[Epílogo]
Yuna voltou para casa naquela mesma manhã, ninguém percebeu sua ausência e muito menos sua chegada. Entrou pela cozinha e foi direto para o quarto, se jogou na cama e olhando para o teto detalhado com pinturas em ouro, sorriu de orelha a orelha, estava tão feliz que não conseguia conter a alegria em seus lábios, foi quando seu sonho virou pesadelo, a porta se abriu de abrupto e bateu na parede e um grito foi proferido a ela:
— AONDE VOCÊ ESTAVA!?! — o governador entrou bufando e batendo os pés fortemente no chão, vindo com rapidez até próximo de Yuna, que sentou na beirada na cama rapidamente com uma expressão de medo.
O Governador puxou ela pelos braços colocando-a em pé a sua frente, segurando com força os braços de Yuna e a olhando de tão perto, que Yuna via as veias vermelhas saltarem nos olhos dele.
— EU NÃO VOU PERGUNTAR NOVAMENTE YUNA!! — gritou ele enfurecido.
A alegria que Yuna sentia, se esvaiu pelas lágrimas que agora ela derrubava sem esforço, o medo que ela sentia, fazia seu coração quase parar e o sentimento que antes havia ido embora, agora tinha voltado e o pensamento voltou a sua mente, "não quero mais isso".
— Est...estava... no... jardim...— ela falou quase que como um sopro e foi jogada contra o colchão.
— Da próxima vez que eu lhe procurar, espero que você esteja me esperando, de bom grado e me sirva como eu lhe mandei, se não acabarei com o que resta de bom na sua vida. Agora tire essa camisola e faça tudo o que eu mandar, VOCÊ ME ENTENDEU?
— entendi.
A morte era bem mais convidativa do que esse tormento que Yuna vivia.
...
O tempo passava se arrastando dentro daquele quarto gelado, sentada na mureta da varanda, ela esperava um sinal vindo da floresta.
Um uivo, que só ela ouvia, "é ele!", ela saiu correndo pelos corredores vazios e foi de encontro ao seu amado, que a esperava tão ansioso quanto ela.
Sun havia prometido a Yuna, que a veria todos os dias, mas para não levantar suspeitas, eles decidiram se encontram, apenas três dias na semana, na floresta densa, a luz da lua, tão romântico quanto o amor imenso que eles sentiam um pelo outro.
O amor proibido, que trazia consigo o prazer do oculto, a delícia de sentir a adrenalina correr pelas veias, ao fugir de sua prisão para poder sentir o sabor doce dos beijos de seu amante.
Sun a queria somente para si, mas Yuna tinha em seus pulsos uma algema invisível, que a prendia ao seu mais profundo pesadelo, se ela pedisse sua alforria, o Governador a matava, por saber demais dos planos do seu governo sujo, não havia saída, mas isso era o que ela achava.
...
Os encontros vinham acontecendo sem nenhum impedimento, foi quando em um dia frio, ela acordou se sentindo mal, passou a noite vomitando e acordou fraca, ela se encontraria com Sun naquela manhã e precisava avisa-lo que não iria, mas como?
Yuna só confiava em uma das empregadas, que sempre cuidou dela quando o Governador passava pelo seu quarto, então ela a chamou.
— Mi-Cha, preciso lhe pedir um favor. — dizia Yuna com a voz arrastada, deitada na cama.
— Diga Dona Yuna. — se compadeceu a senhora de meia idade, uma das últimas sobreviventes da terrível garra do Governador.
— Preciso que entregue este bilhete a um moço que me aguarda na floresta. Eu iria encontrá-lo, mas não me sinto bem e não conseguirei ir. — Yuna entrega nas mãos da mais velha, um bilhete em papel amarelado, com detalhes delicados nas bordas.
— Quer que eu entregue para o senhor Sun, Dona Yuna?
Yuna se ergueu na cama, sentou-se ainda em baixo dos lençóis, com seus olhos espantados, pensava em uma desculpa para a serviçal, mas foi interrompida antes de conseguir processar qualquer palavra.
— Não se preocupe Dona Yuna, seu segredo sempre esteve mantido comigo. — Mi-Cha falava baixinho — eu nunca tiraria o senhor Sun de você, depois que você começou a se encontrar com ele, seu semblante mudou, vejo sorrisos e um bochecha corada e isso traz alegria ao meu coração. — A serviçal pegava nas mãos de Yuna com amor — vou entregar o bilhete e retorno para cuidar da Senhora.
Mi-Cha fez uma breve reverência a Yuna e saiu do quarto a passos largos. E Yuna se sentiu aliviada de agora poder dividir seu segredo com alguém.
Depois de longos minutos, Mi-Cha aparece na porta do quarto, pedindo licença para entrar e fechando a porta atrás de si.
— Deu tudo certo, Dona Yuna. Ele ficou muito preocupado, mas eu prometi que cuidaria da Senhora.
— Muito obrigada, me sinto mais calma agora que sei que Sun sabe que estou bem, tive medo dele invadir o palácio atrás de mim, caso eu não aparecesse para encontrá-lo na floresta. — Yuna sorri de canto de boca, envergonhada pelo pecado que cometia.
— Não se sinta envergonhada, o amor não deve ser mantido preso, você merece ser feliz, Dona Yuna. — uma pausa foi feita para que as duas se olhassem com ternura — Agora, preciso saber como a senhora está se sentindo, para que eu possa cuidar de você.
— Bom, ontem depois do jantar, eu me senti muito ruim do estômago, a comida não me fez bem, vomitei muitas vezes durante a noite, e hoje pela manhã, acordei muito enjoada, acabei não conseguindo comer os pães e as frutas que trouxeram, senti repulsa ao vê-los.
Mi-Cha a olhou espantada, ficou paralisada por uns breves segundos, até ter palavras suficientes para falar:
— A quanto tempo a senhora vem sentindo enjoos?
— Não faz muitos dias, acho que uns três. — disse Yuna olhando para os dedos, como se tentasse relembrar dos últimos dias.
— Perdão pela pergunta, senhora. Mas... — e uma pausa dramática se fez, Mi-Cha chegou mais próximo e perguntou — e faz quanto tempo que a senhora não menstrua?
Yuna a olhou como se não entendesse o por que da pergunta, mas logo sua mente foi clareando, e em sua face branca, foi se formando uma expressão de espanto.
— Mi-Cha, não é possível, não é possível — ela agora se levantou da cama, andava de um lado para o outro com as mãos na cabeça, parando na frente da criada — é possível???
— Dona Yuna, possível sempre foi, creio que o governador a obrigue a ter relações com a senhora pois ele quer ter herdeiros...
Antes que Mi-Cha terminasse de falar, Yuna segurou os ombros da mais velha a sua frente.
— Mi-Cha, e se não for dele?
{🩵}
✿ Eita minhas florzinhas, que situação! ✿
♡ E agora? Só saberemos no próximo capítulo, ou não. HAHAHAHAHA
↓ Deixe sua estrelinha ☆
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O Aroma Esquecido {minsung}
FantasyO passado não dita quem você é no presente, mas será que o presente será aceito tão bem quanto o passado? Se esqueça de tudo, mas não esqueça do seu aroma. Obra Minsung, Alfa x Alfa, dois alfas inexperientes e descobrindo sobre verdades do passado.