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- Ainda não me disse o que veio fazer aqui. Tenho certeza que não foi apenas me ver.
Olhei para o meu irmão, que andava pela oficina com seu jeito arrogante, tocando em tudo com desinteresse, eu ainda estava processando que ele estava mesmo aqui, e chegou no momento exato para me salvar de algo que eu provavelmente me arrependeria.
Onde eu estava com a cabeça querendo tocar em Lisa? Ela me tirava totalmente do sério, ainda mais quando tinha a audácia de me desafiar, sem se importar com as consequências.
- Eu quero assistir. - Tae comentou brincando com uma chave de rodas.
- Assistir o quê?
- As lutas. Sei que anda lutando clandestinamente por aí.
Respirei fundo, passando a mão pelo pescoço.
- Você não vai participar. - Eu avisei cortando o seu barato.
- Eu disse assistir.
- Conheço você, Taehyung. Não deveria estar focado apenas na faculdade e
nos jogos?
- Não banque um de Namjoon para cima de mim, você nunca foi bom nisso. - Ele bufou.
- Não estou bancando um de Namjoon, só não quero que você cause problemas ou se machuque.
- Por que acha que eu me machucaria? - Tae abriu um sorriso debochado. Porque ele era apenas um moleque impulsivo de dezenove anos, que talvez estivesse perdido no mundo, mesmo tendo tudo do bom e do melhor.
- Quem entra para lutar no círculo, não está se importando com o seu rostinho bonito ou se estará vivo no fim da luta e além do mais, você não tem idade para isso.
- Eu só quero apostar, já disse, não vou lutar. Se não me levar, conto ao Namjoon o que Rosé anda fazendo. Quem sabe ele não manda ela para fazer uma faculdade fora? - Ameaçou, me fazendo lembrar no que esse
garoto era bom em fazer desde pequeno.
Era um filho da mãe fofoqueiro maldito, que sempre entregava nossos planos para meu pai ou Namjoon. Tae já me fez querer enforcá-lo diversas vezes, mas eu tentava entender que era apenas um irmão mais novo idiota querendo chamar atenção.
- X9 morre cedo, moleque. - Eu dei um tapa no seu ombro, o fazendo rir. - Não se trai a família.
- Eu não sou da família, de qualquer forma. - Deu de ombros, com a feição fria.
Desde criança, Tae carrega nas costas a culpa de ser o filho bastardo.
- Você tem o sangue de um Kim correndo nas veias, se não somos uma família, não sei o que você pode ser. Agora pare de ameaçar o seu irmão mais velho e vamos subir e comer o almoço ruim de Luke. - O empurrei em direção à saída da oficina.
