cap. 39

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Me dar conta de quê eu amava Ryujin, foi um dos problemas mais difíceis que solucionei. Enquanto ela estava com sua cabeça encostada no meu ombro, sentada no chão no meio de um corredor escuro na casa da minha melhor amiga e eu perdendo uma festa em minha homenagem lá embaixo, eu percebi que quase não havia mais nada em minha vida que fosse tão importante quanto ela.

Sua respiração estava serena e ela respirava pausadamente em minha nuca. Não havia nada para se conversar depois de todo o meu desabafo, parecia que a festa havia acabado pra ela. E se Ryujin sentia-se triste, eu também me sentia, de alguma forma.

— Você quer descer? — Perguntou ela. Sua voz era fraquinha e sua mão longa brincava com minha mão pequena.

— Não. Está tudo bem.

Pude sentir ela entrelaçar nossos dedos e fechei os olhos naquele momento. Era a terceira vez que a mesma música da Dua Lipa repetia e eu escutava o coro das pessoas gritando o mesmo refrão, aquilo era um bom sinal, estavam todos se divertindo.

— O que planeja fazer assim que chegarmos na Universidade? — Perguntou Ryujin.

Eu soltei uma bufada de ar pelo nariz. Aquela era uma pergunta e tanto, não era difícil respondê-la, eu tinha pensado sobre ela pelo menos uma vez, todos os dias antes de dormir, nos últimos meses.

— Eu quero que estejamos juntas. Como pinguins.

A mão de Ryujin apertou mais a minha.

— E vamos estar. — Sussurrou ela. — Eu jamais poderia te deixar em paz.

Sorri com aquilo. Ao mesmo tempo que era reconfortante, conseguia ser assustador, eu amava alguém. Dizer "eu te amo" vinha na ponta de minha língua a cada segundo que Ryujin fazia um carinho em meus dedos, mas não queria assusta-lá.

Era surpreendente pra mim pensar que eu iria descobrir ama-lá primeiro.

Parece que a amo desde o segundo que a vi.

Quando você se dá conta que ama uma pessoa, ainda mais, quando você nunca amou ninguém... É um misto de sensações diferentes. Uma parte do meu cérebro pedia para eu ser racional, deixar Ryujin na cama e descer, focar nos meus outros objetivos, já a outra parte pedia para que eu nunca soltasse a mão que estava segurando.

E eu escolhi ouvir a segunda parte. Eu escolhi não deixar Ryujin.

Mas não escolhi ama-lá, simplesmente aconteceu.

E é lindo.

↪️ A FESTA. POV Narrador.

Chaeryeong já havia se esquecido de como era se sentir desejada. O homem a beijava com tanta força e pegava em sua cintura de um jeito, que certamente. a deixaria louca, em outros tempos, se não estivesse morrendo de tédio.

— Ok. Vamos parar. — Disse ela. A garota abaixou a roupa que estava levantada e deu um sorriso sem jeito para o musculoso.

— Qual foi, gata? Fiz algo errado? — Perguntou ele. O homem já estava sem camiseta e mordia os lábios de maneira tosca enquanto falava. Tudo que a vice-presidente pensava, era como tinha um péssimo gosto.

Às vezes.

— Nadinha. Apenas quero dançar, te vejo outro dia. — Disse ela dando um
aceno.

A garota estava cansada. Era sempre aquilo. Nada era intenso, nada era bonito, ela nunca teve uma sorte como Yeji, de namorar uma pessoa que ela gostava. Ela nunca nem pensou em namorar, o casamento dos seus pais já era motivo o suficiente para ela nunca querer um compromisso, mas quando via o jeito que Ryujin e Yeji se olhavam, sentia inveja.

We are Slow Burn (RYEJI)Onde histórias criam vida. Descubra agora