O Cheiro do Café

102 16 14
                                    

 •20 anos depois•

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

•20 anos depois•

Um breu, era isso que a vida dos Sangue de Lobo tinha virado. Ninguém sabia quem eram, ou se de fato um dia existiram. Só se ouvia dizer que existiram apenas em livros e contos de terror para assustar crianças levadas.
O Governador conseguiu o que queria; apagou da história a existência dessa raça tão bela.

"Foi vingança dele", alguns diziam.

"O Lobo Rei matou a esposa que estava grávida, então o Governador o matou."

"Eu li em um livro, que todos os criados que trabalhavam para o Governador foram proibidos de falar sobre o que aconteceu."

Mas de fato o que aconteceu naquela noite?

POV LEE MINHO

ring ring

O sininho da porta do café tilintou.
Lee Minho entrou, olhou com seus olhos aguçados o café, "muita gente aqui hoje" pensou ele. Mas ele decide ficar, era seu momento de descanso, depois de passar uma manhã toda estudando sobre Harmonia e Contraponto na faculdade.

Lee estudava Música, queria ser produtor musical, ele amava cantar, mas não queria ser o centro das atenções e nem perder sua liberdade caso ficasse famoso, ele gostava de sempre estar sozinho, com seu café preto e um bom livro, que dependia muito do seu humor para escolher o tema da vez. Hoje ele lia Antes Que o Café Esfrie, um livro sobre viagem no tempo, sobre escolhas, decisões difíceis e amores.

Amores, uma coisa que Lee nunca provou. Por mais que ele chamasse muita atenção por onde passasse e recebia muita mensagem de admiradores secretos, nunca nenhum fez seu coração errar as batidas. Ele atraia olhares em qualquer lugar, seu cabelo loiro esbranquiçado, sua pele iluminada como uma noite de lua cheia, sua boca avermelhada desenhada e seus olhos, esses chamavam mais atenção, eram cinzas por fora e um tom avermelhado por dentro, como brasa que ainda queima depois da fogueira apagar, muitos diziam que seus olhos mudavam de cor, uma hora estavam negros e outras estavam claros; tinha um motivo pra isso, não era loucura das pessoas, seus olhos mudavam de cor, era algo que Lee não conseguia controlar e isso o fazia ficar enfurecido, afinal ele não tinha culpa de ter nascido um Sangue de Lobo.

Ele odiava ter nascido assim, se sentia sozinho, por mais que gostasse de ter sua vida tranquila, ele sentia um vazio, queria poder falar quem era de verdade para quem ele conhecia, ou poder correr livremente pela cidade no seu formato de lobo, queria não precisar ficar escondido nas noites de lua cheia ou simplesmente não ter medo constante de ter alguém o caçando na espreita. Era horrível, não poder ser liberto de si próprio, ele só queria poder dividir com alguém, achar alguém que fosse como ele, mas isso seria inatingível, por que ninguém sabia aonde andava os Sangue de Lobo, todos haviam se escondido, não se reproduziam mais, preferiam ter suas linhagens acabadas, do que sofrer qualquer maldade dos Normais. Lee sabia que sua vida seria solitária até o fim, pois não podia achar um Normal para ser seu par, ele acabaria descobrindo quando no meio da noite visse um lobo deitado na sua cama ou pelo fato de Lee ter uma força muito mais bruta do que um Normal tem, ele não chegava nem a cumprimentar as pessoas com apertos de mãos, pois tinha medo de pressionar demais as mãos da pessoa e acabar machucando-a.

O Aroma Esquecido {minsung}Onde histórias criam vida. Descubra agora