Enquanto a noite avançava, os MAG se reuniam cada vez mais, buscando aliviar o frio que penetrava em seus ossos com o vento que uivava. Eles riam como se estivessem sob o efeito de um remédio para o riso, como cães em matilha expressando gratidão aos seus santos pelo que tinham. "Estou indo, galera, deu minha hora." - Niel se levantou, ainda rindo. Ele pegou sua jaqueta de couro feita à mão. Uma trovoada ressoou, e nos céus altos, parecia ter criado uma imensa barreira de vidro, como se o céu estivesse prestes a se partir ao meio. A quantidade de estrelas e a clareza do céu azul-marinho combinavam perfeitamente com o ambiente. Um raio cortou o céu, fazendo Niel se encolher.
"Com medo?" - Saiph perguntou, enquanto fumava um cigarro de ervas e devorava pedaços de carne crua. Seu rosto sujo de sangue, ao lado dele, Morango sem camisa também fumava, saboreando a carne do animal. Era uma cena perturbadora para Niel.
"Estou sim. Alguém se oferece para me acompanhar até em casa?" - Niel brincou, com as mãos na cintura e um sorriso largo.Enquanto todos permaneciam em silêncio, prestes a oferecer sua companhia, Muss se levantou, batendo nas mangas de seu casaco enquanto se dirigia a Niel. "Eu vou com você", disse Muss.
"Ei, eu ia", disse Stef, com um sorriso envergonhado no rosto. Muss apenas acenou com a mão para trás, enquanto puxava Niel em direção à selva para irem embora. Niel acenou de longe, despedindo-se.Stef olhou para baixo e, ao virar o olhar para Saiph e Morango, viu-os sorrindo de forma peculiar. "O que...?" ela disse, dando um pequeno passo para trás.
Enquanto isso, Niel e Muss se afastavam cada vez mais, caminhando lado a lado. Niel suspirou, oferecendo o braço para Muss, que parecia distante. "Tudo bem, Muss?" Niel perguntou, preocupado.
"Acho que sim. Só estou sentindo algo muito estranho... vindo da Stef. Não só dela, mas também de Saiph e Morango. Este lugar está cada vez pior", disse Muss, com o olhar fixo em seus pés enquanto tentava navegar pela escuridão da selva.Quando chegaram à beira do rio congelado e da selva, Niel se sentou em um galho caído, de frente para o lago. Dando dois tapinhas ao seu lado, ele chamou Muss, que se sentou sem hesitar. Niel tirou um tabaco de sua bolsa e o acendeu, enquanto a luz da lua refletia no gelo do lago, criando uma cena deslumbrante.
"Muss, eu recomendo muito que você converse com o Zezé, sabe? Tem algo nele... que mexe comigo. O jeito que ele fala, sua sabedoria... é tudo tão específico", disse Niel, enquanto tragava o cigarro. Muss olhava para baixo, seu longo cabelo cobrindo seu rosto. "Só não deixe isso te consumir, ok?", continuou Niel, passando a mão pelo ombro de Muss em um gesto reconfortante de amizade. Por um tempo, eles ficaram em silêncio, apenas aproveitando a presença um do outro. Muss não disse nada, mas as palavras de Niel ecoavam em sua mente.
Após se despedirem, Muss estava lentamente voltando para casa, cantarolando uma música que ele mesmo havia feito, batendo as mãos na batida e se perdendo na melodia.
No entanto, seu olfato aguçado captou um cheiro peculiar no ar, e seus olhos verdes se iluminaram como os de um animal selvagem. Ele se viu sendo puxado na direção do odor, sua mente ecoando um som angustiante enquanto ele acelerava entre os galhos e cipós, suas mãos ágeis se agarrando às árvores enquanto ele corria cada vez mais rápido.
Com a respiração ofegante e um sentimento de agonia crescente, o cheiro se intensificou, e Muss percebeu que talvez estivesse se perdendo na densa vegetação. Sua visão começou a turvar e a escuridão da selva se fechou ao seu redor, o cheiro se tornando cada vez mais pútrido, causando náuseas e tontura.
"Essa ilha virou a própria ilha da boêmia, onde a noite todos os gatos são pardos", murmurou Muss em meio à sua agonia, mas um grito ecoou em seus ouvidos, quebrando seus pensamentos e o fazendo recobrar um pouco de lucidez.
Ele tentou se libertar, mas algo o prendia, suas pernas pareciam ter sido tomadas pelo medo, tornando-se trêmulas e incapazes de responder aos seus comandos. Um sentimento de pavor o envolvia por completo, deixando-o pálido e indefeso. Muss agoniava-se entre os cipós, seus olhos turvos refletindo a dor e a angústia que tomavam conta dele.
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The Mag
FantasyThe Mag se trata de uma história de fantasia rpg, onde conta a história da minha vida de forma mágica. Com um grupo de 4 adolescentes, eles entram em um tabuleiro de rpg e então suas vidas acabam de ficar mais interessantes Lembrem-se sempre! Tudo c...