Capítulo 16

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Notas: apenas um aviso!

Nesse capítulo teremos insinuação de sexo, é só uma insinuação, mas é sempre bom avisar.

Boa leitura!

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—Meu arrependimento... –Fez uma pausa, pensando como poderia dizer. –tem a ver com você.

—Como assim, tem a ver comigo? –Chuuya repetiu confuso, os olhos azuis intensos fixos em Shirase.

—Ah, Chuuya, eu... eu nunca fui muito interessado em ajudar as pessoas, meus pais me obrigavam a trabalhar no Shepp, então eu meio que ficava irritado e me revoltava, eu fugia só pra não ajudar. –Começou a contar, pensou muito no que diria nesse momento, mas as palavras pareciam sumir.

Chuuya pensou em retrucar, falar que Shirase o ajudou muito e que ele próprio viu que Shirase ajudou diversas outras pessoas. Porém, decidiu escutar, decidiu prestar atenção, deixar o outro falar.

—E foi aí que você apareceu. –O platinado inclinou a cabeça para trás, fixando os olhos no céu ainda claro. —No começo eu te achei estranho, por usar roupas escuras sempre, usar luvas e ter uma personalidade muito forte. Mas eu me acostumei rápido. Eu te achei interessante. E com o tempo só ficou mais interessante.

As memórias rodavam as mentes de ambos, mergulhados nas cenas em que estavam juntos.

Dazai e Atsushi ainda observavam, curiosos com o desenrolar daquilo.

Shirase sabia que eles estavam ouvindo também, mas não importava, se Chuuya estivesse lá, se Chuuya o escutasse, já seria o bastante.

—Eu decidi que ficaria perto de você. –Prosseguiu, voltando o olhar para o ruivo. —E você só me surpreendia cada vez mais. Gosta de aprender, é esforçado, ajuda todo mundo sem esperar nada em troca. Eu aprendi com você. Comecei a ajudar no Shepp porque você me ensinou o quão mágico é sentir que está ajudando. O sorriso e a gratidão das pessoas, é isso que você recebe em troca, é isso que você quer receber. Chuuya, você é tão... incrível.

O Nakahara sentiu o rosto esquentar um pouco. Estava envergonhado com os elogios, queria dizer que não era verdade, entretanto, ainda se recusava a atrapalhar a linha de raciocínio do amigo.

—Ficar perto de você me fazia esquecer um pouco do quão horrível o mundo é. Me fez acreditar que existem mais pessoas como você. –Disse, seu tom era animado, ele estava feliz por falar de Chuuya, por falar com Chuuya. —E eu sei que foram praticamente três meses, que eu já sabia que você ia embora, mas... não consegui evitar. Eu gosto de olhar bem nos seus olhos, são lindos, gosto de quando você sorri, meu coração sempre esquentava quando você sorria, nem precisava ser pra mim o sorriso, o importante era ele estar lá.

Shirase pensou mais um pouco, estava finalizando aquilo, finalizando tudo, finalizando sua estadia neste mundo.

—Quando eu morri, pensei que meu arrependimento pudesse ter a ver com o abrigo, mas... depois de pensar um pouco, percebi que tinha a ver com a pessoa que me fez melhorar, que me fez gostar do abrigo. –Sorria enquanto mexia nas próprias mãos. —Quando você foi embora, eu pensei se algum dia você voltaria, ou se algum dia eu conseguiria ir até você. Se você ainda se lembraria de mim.

—Como eu esqueceria? –Nakahara se pronunciou, não conseguindo segurar as palavras. —Err... você foi a primeira pessoa que me aceitou, Shirase. Você ficava por perto, me ajudava e era tão amigável comigo. Eu me sentia seguro. –Confessou, abaixando os olhos azuis.

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