Enquanto eu te Esquecia (KathLin)

3. Reconhecimento

Qué Gano Olvidándote - Reik

Te siento aquí
Te sinto aqui

Abrazándome
Me abraçando

Respirándome
Respirando em mim

Temblando sobre mí
Tremendo sobre mim

Es así
É assim

Aunque te fuiste, no me suelto de ti
Mesmo que você tenha partido, não vou me soltar de você

POV Lin

Enquanto Kath saia do meu campo de visão, fiquei pensando em todas as suas reações, principalmente desde que chegamos aqui nessa casa. Por muitas das vezes, quando eu fazia alguma coisa comum, como quando falei sobre almoçarmos juntas, ou agora mexendo nesses vasos de planta por pura curiosidade e tédio, Kath me olha de um jeito como se eu estivesse usando minhas roupas ao avesso e andado por aí com minha calcinha na cabeça.

Eu gostaria muito que ela me falasse o que estava pensando, que me dissesse o que eu estava fazendo errado que tanto a incomodava. Era o que parecia dado as suas reações quando isso acontecia. Não queria mais uma vez ser um peso para ela, mais do que eu já estava sendo, mas seria difícil se ela continuasse agindo daquele jeito sem me falar nada.

Empurro os vasos de planta para o lado já desanimada de continuar ali e me levanto, primeiro limpando o chão com uma vassoura, tirando toda a sujeira de terra que causei. Resolvo me limpar e ficar atenta a porta para não perder a entrega de comida.

Depois de lavar as mãos e trocar minha roupa que havia sujado por uma calça também social e uma blusinha branca meio solta. Parecia que todo o guarda-roupa dessa mulher, quer dizer, meu guarda-roupa, era social e em preto e branco e estava começando a me incomodar. Talvez eu pedisse para Kath me levar para comprar umas roupas para ficar em casa, algo mais confortável e simples.

Desço de volta para a sala de estar e pego o aparelho celular novamente. Não tinha tido muito interesse no aparelho quando ela me entregou pois pelo pouco que eu vi não tinha nada que tivesse chamado minha atenção, as flores lá foram tiveram um apelo muito maior.

Novamente, era incrível como eu sabia exatamente como mexer naquele aparelho, sabia sobre os aplicativos, quais usados para pedir comida, ou um carro para me levar aonde eu quisesse, inclusive como exatamente usa-los, também os aplicativos de conversa, onde estavam meus contatos e a galeria de fotos. Eu não preciso nem pensar sobre. Mas isso era tudo que tinha no celular. Nem um aplicativo de joguinho para aquela Lin ter instalado para eu saber o mínimo do mínimo sobre mim mesma.

Abro novamente o aplicativo de chat e noto algumas poucas conversas que tinham ali, a maioria, se não todas, eram do meu trabalho. Avisos de prazos, convocações para reuniões urgentes, aprovação de matérias e capas. Me senti mal por aquelas pessoas que trabalhavam comigo porque eu era uma verdadeira megera, exigindo prazos cada vez mais curtos e perfeitos, reclamando de coisas mínimas e sendo extremamente invasiva e desrespeitosa quando algum subordinado não cumpria os prazos e exigências absurdas que eu dava.

Meu estômago embrulhou lendo aquelas mensagens, sem um mínimo de educação, apenas cobranças e exigências, as vezes até ofensas entrelinhas. Aquela mulher era horrível e eu não conseguia de forma alguma me identificar com ela.

Abri a conversa com a Kath para ver como eu era com ela mas sua conversa estava vazia. Ou eu não conversava com minha própria noiva durante o dia ou eu havia apagado todas as mensagens. Nos dois casos isso era horrível e novamente aquela sensação de que as coisas não estavam nada bem entre a gente me invade.

Kath foi completamente evasiva ontem quando lhe questionei diretamente sobre o assunto. Queria ter lhe pressionado um pouco mais mas me pareceu que todos os meus questionamentos só estavam lhe causando mal, e mais uma vez eu me sentia culpada. A culpa me consumia o tempo todo.