A Garota Problema - FreenBecky

A garota desiste do amor

Entro em desespero. Não importa o que os outros vão pensar, mas eu não posso deixar Freen pensar mal de mim de novo. Eu não posso perdê-la mais uma vez. Imploro chorando aos meus pais que não me deixem lá. Os enfermeiros me tiram de dentro do carro a força me levando para dentro da clínica e meus pais estavam quase desistindo quando o doutor os aconselha a não ceder as minhas vontades que era normal aquele tipo de comportamento nos primeiros dias na clínica e que logo eu ficarei bem. Ele pede para eles irem embora e me leva para meus novos aposentos.

O quarto é pequeno, mas bem aconchegante. Com uma cama de solteiro bem arrumada e dois criados-mudos, um deles com um abajur e o outro um vaso de flores. Há também uma poltrona no canto e uma cômoda para guardar meus pertences. Fico isolada por horas até me acalmar então alguém vem enfim conversar comigo. É uma mulher aparentemente jovem, negra de olhos castanhos claros me oferece água e comida que eu recuso.

Minha única vontade é sair dali. Ela se apresenta como doutora Reynolds, minha psicanalista que cuidará do meu caso começando a fazer perguntas para iniciar o suposto tratamento. Eu só deixo claro achar tudo aquilo ridículo e desnecessário, mas para ela eu só recebo a ajuda que preciso. Por um momento parece que ela ia saber lidar comigo que ia entender a situação. Isso me deu esperanças e acabo explicando o que aconteceu pedindo sua ajuda para me tirar dali, mas ela só me trata sutilmente como uma viciada querendo fugir para usar mais drogas. Bufei frustrada. Depois de me fazer um monte de perguntas, ela saiu me deixando novamente naquele quarto, sozinha e frustrada.

Os dias que passo na minha 'prisão confortável' foram terríveis, não posso ver ou falar com ninguém além dos funcionários e médicos especialistas que me ocupam o dia inteiro com sessões e exames que eles dizem ser de 'rotina'. Se eu não estivesse louca, com certeza vou ficar se passasse mais tempo nesse lugar.

Após duas semanas fazendo o que mandam me comportando o máximo consigo liberar minhas visitas. Os primeiros a vir são meus pais que ficam muito felizes em me ver se recuperando, eu já entendi e perdoei minha mãe pelo seu ato desesperado de tentar me salvar. Pergunto por Freen, tio Stefan e Matt, ela desconversa dizendo que apenas Matt espera do lado de fora para falar comigo, papai fica me aconselhando e prometendo que logo sairei de lá.

Eles ficam pouco tempo, pois minha próxima visita quer muito me vê. Matt entra no quarto com cara de quem não dorme há dias preocupado assim como meus pais. Ele também não acredita em mim, acabamos discutindo e ele tem de ir embora. Suspendem minhas visitas até segunda ordem, pois havia acabado com meu estado harmônico me deixando nervosa e agitada.

Depois que eles vão embora eu choro. É um choro de raiva, dor e saudades. Não aguento mais ficar ali sem poder provar que estão errados dessa vez. Também quero muito ver uma pessoa e só com ela me importo. O que estará pensando sobre mim naquele momento? Mal sabia que depois do desagradável dia que tive, minha noite seguinte seria mais que especial. Estava sentada no chão procurando alguma coisa para me distrair nas gavetas da cômoda, quando sinto uma presença atrás de mim.

"Alguém aí precisa de companhia para essa noite?" Pergunta Stefan com humor.

Me viro rápido e posso vê-lo parado na porta do quarto acompanhado por alguém que sonhava encontrar, mas sem acreditar que estava ali. Freen o acompanha, meio acanhada, esperando minha autorização para entrar.

"Tio Stefan! Freen!"

Eu os olho surpresa e feliz por estarem ali. Levanto correndo e abraço ambos bem forte passando um tempo a mais abraçada com Freen sentindo seu cheiro gostoso desfrutando do seu beijo carinhoso. Tio Stefan tende nos interromper com um pigarro para nos separar.

"Olá querida, como está?"

"Bem melhor agora com vocês aqui! Como conseguiram entrar? Minhas visitas foram suspensas pelo doutor." Reviro os olhos contrariada. Stefan cutuca Freen com o cotovelo fazendo ela sorrir.