Por favor, se alguma alma me escuta agora, eu peço, pare o mundo. Eu preciso viver mais. Eu preciso rir mais. Por todo esse tempo, eu não fui capaz de viver uma vida. Já não sei se tenho mais outra chance. Então eu peço aos deuses, ao universo, a quem comande qualquer coisa deste mundo terreno: por favor, eu quero mais uma chance. Deixei de fazer o que eu tanto amava por medo de julgamento, por medo de ser ridículo. Mas ridículo mesmo é deixar de viver uma vida por causa de julgamento. Por causa dos outros. Então peço, encarecidamente, de coração, que me deixem viver mais uma vez. Por que eu não escutei a voz do universo? Por que não dediquei mil poesias ao calor do sol? Aos dias ensolarados que energizavam a minha alma? Por que nos dias chuvosos eu não deixei que a água da chuva tocasse o meu corpo e ali me transformasse? Porque quando tive a oportunidade de ser feliz, rejeitei tudo. Por medo, por preguiça, por deixar para depois. Por que não aproveitei a infância em sua bela ingenuidade? O que fiz com a minha vida? O peso da morte agora acaba com o que resta de mim. Por favor, deixe-me viver mais um pouco, deixe-me dizer às pessoas para sorrirem mais, deixe-me, pelo menos por pouco tempo, expressar-me com a arte em suas múltiplas facetas. Deixe-me, por favor, fazer parte do mundo novamente. Deixe-me ensinar ao mundo o que nunca fui capaz de compreender.
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MIL VIDAS
PoetryVocê já teve a coragem de se perguntar: "Quem Sou Eu?" O que é a vida e como buscar a sua verdadeira identidade? Qual é a sua missão neste mundo tão vasto? Em "Mil Vidas," a diversidade de gêneros literários busca revelar a essência da alma humana...