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GABRIELA ON

Cheguei em casa e abracei minha mãe chorando.

- Me desculpa mãe, eu estou fazendo tudo pela gente.

- O que aconteceu minha filha?- Se afastou do meu abraço. Limpei meu rosto.

- Nada mãe, só confia em mim, tá bom?

- Tudo bem meu amor. Mas o que aconteceu você saiu daqui e falou que iria resolver alguma coisa na qual eu não entendi.

- Na hora certa você vai saber mãe, agora eu vou ir dormir um pouco. Estou cansada.

- Tá bom filha, vai lá.

Fui dormir pensando na merda na qual minha mãe não aceitaria se soubesse e até mesmo me expulsaria casa.

5 dias depois...

Já levantei, tomei um banho e fui tomar café. Teria que fazer menos barulho do que o normal, se não minha mãe iria acordar. Não sei como vou chegar no DROPÊ e falar que sou virgem. E se ele me pegar a força? Meu Deus. Várias coisas se passavam na minha cabeça e eu só queria acordar e pensar que aquilo era um sonho, mas infelizmente não é.

Sai no meu portão e já tinha um carro me esperando. Era aquele cara que me barrou outro dia na boca, tive que entrar.

- Aff, justo você cara. Tinha outro não?- Bati a porta bufando.

- Desculpa aí mina, mas é minha disciplina.

- Que seja.- Deu partida no carro.

- Nessa sacola aí, tem tudo o que o DROPÊ pediu é só chegar, entregar, fazer a visita Íntima e rala.

- Tá tá, precisa me lembrar que vou ter que fazer isso.- Ele me olhou pelo retrovisor.

- Se é virgem é?- Fiquei desconfortável.- Relaxa novinha, só vi que você falou com um jeito de que tá sendo forçada a fazer isso.

- É, eu sou.- Ele fez um 0 com a boca.- Que foi?

- Nada, mas acho que você é a primeira mina que eu vi que é virgem, principalmente nessa favela que tá mais pra morro das perereca.- Ri da cara dele.

- Meu Deus kkk.

- É sério. Bom chegamos vou deixar você aí logo mais eu venho te buscar. Adorei te conhecer, Lucas meu nome.- Estendeu a mão pra mim e eu apertei.

- O meu é Gabriela, prazer.

- Prazer é só na cama, fofa.- Fiquei vermelha tenho certeza.- Vai lá, o chefe não gosta de esperar não em.

Bati a porta e entrei na fila, tava um empurra empurra que pelo amor de Deus, sem contar o solzão em plena 08h da manhã. Uma mulher do prisioneiro chegou pra conversar comigo.

- Tá muito calor né mulher.

- Sim, só por Deus.

- Sou a Michele, prazer.- Estendeu a mão e eu apertei.

- O meu é Gabriela, prazer é todo meu.

- Mas então o que faz aqui? Parece ser tão novinha.

- Ah sabe né, dificuldades. E você?

- Ah eu venho ver meu preso toda semana, passamos por mals bocados e ele perdeu as amizades que se diziam " sangue do meu sangue" e eu fui a única que fiquei do lado dele. E o seu preso é quem?

- Meu não é não, o que me trouxe aqui foi as dificuldades, mas o nome dele é...- Na hora em que iria falar me chamaram.

- Oi, qual o nome?- Fiquei perdida, não sei se falava o meu ou o do DROPÊ. Fiquei sem responder.- Seu nome por favor.- Falou em um tom arrogante.

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