Até que, de repente, sentiu um toque em seu ombro.
Podia ser um bandido, um morador qualquer ou...
—Quase não te vi nessa escuridão, por causa das suas roupas pretas e do seu tamanho, mas seu cabelo chama atenção até no escuro. –Era Dazai, usando um tom brincalhão na voz.
—Seu merda! Por que você sumiu daquele jeito?! Custava muito ter avisado? –Chuuya questionou irritado, virando-se para trás e vendo o outro sorrir despreocupado.
—Tinha um lugar que parecia muito atrativo. –Disse ao dar de ombros. —Passei por alguns bares e, já adiantando, eu comi, tá? Não precisa se preocupar.
—Sei. –Respondeu, franzindo a testa e voltando a andar para o local onde passariam aquela noite, sabendo que o maior o seguia.
—Onde passou o dia? Não te vi em nenhum lugar. –Dazai comentou, colocando as mãos atrás da cabeça.
—Trabalhando, diferente de você, eu não sou um vagabundo. –Cuspiu as palavras ainda irritado.
—Nossa, você não poupa xingamentos. –Apontou dramático, ainda com um sorriso no rosto. —O que você fez? Ganhou algum dinheiro?
—Por que quer saber? –O Nakahara rebateu, atento ao caminho.
—Curiosidade, então, não precisa responder. –O mais alto disse sem se importar muito.
—Fiquei no hospital. –Contou, abaixando a cabeça ao lembrar do ocorrido mais recente, atraindo os olhos castanhos para si.
—É por isso que está tão estressado? Hospitais me parecem exaustivos. –Especulou um pouco mais sério, dissipando com o ar descontraído e provocativo costumeiro.
—É complicado. Mas estou estressado por sua causa também, idiota! Estamos viajando juntos agora, você mesmo concordou com isso. Deve, no mínimo, avisar que vai dar uma volta, não pode só sumir. –O ruivo repreendeu, voltando a olhar para o outro, que abria um sorriso ladino.
—Ficou preocupado? –Dazai provocou, vendo o mais baixo franzir ainda mais a testa.
—Não, eu fiquei confuso. Não sabia se você ia continuar viajando comigo ou ia simplesmente sumir. Odeio quando as pessoas somem sem falar nada. –Confessou, dando um breve suspiro, lembrando de seu próprio pai.
—Entendo, então vou avisar da próxima vez, foi mal. –Osamu se desculpou, sem qualquer tom de brincadeira.
—É aqui que vamos dormir. Vou tentar arrumar um quarto com duas camas. –O ruivo avisou, dirigindo-se até o balcão do bar onde estava mais cedo.
—E, então, conseguiu algum dinheiro? –O dono do bar, Fukuchi, perguntou curioso, ajeitando seu bigode.
—É, consegui, trabalhei esse tempo todo lá no hospital. –Chuuya respondeu. —Posso mudar de quarto? Um com duas camas. Aquele amigo que te falei apareceu, é esse-. –Virou-se para mostrar Dazai, mas este já não estava mais ao seu lado, então bufou irritado. —Enfim, preciso de duas camas.
—Sinto muito, nesse horário a maioria dos quartos, que não são muitos, já foi alugada. E, surpreendentemente, só restaram dois quartos, o seu e outro, que possuem camas de casal. –O homem contou, não se importava realmente com o quarto que o mais novo queria ou não, só pensava no dinheiro que poderia ganhar se o outro escolhesse passar a noite ali.
—É sério isso? –Indagou indignado, recebendo um aceno de cabeça como afirmação. Então, apenas suspirou, tentando manter a calma. —Bom, sendo assim, não tenho muita escolha, né. Até poderia tentar outro lugar, mas... Pelo que ouvi, a sua estadia é a mais barata e confiável daqui. –Comentou, fazendo o outro sorrir convencido. —Amanhã eu te pago a outra metade, então?
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Visão Fantasma-Soukoku
Fiksi PenggemarNakahara Chuuya se via preso em um lugar misterioso, mas, de alguma forma, consegue fugir de lá e se torna um viajante, vagando pelo mundo repleto de guerras e destruição. Após sair de mais um vilarejo onde havia se abrigado, ele continua caminhand...