Enquanto eu te Esquecia (KathLin)

8. Momentos

Nota da Autora

Então conseguiram me convencer a escrever um extra? Não sou muito de escrever aos finais de semana mas dessa vez me empenhei, já que me pediram tanto. O que não faço por vocês, né?

Como haverá uma pequena passagem de tempo no próximo capítulo, resolvi trazer um momento delas juntas que não estava de forma alguma no meu roteiro. Espero que gostem, não é grande mas que seja bom o suficiente para vocês aguentarem até sexta. Aproveitem bastante 🌊🤍

Daylight - Becky Armstrong Cover Version

My love was as cruel as the cities I lived in
Meu amor era tão cruel quanto as cidades em que vivi

Everyone looked worse in the light
Todos pareciam piores à luz

There are so many lines that I've crossed unforgiven
Há tantas linhas que eu cruzei sem perdão

I'll tell you the truth, but never goodbye
Eu vou te dizer a verdade, mas nunca adeus

POV Lin

Aproveitei que iria explorar um pouco da cidade como havia dito para Kath e encontrei o restaurante de sua mãe. Sra Pohn não estava no momento, então peguei o almoço com uma mulher que trabalhava em seu restaurante, chamada May, que me atendeu de forma muito educada e gentil.

Ao voltar para casa, preparei a mesa para esperar por Kath e fui para a sala me distrair com algum programa na televisão. Pulei de canal em canal sem me interessar em nada em particular, meus olhos vagavam pela enorme sala até encontrar algo que realmente chamava minha atenção.

O piano de Kath novamente atraiu minha curiosidade. Larguei a tv ligada no programa de entrevistas que passava no momento e caminhei até o instrumento, me sentando no banco. Ergui a proteção das teclas timidamente e deslizei os dedos por elas, sentindo sua superfície gelada em contato com minha pele.

Com certo receio, apertei uma das teclas brancas, tendo um som claro e sofisticado ecoando pelo ambiente. Só conseguia imaginar como seria a combinação certa das notas tocadas naquele instrumento pelas mãos certas, pelas mãos experientes de Kath.

- Se bem me lembro, a musicista da casa sou eu.

Dou um leve pulinho de susto ao ouvir a voz de Kath próxima a mim. Ergo os olhos e a encontro com um sorriso terno nos lábios, seu olhar estava brilhando, quase como se quisesse chorar com o que ela via. Virei um pouco o corpo para olhar melhor para ela, imitando seu sorriso com facilidade.

- Como a musicista da casa não cumpriu a promessa de tocar para mim tive que me virar sozinha.

Kath se aproximou, meu corpo virado no banco permitiu que ela ficasse bem em frente a mim, deslizando os dedos pelo meu rosto num carinho delicado, fácil. Eu só conseguia olhar para ela, deslumbrada com sua beleza natural, suas covinhas que apareciam com facilidade ao sorrir. Abracei seu corpo pela cintura, aceitando seu carinho me dado com tanta naturalidade.

- Que tal almoçarmos e ai eu toco uma música para você?

- Mesmo?

Podia sentir a animação em minha voz, era tudo o que eu mais queria desde que vi aquele instrumento em nossa casa. Kath sorriu ainda mais abertamente, acenando com a cabeça. A mulher se inclinou sobre meu rosto e selou meus lábios de forma casta, um movimento tranquilo e natural, tal como eu havia feito antes dela sair de casa mais cedo.

Ela se afastou, cedo de mais para mim, mas entrelaçou seus dedos nos meus para me trazer para a mesa de jantar onde nosso almoço nos esperava.

Comemos de forma tranquila, comentando sobre seu trabalho e onde eu havia ido antes de passar pelo restaurante de sua mãe. Vez ou outra nossos olhares se encontravam de forma mais doce e eu sentia que era aquela rotina que queria criar com ela, que assim como a Dra Kaew havia me instruído. Criar algo novo com ela parecia ser um passo melhor do que tentar recuperar meu passado.