A Garota Problema - FreenBecky

A garota e o plano B

Uma vez eu ouvi em algum lugar, não lembro onde especificamente, apenas essa frase não saiu da minha cabeça: "Esteja sempre pronta para um plano reserva.". Eu já estava pronta e torcendo para que desse certo. Tenho que conseguir a senha correta antes da polícia chegar e farei de tudo para isso. Ele entra no escritório sozinho e eu finjo mexer nas garrafas de bebida dele atrás do balcão perto do cofre.

"Procurando alguma coisa Rebecca?" Perguntou intrigado.

"Sim, mas já achei!" Levanto subitamente eufórica atrás do balcão segurando uma garrafa de uísque Label​ dezoito anos que ele ganhou do vovô Somchai quando voltou de viagem anos atrás. "Disse que só abriria numa ocasião especial... Que ocasião melhor que essa?"

Ele está tão surpreso que fica calado me observando continuar. AbrI a garrafa lacrada pegando os copos no balcão e nos servindo enquanto tento ludibriá-lo. Ele deixa o copo de lado.

"Pensei muito até perceber que estava certo sobre nós."

Após servir, bebo o meu uísque de uma vez só. O que farei em seguida precisa de coragem e o álcool me dará isso. Sirvo mais um e bebo mais um pouco. Deixo meu copo meio cheio em cima do balcão. Ele ainda me olha intrigado.

"Aonde está querendo chegar?" Pergunta me permitindo se aproximar. Passo minhas mãos no seu paletó notando que ainda guarda sua arma dentro do bolso interno. Ele segura meus braços me afastando de si desconfiado.

"Quero saber se ainda tem aquele anel de diamante. Se a sua proposta ainda estiver de pé, quero ir com você."

"Está brincando comigo de novo Rebecca?" Ele resolve beber um pouco do copo me encarando à espera de sua resposta.

"O que foi Miller? Não tem ninguém aqui além de nós dois. Pode me chamar de minha menina."

"Não sei do que você está falando." observo ele começar a procurar algo entre livros e objetos na sala.

"Tudo bem, eu sei que não confia em mim. Eu dei muito trabalho para você. Mas eu estou falando sério. Quero ir embora daqui. Me cansei dessa mesmice, preciso de novos ares e já que a mamãe finalmente sabe sobre a gente, não temos mais que esconder nada de ninguém."

"Você não sabe o que está falando."

"Eu sei sim. Eu vou com você para o lugar que quiser. Só que eu prefiro ir para as Bahamas, depois a gente pode rodar o mundo e sei lá, morar em Veneza, você sabe como eu gosto de barcos."

Sua busca é satisfatória. Ele sorri confiante.

"Não tem câmeras. Nem escutas. Está falando sério mesmo minha menina?"

"Amo quando me chama assim." Sorrio fingida tentando disfarça o desconforto no estômago. "E então cadê o anel de diamante? Meu rubi está tão solitário..." Digo mostrando minha mão esquerda com um único anel de rubi no indicador. Vagarosamente ele se aproxima.

"Ainda falta uma coisa."

"O que? Se forem as malas, posso arrumar agora mesmo só que eu ia preferir comprar tudo novo!"

"Eu quero um beijo." Exige, tocando meu rosto. Desvio dele enrolando.

"Primeiro, eu quero meu anel aqui no meu dedo."

"Está no cofre. Me dá um minuto que eu pego para você." Ele se afasta até o balcão e se abaixa para acessar o painel digital para inserir a senha numérica. Tento ver a senha digitada, mas não consigo. Frustrada, tento obter a bendita de outra forma.

"Ah é, temos um cofre." Finjo indiferença. "O que guarda nele além do meu anel?"

"Documentos importantes, escrituras de imóveis, algum dinheiro e joias da sua mãe." Ele levanta subitamente saindo de trás do balcão com a caixinha na mão. Eu continuo.