A garota e os feriados em família

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O ambiente é bem familiar, a comida caseira de Donna, a árvore que Joe e Freen montam com a alegria de duas crianças no meio da sala e todo o carinho pelo qual me receberam em sua casa, me deixam confortável, como se estivesse na minha própria casa. Isso é algo significativo para mim, pois há muito tempo não me sinto bem na mansão, é muito bom ter um lugar acolhedor para fugir dos problemas de vez em quando. Renée chega alegrando ainda mais a casa com seu bom humor excêntrico cheio de bondade.

Nos divertimos muito durante o jantar conversando animados. Depois da refeição, enquanto Joe, Renée e Donna vão tomar café na sala, Freen e eu lavamos a louça suja na pia. Ela beija meu rosto e me faz gestos de carinho o tempo todo brincando com o sabão e fazendo bagunça até terminar de lavar e ir encontrar os anfitriões na sala. Ela estava ansiosa para a troca dos presentes, mas me deixou começar.

Presenteio Joe com uma carteira de couro e a Donna uma bolsa da última coleção da Channel. Eles me dão um casaco, um par de luvas entre outros acessórios para inverno me empacotando de roupas o mesmo que fazem com Freen. Dou a Renée um ​Ipod​ com minhas músicas preferidas que ele também gosta, ele sempre jovial se enturmando com a galera mais jovem da agência.

Meu melhor presente é o livro Orgulho e Preconceito de Jane Austen ​que eu vou começar a ler imediatamente depois de ouvir o resumo de Freen sobre o livro. Renée então começa a falar sem parar sobre sua carreira internacional com modelos, as famosas com quem trabalhou e estimulando a gente a fazer mais fotos juntas nos elogiando como "casal teen". Mesmo com a insistência do tio, Freen não muda de ideia, ela prefere o anonimato, ficar por trás das câmeras e não diante delas. Empolgado, Renée me conta sobre o começo de sua carreira em New York quando era só um fotógrafo inexperiente e o quanto gostava das visitas dos sobrinhos, fotografando os pequenos enquanto brincavam no Zoológico do Central Park.

Fico contrariada sabendo que não fui a primeira a mostrar a cidade para ela, mas logo perdoo sua desculpa de que sou melhor guia que seu tio atrapalhado. Nos beijamos carinhosamente sendo interrompidos por um pigarro de Joe. Nos desculpamos e eu continuo a conversa perguntando da infância da minha amada tentando apagar nosso constrangimento. Donna levanta empolgada indo pegar as fotos de bebê da filha ignorando a repreensão dela constrangida. Ela volta com uma pequena caixa de papelão colorida em que guarda as fotos. Abrindo, ela tira algumas e me entrega.

Folheando uma por uma, surge de repente no meio delas algo que me surpreende. Freen beija o rosto de uma garotinha enquanto as duas estão sentadas no colo do papai Noel.

"Donna, de onde é essa foto?" Pergunto curiosa mostrando a foto a ela.

"Ah! Essa Freen tinha quase seis anos. Fomos ao ​Rockefeller Center​ ver o papai Noel e essa aqui não perdeu a oportunidade."

"Eu só estava tentando acalmá-la."

"Ela queria uma foto com o papai Noel, mas a babá estava apressada, a fila estava imensa e eu a chamei para a foto com a Freen."

"E então enviou dias depois uma cópia dessa foto para casa dela."

"Como sabe disso?"

"Porque essa garotinha sou eu!" Freen e os outros pulam no sofá se aproximando para examinar a tal foto. "Nossa! Eu não acredito! Tenho uma foto igualzinha a essa num álbum lá em casa!" Exclamo admirada.

Diante daquela coincidência, conto o que aconteceu naquele dia. Meu pai estava viajando, ele quem me levava para ver o papai Noel todo ano na véspera de Natal, era a tradição, mas não daria tempo dele chegar para as fotos e mamãe estava ocupadíssima com os preparativos da festa dos Armstrong. Martha, nossa governanta, arrumou um tempinho e me levou para um passeio na pista de patinação. Mas não poderia ficar horas na fila só para que eu tirasse uma foto com o papai Noel. Foi aí que chorei chamando a atenção de todo mundo que olhavam com cara feia para ela.

A Garota Problema - FreenBeckyOnde histórias criam vida. Descubra agora