No dia seguinte, Chuuya acordou, deparando-se com Dazai ao seu lado.
Ainda sonolento, aconchegou-se nos braços do maior, sentindo o frio lhe atingir com força, refrescando-o pelo calor do verão. Afundou seu rosto no peito de Dazai, procurando aquele cheiro de antes.
Agora ele tinha certeza, aquele aroma era da alma de Dazai, que emanava o cheiro de seus sentimentos. Era profundo. Mas estava diferente dessa vez: um misto de tristeza, medo, felicidade e paixão.
Osamu sorriu, acariciando os fios ruivos.
—Bom dia, chibi. –Sussurrou ao lado do ouvido do menor, que sentiu seus pelos se arrepiarem. Dazai gostava daquilo.
—Bom dia, idiota. –Sussurrou de volta, quase inaudível por sua voz estar abafada.
—Quer dormir mais? O sol acabou de nascer. –Quis conferir, sem cessar o carinho.
—Não, temos que seguir viagem, já enrolamos demais. –Resmungou, afastando o rosto e o esfregando, sentando na cama em seguida. —Sorte a nossa que seus irmãos não têm motivos pra sair da cidade que vocês combinaram. Senão, era provável que a gente demorasse um bom tempo procurando por eles.
—Realmente. –Concordou, sentando-se também. —Eles devem estar diferentes do que eu me lembro.
—É, talvez, mas nada muito drástico eu acho... –Murmurou, ficando de pé sem mais enrolação. —Pode acordar o Atsushi pra mim? Vou me arrumar e falar com o Minoura.
—Claro, eu já ia fazer isso. Atsushi virou um grande amigo meu, sabia? Ele é um bom garoto. Muito educado, bondoso, carinhoso, doce, delicado... sabe? –O maior citou, um tom sugestivo, que fez o ruivo franzir o cenho.
—O que você quer dizer com isso?
—Que é muito tranquilo conversar com ele, um amor de pessoa. –Respondeu, sorrindo falsamente inocente.
—Prefere conversar com ele do que comigo, é isso? Beleza, não ligo, tenho mais o quê fazer. –Resmungou, a expressão demonstrando um pouco de raiva e ciúme. Virou-se emburrado e foi em direção a porta.
—Calma, chibi, eu tava só brincando~ –Disse depressa, seguindo o Nakahara e o abraçando por trás, impedindo-o de sair do quarto. —Eu amo conversar com você, te provocar, te ver bravinho ou coradinho de vergonha, é fofo.
—Fofo é teu c*! –Retrucou, tentando se soltar do abraço. No fundo, gostava de quando Dazai o provocava, porém, jamais admitiria.
—Que cruel, nossa. –Reclamou o moreno dramático, afastando-se um pouco.
—Você vai ver só quando eu for cruel de verdade. –Ameaçou de braços cruzados.
—Tô doido pra ver. –Sorriu malicioso, o duplo sentido evidente.
—Cala a boca, seu merda! –Ordenou envergonhado, sua mente imaginando coisas que nem sabia que tinha capacidade de imaginar.
Rapidamente, Chuuya saiu do quarto, nem um pouco a fim de ficar no mesmo cômodo que Osamu, sabia que poderia acabar enrolando mais do que já enrolaram.
(...)
Já haviam se despedido dos militares, agradecendo pela ajuda e hospitalidade.
Voltaram para a estrada, seguindo-a tranquilamente.
Atsushi, durante o caminho, percebeu algo que não tinha acontecido ainda no decorrer da semana: haviam alguns momentos que não conseguia mais ver ou ouvir Dazai, ele sumia e depois de alguns minutos voltava.
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Visão Fantasma-Soukoku
FanfictionNakahara Chuuya se via preso em um lugar misterioso, mas, de alguma forma, consegue fugir de lá e se torna um viajante, vagando pelo mundo repleto de guerras e destruição. Após sair de mais um vilarejo onde havia se abrigado, ele continua caminhand...