Logo depois acordo, atordoada, sem noção de tempo ou espaço acreditando que tudo não passou de um sonho ou delírio desejando muito ver Freen e seu sorriso tímido de novo. Olho para o lado e a vejo ao meu lado preocupada. Estou deitada em sua cama enrolada até o pescoço em seus lençois e ainda assim está frio. Estou tremendo, mas sorrio convencida de que é real.
"Oi." Cumprimento sentindo-me cansada e sonolenta, me apresso em falar antes de adormecer de novo. "Você está bem, se sente melhor?"
"Você desmaia no meu sofá e está preocupada comigo?" Brinca tentando sem sucesso esconder sua preocupação. "Não se preocupe, descanse. Amanhã conversaremos quando estiver melhor. Eu não vou sair daqui."
"Pode ficar aqui comigo? Estou com frio." Pergunto me ajeitando no travesseiro com dificuldade para que ela possa sentar-se na cama. Ela se adianta para impedir meu esforço consentindo, sentando ao meu lado, eu deito minha cabeça em seu colo, por um momento, ela para sem reação, depois devagar pousa a mão em meus cabelos afagando-os até eu adormecer.
Durante o sono, sonho com ela, estou deitada daquele mesmo jeito em seu colo dizendo que a amo e ela retribui com seu sorriso mais encantador afirmando que ficaremos juntas para sempre. Parece tão real que não quero acordar. Pela manhã, a febre foi embora e ela se ajeitou na cama mais perto de mim, seu rosto tão sereno e tranquilo, tão lindo dormindo que não me atrevo a despertá-la deixando-a descansar mais um pouco.
Havia discutido com mamãe sobre meu trabalho no dia anterior, ela ainda insistia em me fazer desistir da ideia, brigamos e não nos falamos mais, não avisei que ia sair ou dormir fora de casa. Decido que ligar é uma boa ideia antes que Gerald relate minha cama vazia. Levanto procurando minha bolsa pelo quarto de Freen. Sem sinal. Abro a porta devagar para não acordá-la saindo na ponta dos pés ouvindo vozes vindas da sala, uma delas mais que familiar ecoando pelo corredor. Joe e Donna tentam convencer a mamãe de que eu estou bem.
"Senhora Armstrong é apenas um resfriado e a febre passou, Joe e eu cuidamos bem dela, não se preocupe. Ela só vai precisar ficar de repouso." Donna tenta explicá-la o que houve, mas minha mãe não está ali para conversa, quer me levar embora de vez daquela casa, quando percebe que eu estou na sala, vem até mim e me abraça cheia de drama.
"Ai, caramba, Rebecca! Estava preocupada com você! Não dorme em casa, não avisa para onde vai... a senhora Chankimha ligou hoje cedo para avisar que estava aqui doente e eu vim te buscar. Você está bem para ir para casa?"
"Estou bem mãe, não exagera, não é o fim do mundo!" Digo tentando afastá-la. Ela me segura a uma distância de seus braços.
"Não posso deixar de me preocupar com você! Ultimamente só tem me dado preocupações!" Resmunga pegando minha mão como se eu tivesse cinco anos. "Vamos para casa, lá você troca de roupa e eu ligo para marcar uma hora ainda hoje com o doutor Rogers só para ter certeza de que está tudo bem. Obrigada por tudo doutor Chankimha. Senhora Chankimha." Ela se despede apressada.
"Espera um pouco. Tem certeza que a gente não se conhece? Seu rosto é tão familiar..." Donna insiste intrigada e pensativa. "Não... você é Arisa Suwannarat!" Exclama Donna antes de sairmos. Mamãe para.
"Armstrong, por favor. Não uso meu nome de solteira há muito tempo." Corrige a mamãe parecendo ofendida ou pega em flagrante. Eu fico à deriva.
"Vocês se conhecem?" Donna se adianta empolgada.
"É claro, sua mãe e eu disputamos o mesmo namoradinho no colegial. Billy Kanpiang." Mamãe bufa ao lembrar.
"O pai do Non?!"
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A Garota Problema - FreenBecky
FanfictionCheia de privilégios e nenhum senso de responsabilidade, Becky Armstrong é uma adolescente que vive em numa cobertura na Firth Avenue em New York testando o limite da paciência de sua mãe. Com ex's encrenqueiros, convivendo com amigas que não pode c...