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GABRIELA ON

Acordo 6h para começar a me arrumar para ir em busca de um emprego, eu estou cansada de ver meus pais passando por dificuldade e eu não puder ajudar eles de alguma forma.

Levanto e vou direto para o banheiro, escovo meus dentes e vou tomar banho. Depois de algum tempo ali saio do chuveiro e vou me secar. Vou para o meu quarto e pego a roupa que eu tinha separado antes de entrar no banheiro. Depois de me vestir, desço e minha mãe já tá preparando o café.

- Bom dia minha filha, dormiu bem?- Pergunta assim que eu a abraço e dou um beijo em sua testa.

- Bom dia mãe, dormi sim e a senhora?- Respondi pegando uma maçã.

-Dormi sim, graças a Deus. Mas minha filha me diz, você vai atrás de emprego mesmo? Você sabe que não precisa né? Eu e seu pai nos viramos com o que tem.

- Mas mãe, eu não consigo ver vocês passando por isso e eu não poder movimentar um dedo pra ajudar. Eu quero isso, relaxa. Vou indo tá mãe, te amo e se cuida.- Falei abraçando ela e pegando minha bolsa.

- Boa sorte filha, se cuida também. - Sai dali e fui descendo o morro.

Sai pela barreira e pedi um uber. Ele chegou e pedi para ele me levar para o centro.

Bom nem contei de mim né, eu sou filha de duas pessoas maravilhosas, moro no morro do sapo, inclusive fizeram até uma música. Tenho 22 anos.

Chegamos no centro, eu paguei o uber e desci.

Sai distribuindo os meus currículos. Já estava exausta então decide que ia pra casa.

Cheguei na barreira do morro e fui subindo a pé mesmo. Vi umas lanchonetes e entreguei currículo também mas a maioria disseram que não precisavam, então fui pra uma açaiteria com o restante do dinheiro e mandei mensagem pra minha amiga:

WhatsApp On

Melissa🥰

Amiga? ¹⁵:²⁵

Oii vida ¹⁵:²⁸

Você pode vim aqui no açaí pra gente se ver, tô com saudades ¹⁵:³⁰

Posso sim, calma aí só vou me arrumar ¹⁵:³⁰

WhatsApp Off

Só visualizei e fiquei esperando ela chegar pra fazer o pedido.

Algum tempo depois ela chegou me abraçando.

- Oii mana, tava com saudades, sério. Mas diz aí você tá bem, parece tristinha.

- Ah tô bem, só tô assim por que fui no centro entregar currículo e até agora ninguém ligou.

- Ah amiga, faz parte você sabe como aquele povo é, né. Sempre desmerecendo quem mora em comunidade.

- É. Mas e você? Como tá com o 2F?

- Na mesma, ele falando que não vai largar as putas por mim mas que não queria me perder.- Ela fala rolando os olhos.

- Até quando você vai se sujeitar a isso cara, se é uma gostosa tem um monte de homem no seu pé.

- Eu gosto dele ué...mas enfim vamos pedir o açaí?- Falou já levantando indo até a atendente e fazendo o mesmo pedido de sempre, açaí só com leite em pó e morango.

Depois de matar a saudade dessa vagabunda eu fui pra casa. Quando entrei minha mãe estava no sofá chorando baixinho, larguei minha bolsa e fui correndo até ela.

- Mãe o que foi? O que aconteceu?- Perguntei abraçando ela.

- Minha filha eu e o seu pai não queria te preocupar mas é que o aluguel vence amanhã, se não pagarmos seremos despejados. Fazem dois meses que não pagamos.- Ela fala ainda em desespero.

- Calma mãe eu vou dar meu jeito, ok. Mas para de chorar por favor, não gosto de te ver assim.- Já tinha um plano em mente. Tempos atrás eu fui pedir ajuda para o 2F e ele disse que me ajudaria se eu tivesse visitas Íntimas com o DROPÊ, o dono daqui eu não aceitei mesmo precisando, achei um absurdo. Ele me ofereceu 1,000 reais por visita. Mas acho que agora é sem escapatória, ele disse que dá próxima vez em que o aluguel vencesse e a gente não pagasse seríamos despejados.

- Alguma notícia, alguém ligou?- Ela me perguntou.

- Ainda nada mãe, mas vai dar tudo certo só ter calma. Agora vou ir tomar um banho por que estou cansada.- Ela concordou, eu fui pro meu quarto e fui direto pro banho, e daqui a pouco eu iria mandar mensagem pro 2F.

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