A garota nada inocente

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Na manhã seguinte começamos a nos preparar para voltar para casa. Freen foi na frente com seus pais e minha mãe apressada entra no banheiro enquanto tomo banho e não a percebo, até ela se admirar com o que vê. Há algumas manchas e arranhões pelo meu corpo, ainda doloridas, mamãe me pergunta sobre elas e quando dou uma desculpa qualquer fico surpresa de ter aceitado sem questionar. Ela só me apressa informando sobre a chegada do motorista e sai para me esperar no carro.

Omiti a verdade por não querer que saiba o real motivo delas. Ela surtaria.

Voltamos para casa e ela agora anda estranha se preocupando a toa quando vou a casa da Freen naquela noite. Na casa dela sinto o mesmo clima com seus pais que só é confirmado na noite seguinte em que ficamos sozinhas no apartamento e sem querer quando estamos tentando esquentar o clima no sofá, Freen desastrada, cai sobre mim e bate o cotovelo perto do meu olho esquerdo. Joe entra em casa, ouvindo quando ela me pede desculpa na cozinha, me vendo colocar um saco de ervilhas congeladas no rosto.

"O que está acontecendo aqui? Becky, você está bem?" Pergunta se aproximando, preocupado.

"Ela está bem pai, não aconteceu nada, foi só um..." Freen tenta se explicar, mas Joe a interrompe grosseiro.

"Não perguntei para você, perguntei para ela. Se você tiver feito alguma coisa Freen..."

"O que acha que eu fiz com ela? Eu nunca a machucaria!"

"Ei, eu estou bem aqui. Importam-se?" Digo irritada. Eles param a discussão ouvindo o que tenho para dizer. "Joe não aconteceu nada demais, foi só um acidente."

"Não foi o que sua mãe disse quando conversamos ontem à tarde. Não queria acreditar no que ela me falou, mas diante dos fatos..."

"O que exatamente minha mãe disse ao senhor? Não, não, não, nem precisa responder! Ela deve ter exagerado, aumentado a coisa toda só porque ela viu algo em mim. Típico dela!" Adivinho furiosa. Eu sei bem do que ela é capaz. "Ai, ai, se duvidar, ela até o ameaçou se o senhor não fizesse nada a respeito! Eu a conheço bem demais para saber! Como fui tola em acreditar que deixaria quieto!"

"É, foi quase isso." Concorda preocupado. "Mas não lhe tiro a razão, ela está preocupada com você e agora eu também. Precisam me contar o que realmente aconteceu com vocês duas aqui ou vou ter que fazer isso numa delegacia?"

"Pai confia em mim, não é o que você está pensando." Freen confessa chateada.

Ela olha para mim e com um gesto permito que continue o relato. Ela tira metade da camisa e mostra ao pai algumas marcas de arranhões e manchas roxas doloridas pelo corpo. Logo Joe entende todo nosso drama ao falar a verdade.

"Então foi ​isso?" Ele disfarça o riso de alívio e diversão.

"Não, não foi ​só isso​." Freen começa a explicar. "Damos uma volta depois da meia noite no ano novo e acabamos caindo em cima de algumas rochas na ​Cliff Walk​, enquanto pulava a cerca de proteção. Ela disse que era seguro descer até a praia. Eu deveria ter obedecido à placa de aviso para não ultrapassar..."

"Desculpa..." Digo arrependida e ela me dá um olhar compreensivo. Freen tenta terminar o relato.

"E ​isso​..."

"É o que adolescentes fazem sozinhas numa casa com o aquecedor quebrado." Joe completa brincalhão referindo-se aos arranhões no corpo da filha. "Tudo bem, vocês são jovens uma hora isso acontece."

"Agora entendo por que seu ex te chamava de gatinha." Freen responde brincando mais relaxada.

"Freen!" Repreendo envergonhada.

A Garota Problema - FreenBeckyOnde histórias criam vida. Descubra agora