Uma carta para a minha natureza de anos atrás
Me desculpe, mas não tenho muito tempo para lhe dedicar um emaranhado de palavras bonitas que tocam a alma. Já não posso mais recitar os mais belos poemas que já li, as mais belas poesias que já conheci. Estou em um tempo em que já não posso mais nada. Não posso ser o que quero, não posso controlar o que desejo. Já não sou mais eu há um bom tempo, e nem faço mais questão de ser eu. É porque quem se indaga a respeito do que é, é provocado pela necessidade, e eu, humano, vivente, não aprendi a satisfazer a necessidade. Espero que um dia eu aprenda isso. Não consigo imaginar um ciclo de vida sem ter aprendido o que sou neste mundo tão caótico e doutrinador. Quero que, acima de tudo, se lembre sempre de mim, do meu sorriso, do meu bom humor que encantava a alma do seu corpo. Lembre-se de que, independentemente de tudo, independente do mundo, tentei ser mais eu do que pude. Ainda aguardo, esperançoso, por um recomeço, que me desgasta mais do que pensar em deixar de somente existir.
Ass: Seu presente e futuro trágico
VOCÊ ESTÁ LENDO
MIL VIDAS
PoetryVocê já teve a coragem de se perguntar: "Quem Sou Eu?" O que é a vida e como buscar a sua verdadeira identidade? Qual é a sua missão neste mundo tão vasto? Em "Mil Vidas," a diversidade de gêneros literários busca revelar a essência da alma humana...