precise acordar tão cedo todo dia.

Terminei de tomar café e essas horas o 2F já tava até trabalhando já.

Sai de casa e fui para o ponto de ônibus e depois de um tempo ali, vinha descendo o Rato.

- Eae, patroa, tá indo pra onde?- Patroa? Pelo amor né.

- Gabriela, por favor e eu tô descendo lá pra pista, tô indo pra uma quase entrevista de "emprego".- Fiz aspas com os dedos.

- E o patrão sabe?

- Não e nem vai saber, você que fique quieto.

- Aham, quer carona?- Avistei o ônibus.

- Não, o ônibus vem vindo aí.- Falei apontando pro ônibus.- Obrigada.

- Jaé, patroa, fé aí e boa sorte lá.- Saiu saindo com o carro, euem pra que andar assim.

Dei sinal pro motorista e assim que parou entrei e já passei na catraca entregando o dinheiro pro cobrador.

...

Depois de um tempo, já era 08h48 e cheguei no endereço quê a mulher me passou e toquei o interfone do apartamento, falei quem era e ela liberou minha entrada. E vou te falar, apartamento era coisa nobre.

Subi o elevador e toquei a campainha em minha frente, logo saiu um morena, nem muito nova e nem muito velha, mas era linda.

- Prazer, Gabriela, meu nome é Luisa.- Estendeu a mim com um sorriso de ponta a ponta, logo apertei e a respondi.- Então, entre.- Me deu passagem para entrar.- Se sente. Bom como conversamos pelo celular, são coisas simples. Minha mãe tem 76 anos, ela só precisa de alguém que a acompanhe, sabe, eu vivo viajando e ela fica a maioria do tempo sozinha, entende.

- Então, Dna. Luisa. Eu entendo sim, como é idosa estando sozinha, ela pode desenvolver depressão e até mesmo alzheimer.

- É exatamente por isso quê queria alguém pra ficar com ela a maior parte do tempo, sabe, mas fique tranquila com isso, por quê de velha e só idade.- Ouvi uma voz gritando " velha é sua mãe ".- Enfim, como pôde ver.- Deu uma risada, o quê me fez soltar uma gargalhada também.- Ela tem uma vida bem ativa, as manhãs ela sai pra correr.

- Eu entendo.

- E o salário vai ser o seguinte, Gabriela, 2.500 e vale refeição também.- 2.500? Isso é quase um sonho.- Tem um porém, como disse preciso de alguém pra ficar a maior parte do tempo aqui com ela, aí eu aumentaria mais 1000 reais, só que não precisa ser por agora, se quiser um tempo pra se adaptar e aí você me dá a resposta.

- Isso que eu iria falar, sabe, é que tenho compromissos e como você disse, a adaptação primeiro, eu não sei nem se a Sr. Sônia vai gostar de mim.- Ri mais uma vez.

- Mas é claro que vai... mãe vem aqui!- Deu um grito chamando a mulher.

- Mas olha que menina bonita.- Veio me abraçar e sinceramente nem parecia que daqui a pouco iria fazer 80 anos.

- Oi Dona Sônia.- Abracei ela de volta.

- Então é com você em que vou passar meus momentos?

- É, espero que seja por muito tempo.- Rimos

...

Era 17h da tarde me despedi da dona Sônia e fui descendo para o ponto de ônibus.

Confesso que por hoje, vi que vamos nos dar bem daqui em diante.

NOTAS DA AUTORA

Me desculpa pelo tempo de demora kkk, fiquei um tempo sem celular.

Fiquemmm com esse.

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