14 Charles

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Eu estava com os nervos à flor da pele, estava trancado a mais de meia hora em meu quarto. Os caras já tinham ido, após eu chamar cada um de covarde.

Então alguém bateu na minha porta. Levantei e abri. Era Fred.

- Você não a impediu! - Falei primeiro.

- No fim você também não. Você se trancou ai porque a conhece bem. Ela não voltaria atrás garoto. - Sua voz tinha ressentimento, mas também compreensão.

- Você não dívia ter contado, não deveríamos ter feito ela vir de Maranello.

- Ela viria quando soubesse. Saiu de Verona como uma faísca, não tínhamos escolha Charles. E ela está certa, mesmo que me doa, é a que menos irá se afetar.

- Você disse Verona? Ela estava em Verona? Na casa?

- Ela te contou sobre a casa? - Ele pareceu surpreso.

- Ela contou sobre tudo Fred.

- Sobre a mãe? Sobre o México? Sobre o apelido? - Ficou curioso.

- Apelido? Não, ela contou quase tudo então... Mas sim, sobre Lea, México e Verona.

- Ela não fala comigo sobre isso. - Senti tristeza em sua fala.

- Interrompemos o momento dela com a mãe, para ela vir aqui e se meter em uma emboscada...

- Ela é forte. Sempre foi.

- Eu gritei com ela na frente de todos...

Ele levantou e bateu em minhas costas.

- Vou ver se acho ela. Boa noite Charles.

- Boa noite. - Respondi e ele saiu do quarto fechado a porta.

****

Eu olhava o celular mas não fazia nada. Eu entrei nas redes sociais de Cécile, e lá estava ela levando toda a culpa. Eu estava péssimo.
Fiquei encarando nosso chat de mensagens por minutos, daí passei a encarar o contato dela por minutos.

Tomei coragem, e liguei.

Ninguém atendeu.

Dessa vez, meu celular tocou. Era Fred.

- Charles, você tem algum palpite de onde ela pode estar?

- Ainda não achou? Ela não conhece quase nada, deve estar perdida.

- Ela não dá sinal. Estou preocupado.

- Vou procurar, vou tentar pensar em algo. Vou achar ela.

- Vou ficar aqui caso ela venha para o hotel.

Desligamos, coloquei um moletom e desci para pegar o carro. Não sabia por onde começar.

Rodei o centro da cidade inteira, passei no circuito. Cheguei a ir no aeroporto, e nada.

- Onde você está Céci? Onde você iria? Você quase não saia sem mim... - Pensei alto. - Não conhece quase nada... - Então um estalo na mente. - O iate... a marina!

Fiz a volta e fui em direção ao lugar em que passamos nosso domingo. Ao chegar eu olhava para todo canto. E no fim do deck a vi, sentada. Antes de qualquer coisa mandei mensagem para Fred, para tranquiliza-lo.

Fui chegando perto, pensando no que falaria. Ela aparentou escutar algo então virou assustada. Ela estava chorando.

- Aí graças a Deus é você! Que susto. - Sua voz tremeu.

- Você não pode sair por uma cidade que não conhece sem dar notícias para ninguém... Estávamos preocupados. - Disse o mais sereno possível.

- Ha. - Saiu como um tom desacreditado. - Ta bom Charles.

A Luz Que Nos Guia - Charles Leclerc Onde histórias criam vida. Descubra agora