cap. 5

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Ok.

Isso foi estranho, muito estranho. Acabei me atrasando pra aula porque encontrei Ryujin no banheiro e estava óbvio que ela estava fugindo de mim.

Fiquei pensando se a garota achava que eu era alguma espécie de animal de 4 patas pra não entender o que ela estava tentando fazer ali aquela hora.

Sempre antes da aula eu vou retocar meu batom, isso é algo de lei por conta da minha boca que fica ressecada rapidamente, mas eu me assustei quando vi um ser com um chapéu meio grande demais e um moletom branco segurando uma sacola de lanche no banheiro.

Ryujin parecia que ia ter uma crise de asma naquele momento e eu me segurei pra não rir, seria algo muito malvado, mas não me arrependo, até porque a garota estava fugindo de mim.

Confesso, eu fui dura com Ryujin. Quer dizer, eu a ajudei naquela aula e ainda acredito que ela devia me agradecer com joelhos no chão, mas eu exigi muito de uma pessoa que estava desa-bafando comigo naquele momento.

Ora, não é como se eu nunca admitisse quando eu cometo um erro, eu só preciso observar onde exatamente eu errei e se o que eu fiz pode ser considerado algo que eu deva pedir desculpas...

O que eu nunca peço.

Não é nada pessoal, mas quando eu analiso que errei, faço algo para que a pessoa, pelo menos, não fique tão brava pela ausência da minha palavrinha mágica.

Lembro-me de um dia no verão passado em que Chaeryeong ficou extremamente brava comigo porque troquei nosso programa no Shopping para acompanhar um Eclipse Lunar e não a chamei para assistir comigo na varanda do meu quarto.

Não foi por mal, eu apenas esqueci do meu celular por algumas horas enquanto ela já estava na Chanel me esperando pra mais uma das nossas compras de férias.

Enfim, meu jeito de pedir desculpas foi ir na mesma loja no outro dia e comprar 2 casacos iguais para nós, não precisei dizer mais nada, fazer aquela tosquice já era o suficiente e meu jeito de dizer que me arrependo.

Foi o que eu esperava que Ryujin entendesse quando evitei de cobra-la sobre o rascunho e ajudei ela estranhamente a passar um batom.

Não sei o que me deu, eu simplesmente nunca fiz isso com ninguém, era estranho e eu estava tremelicando um pouco com o fato de estarmos tão próximas.

Por um segundo Ryujin parecia bonitinha, não interprete isso errado. É que até aquele momento eu via ela como um ser inanimado, mas ela realmente tinha traços bonitos.

O que? Não que eu tenha reparado em algo, apenas entenda que eu estava próxima do seu rosto. Pude observar que ela não tem nenhuma espinha e seu rosto não é oleoso, ela tem uma boca redondinha e lábios vermelhos pelo tanto que ela morde no canto. Observei isso da última vez que nos vimos e o tanto que ela ficou nervosa, mas isso não é nada demais.

Preciso parar de dar desculpas para mim mesma que aquilo que aconteceu no banheiro foi algo pensado, não foi, na verdade foi só algo que eu quis fazer e pela primeira vez eu não estava agindo com estratégia e aquilo me irritou pelo resto do dia.

Ryujin me fazia deixar as coisas para lá e aquilo não era justo enquanto estava no ano eleitoral mais importante da minha vida acadêmica. E deixar ser legal com alguém que deve algo pra mim é excessivamente proibido, mas mesmo assim eu fiz.

— Yeji? — Escutei a voz grossa por trás me tirando dos meus devaneios, o sinal já tinha tocado e eu já estava do lado de fora esperando o Sr. Johnson, meu motorista aparecer. — Eu realmente preciso falar com você, precisa entender que não foi algo que eu queria fazer.

We are Slow Burn (RYEJI)Onde histórias criam vida. Descubra agora