6 Charlie

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Eu estava meio mal, não sei exatamente porquê. A semana em Mônaco tinha sido ótima, encontrei Liliana em uma festa e ela não tirava os olhos de mim, quando cheguei em casa havia uma mensagem: "Você está bem Leclerc, e isso é uma afirmação" Foi o que ela me disse da primeira vez que nos vimos, respondi com um olho e uma interrogação e ela riu.

Mas ao chegar em Maranello tudo foi por água abaixo, eu estava radiante e queria dividir as novidades com Céci. Mas ela me recebeu de forma estranha, e foi embora sem trocar uma palavra comigo, e eu não sei exatamente o porquê, mas ela parecia brava... E triste quando saiu daquele refeitório.

Era terça-feira e ela ainda não tinha chegado. Então avistei Fred e corri até ele.

- Fred! - chamei.

- Bom dia garoto! Muita coisa pra hoje? - falou simpático.

- Não sei, ia perguntar para Céci. Onde ela está? - falei ansioso.

- Céci, não vem hoje. Precisou receber as coisas que estão vindo de Paris. Ela provavelmente mandou sua agenda pelo e-mail. - Explicou.

- É, deve ter mesmo... Vou conferir. - Confirmei desanimado.

Então houve um silêncio, ele me encarou e logo disse.

- Mas a noite ela vai estar no jantar.

- Ah claro, o jantar... Você tem certeza? Preciso falar com ela mas ela não me responde.

- Ela vai sim. Não liga, ela vê a mensagem e esquece de responder, é um clássico Céci. - Justificou a filha.

- Tudo bem.

- Preciso ir agora Charles, boas gravações. - falou saindo.

Meu resto de dia foi chato. Gravações e mais gravações.

****
Já fazia 30 minutos que eu estava sentado em uma mesa com o pessoal da equipe, mas não tinha prestado atenção em nada, o tema das conversas eram chatos e eu não estava nem um pouco interessado, para completar meu terno estava me deixando incomodando.

Levantei para ir ao banheiro e quando voltei vi Fred e Céci entrando, minha boca abriu um sorriso automatico. O homem logo foi puxado para uma conversa, então aproveitei para me aproximar da garota.

- Céci... Está linda! - Cheguei mais perto elogiando.

- Charles, oi. Obrigada! - Sorriu fraco. Então puxei ela para um canto mais longe de seu pai.

- Sumiu né? Eu juro que não sei o que fiz de errado.

- Como assim? - Ela estava confusa.

- Você saiu brava na segunda. E eu literalmente só troquei 2 frases com você. Foi meu italiano enferrujado? Solare não significa sol ou algo parecido? - Questionei.

- Não estava brava, o almoço que não caiu bem. E sim, solare é solar, seu italiano está em ótimas condições. - Disse rindo.

- Tem certeza que foi o almoço?

- Tenho Charlie.

Quando ela falou o apelido me acalmei, ela não estava brava e poderíamos seguir com o plano.

- Tenho notícias...nosso plano tem dado certo. - Falei animado.

- Que ótimo, mas o que te faz pensar isso?

- Liliana tem mandado mensagem, poucas, mas ela está flertando...

- Enquanto está com o outro? - Fez uma cara ade enjôo.

- Sim! Não é ótimo?

- Deve ser... - Riu balançando a cabeça. - Vamos sentar?

Confirmei com a cabeça e fomos em direção à mesa.

A Luz Que Nos Guia - Charles Leclerc Onde histórias criam vida. Descubra agora