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Desfile de entrada

- Rose!!, Gritou Cley, Junto com Uriela, enquanto entravam furtivamente no meu quarto.

-O que está fazendo para demorar tanto?" Diz Uriela, aparentando estar brava.

-Vamos perder o ônibus", diz Uri ainda brava.

-Calma, só estou fechando a mala.

Eles me ajudam a fechar a mala e Cley pergunta: "Afinal, o que está trazendo nisso? Por acaso tem chumbo aqui dentro?" Com a voz afetada pelo peso que estava carregando na mala.

-Não tem muita coisa, apenas trouxe minha máquina de costura que minha mãe me deu...

-Você falou com ela, Rose? -Perguntou-me Uriela curiosa.

Desvio o olhar para o espelho, pego um batom que estava sobre a penteadeira e respondo: "Já faz uma semana que ela não fala comigo, desde que eu disse que aceitaria a proposta."

-Não se preocupe, Rose, ela um dia vai te agradecer por seguir seu próprio caminho. Diz Uriela ainda com estrelas em seus olhos, eu sabia que ela estava preocupada comigo, mas não queria preocupá-la.

"Vamos logo!"Falou Cley, agora bravo, pois estávamos muito atrasados.

Caminhamos até o ponto de ônibus e o pegamos. No caminho, contamos o dinheiro que tínhamos arrecadado juntos. Nós éramos pessoas pobres e só juntos conseguimos o suficiente para nos manter por uns dias, mas não podíamos deixar que isso nos abalasse, afinal a oportunidade que estávamos em busca era única.

-Uri, já falou com a dona da pensão onde ficaríamos? Questionei curiosa.

-Sim, mas então... Repentinamente, recebemos mensagens para cada um de nós ao mesmo tempo. Abrimos nossos celulares flip, abrindo a tampinha que cobria a parte frontal do aparelho e logo olhamos uns para os outros tentando encontrar em nós mesmos a coragem para continuar, abrimos as mensagens com um clic.

"Bem-vindos à Selene Fashion, nosso primeiro expediente começa hoje. Venham bem vestidos." Assinado: Laenyr Corvet.

"Como hoje? Eles avisaram de última hora!", diz Uri em desespero.

"Calma, estamos quase chegando na cidade. Vai dar tudo certo", falei isso, apenas por falar. Eu sabia que naquele momento tudo poderia dar errado e, mesmo em desespero, me apressei para terminar de contar o dinheiro.

Chegamos, o ônibus parou em uma pequena estação, muito lotada. Eu só conseguia reparar nos carros passando pela estrada sem parar, aquilo era incrível e foi o suficiente para me deixar encantada por aquela cidade, alguma coisa me dizia que aquilo era apenas o começo. A pequena cidade onde morávamos mal tinha trânsito, o máximo que tínhamos de diversão era uma pequena praça que quase todos os jovens iam.

"Vamos!" Diz uriela apontando para nós a direção, ela já tinha visto antes para aqui como forma de prevenção, eu e Cley somos dois leigos em relação a nos localizar, viver em uma cidade do interior nos tornou pessoas assim. Caminhamos rapidamente sob um enorme calor, que aos poucos faziam pequenas gotas de suor escorrerem pela minha testa, viramos a esquerda e as lojas me impressionavam, as pessoas felizes vivendo suas vidas sem se importar com oque o outro faria, realmente esse ambiente agora era bem diferente, caminhamos mais rapido chegando logo em um pequeno mausoléu.

A casa antiga exalava uma aura vitoriana decadente, como se o tempo tivesse esculpido cada detalhe com mãos implacáveis. Sua pintura branca, outrora brilhante, agora se mostrava manchada e desgastada, como um fantasma do passado. As pilastras, imponentes e desgastadas pelo tempo, conferiam ao lugar uma morbidez silenciosa, quase funerária. As enormes janelas, que pareciam olhos observando o vazio, contrastavam com o jardim ao redor, onde a vegetação ainda lutava para viver. Lá fora, a casa parecia abrigar vida; mas ao olhar para ela, não pude deixar de me perguntar se alguém realmente poderia viver lá dentro.

Fashion'a Kill'aOnde histórias criam vida. Descubra agora