A garota insegura

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É tão bom estar com Freen, não me pressiona, é sempre carinhosa e gentil. Já a conheço há um tempo e confio nela o bastante para o segundo passo, mas noto que toda vez que tento algo, ela fica nervosa. Um dia após a aula nós fomos para casa dela estudar. Ficamos no quarto dela, sozinhas, Donna está de plantão e Joe ainda não chegou. Tento me aproximar de novo. Provoco, roubo beijos e carícias até ela não resistir. Jogando os livros em cima da mesa, ela agarra forte me beijando e deitando na sua cama. Desabotoa sua camisa e o clima está esquentando quando ela me interrompe.

"Espera! Preciso dizer uma coisa." Ela afasta meu corpo do dela e eu fico 'voando'.

"O que foi Freen? Toda vez que a gente tenta algo mais, você me interrompe. Tem algum problema?" Olho para ela esperando a resposta. Ela entende o que eu quero dizer e responde hesitante.

"Não, não é isso. É que..."

"'É que...'? Pode confiar em mim."

"Tudo bem. Mas... É embaraçoso dizer isso então..." Ela senta na cama e sento ao seu lado, após uma breve pausa ela começa:

"Em Chicago, tinha uma namorada de infância, Sally Benson. Nós planejamos alguma coisa especial para nossa primeira vez até que ano passado os pais dela decidiram se mudar para São Francisco e... Tem certeza que quer ouvir?" Confirmo com um gesto esperando curiosa e ela continua:

"Ok. Nós decidimos ter nossa primeira vez antes dela ir embora. Marcamos a noite de despedida. Fiz tudo especial, então logo depois descobri que ela tinha me traído com um cara mais velho dias antes. Fiquei arrasada. Me senti uma completa idiota. Terminamos e nunca mais nos falamos."

"Que vadia!" Exclamo chocada com sua revelação. Olho para ela cabisbaixo, sentindo que falta algo. Uma onda de aflição me invade fundo. "Tem mais alguma coisa. Você ainda gosta dela, é isso?"

"Não! É você que eu amo Becky, mas é que desde a Sally nunca mais... Fiquei sei lá sem vontade, até encontrar você. Não sei se estou pronta, você sabe né." Confessa sem graça.

"Não precisa se preocupar amor, eu não vou te julgar. Só quero ficar com você." Ela sorri mais tranquilamente.

Volto a beijá-la enquanto deitamos mais uma vez na cama e quando eu estou quase tirando sua camisa, seu pai entra no quarto com uma bandeja de lanches, nos pegando em flagrante. A garota de Chicago havia deixado a porta destrancada. Num salto, ela levanta da cama vestindo a camisa.

"Que susto pai! A gente só estava..."

"Estudando anatomia humana. Achei que fosse álgebra." Ironiza zangado. Ele abre a porta nos esperando. "Conhecem o caminho para sala."

É claro que tivemos que recolher o material e terminar o trabalho na sala, apesar de ter saído de lá sem entender nenhuma página daqueles livros.

Passamos o resto da semana estudando na biblioteca, pois não conseguimos nos concentrar quando ficamos sozinhas entre quatro paredes. E eu já começo a entender o que minha professora dedicada tenta me explicar. Como esperado, Freen tira a maior nota da sala e até que o meu "B-" não é tão ruim.

No sábado combinamos de comemorar minha nota sendo só mais um pretexto para nos encontrar sem nenhum incômodo. Estamos no cinema, na verdade não conseguimos assistir nada, pois ficamos ocupadas demais com os "amassos" no escurinho agradável da sala.

O melhor é acordar no dia seguinte com sua doce voz ao telefone dizendo está com saudades e me convidando para passar o domingo inteiro na casa dela. Sem demora, coloco meu pulôver listrado favorito, uma skinny escura, calço minhas botas cano longo e pego um longo casaco claro para o dia frio que ia encontrar lá fora. Estou tão ansiosa para encontrá-la que desço correndo as escadas, encontrando Matt no caminho. Beijo seu rosto desejando um "bom dia" animado e ele sorri adivinhando para onde eu ia desejando também um bom dia para mim. Mamãe não havia voltado da Califórnia então não há problema, pego um táxi e vou direto para o brunch com os Chankimha.

A Garota Problema - FreenBeckyOnde histórias criam vida. Descubra agora