A Garota Problema - FreenBecky

A garota do passado

Garota problema é uma ótima definição para mim agora. Ao voltarmos à escola após o longo feriado, tudo parecia normal, minhas "abelhas", como Freen chamava as garotas da escola, voltaram a me perseguir pra todo lado depois de cansarem da chata e invejosa Sue Collins e suas festas de fim de ano, as garotas do time convidaram Freen para jogar bola no fim de semana e Irin continuava tentando uma relação com Non apesar dele dar algumas mancadas de vez em quando. Como disse parecia normal, mas tive uma surpresa que embora devesse ser não foi nada agradável.

Noey retornava a seu cotidiano escolar reprimida e com um plano de vingança contra nós que logo colocaria em prática. Quase caí pra trás, quando a vi em frente ao seu armário no corredor naquela manhã. Ao perceber meu espanto, ela se aproximou com seu andar calmo e atraente para me cumprimentar da sua maneira mais desagradável.

"Não cumprimenta mais as amigas Becky?" Estava tão surpresa em vê-la que as palavras faltaram me fazendo gaguejar.

"Não, quer dizer, sim. Como vai Noey?"

"Eu diria 'estou muito bem', mas seria mentira. Quase morri, fiquei naquele hospital por semanas, sem visitas, sem amigos. Só meu pai vinha de vez em quando para saber se ainda estava viva e agora você me pergunta ironicamente como é que vou."

"Não foi ironia. Olha Noey, eu sinto muito por tudo o que aconteceu, mas muita coisa mudou enquanto você estava em Londres. Fico feliz que está tudo bem agora. Só não queria que ficasse ressentimentos entre nós..."

"Ressentimento? Essa não é a palavra certa... Talvez decepção seja a correta. Estou muito decepcionado com você Becky, pensei que éramos amigas. Podia esperar essa atitude da minha irmãzinha e do idiota do Kanpiang, mas de você..." Eu ia me defender daquelas acusações injustas, mas fui interrompida com a chegada de Freen. Ela me cumprimenta com um beijo na frente do Noey. Tento apresentá-las.

"Freen essa é..."

"Noey Vorrakittikun." Ela me interrompe adiantando-se exaltada para cumprimentar Freen. "A ​amiga​. Você deve ser a nova... Deixa pra lá. A gente se vê por aí, e Becky eu vou ficar bem. Depois de jogar um pouquinho."

Noey concluiu nossa conversa com uma ameaça sutil e um sorriso maquiavélico, me deixando preocupada, mas Freen só percebe que Noey era a garota da primeira vez e isso a deixa perturbada. Logo a tranquilizei dizendo que Noey era só minha amiga pelo menos é o que ela disse ser. Fui para aula com ela ainda intrigada com aquela história mal contada.

Na aula de inglês, Noey me passou um bilhete convidando para uma festa na sua casa naquela noite querendo conversar. Confirmei minha presença escrevendo no bilhete e Freen ficou desconfiada ao me ver devolver o papel embrulhado. Assim que acabou a aula, ela veio me perguntar sobre o bilhete e não omiti o convite para uma festa mentindo sobre minha presença. Não queria mentir, mas se ela soubesse, não me deixaria ir sozinha, porque está morrendo de ciúmes de Noey. Queria concluir a conversa de mais cedo e com ela ao meu lado nunca poderia ficar a sós com Noey.

À noite, fui à sua festa, os convites eram espalhados boca a boca por essa razão estava sempre lotada por pessoas que nem ela conhecia. Também não se importava que fossem atrapalhar a escola ou se iria irritar seu pai. Irin tinha ido pra casa do Non e por lá deveria ter ficado. Procurei Noey por toda parte na cobertura dos Vorrakittikun até encontra-la rodeada de "amigos", ela me cumprimentou e fez todos saírem da sala para ficar sozinha comigo. O assunto não podia sair dali.

A sala era um escritório bem decorado com uma infinidade de livros numa enorme estante e uma obra de arte na parede. Havia uma mesa com uma bela cadeira de couro e um pequeno sofá de tecido aveludado no qual ela estava sentada. Bateu levemente na almofada ao seu lado como pedido para me fazer sentar. Ela estava radiante, seu cabelo que havia cortado antes do verão, deixou crescer, seus olhos castanhos e sombrios cintilavam e o seu perfume inebria o ambiente. Vestia-se como um príncipe inglês portando-se como tal parecendo encantadora quando fica de boca fechada. Também estava bronzeada depois de viajar pela América do sul após ganhar alta do hospital. Por mais que ela fosse, a maioria das vezes uma canalha, gostava dela como amiga. Sentando ao seu lado fui direto ao assunto.