Pretendente

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   Fiquei surpresa ao ouvir suas palavras sentia as minhas bochechas corar. Desvio o olhar procurando algum ponto para colocar o meu foco eu não sabia o que dizer, tudo aquilo era repentino demais. A morte do meu pai, a rejeição do meu irmão e agora o homem mistério que me abrigou em seu castelo tem interesse em mim.
   Eu nunca me relacionei com nenhum homem antes, meu pai não deixava por medo de nenhum me tratar bem.

- Eu nunca me relacionei com nenhum homem antes. - digo envergonhada olhando para as minhas mãos.

   Sinto o seu olhar sobre mim e o clima fica tenso. Tomo coragem para o olhar e ele me encarava com um sorriso de canto.

- Finalmente tomou coragem para me olhar. - ele fala apoiando sua cabeça em sua mão - Quando for falar comigo sempre me olhe, assim posso apreciar o seu belo rosto.

   Sinto o meu rosto queimar ainda mais mas luto contra a vergonha e continuo o olhando.

- Amanhã jantaremos juntos.

   Apenas concordo com a cabeça em silêncio.

- Eu queria lhe fazer perguntar algumas coisas. - digo insegurança.

- Fique a vontade para perguntar o que quiser. - Clément fala se levantando e indo a estante de bebidas - Vinho?

- Não, obrigada. - agradeço mas me pergunto por quê ele foi pegar vinho sendo que a sua taça estava cheia em cima de uma cômoda - Há algum vilarejo aqui por perto, senhor Clément?

- Por favor, não me chame de senhor. - ele pede se servindo uma taça de vinho - E sim, há um vilarejo aqui perto, é onde Emma e Thomas moram.

- Muito longe? - pergunto curiosa.

- Meia hora caminhando. - ele fala se sentando novamente - Só seguir o caminho que há no lado de fora do portão do castelo.

   Fico em silêncio por alguns minutos pensando se deveria perguntar sobre o grito de hoje mais cedo. Ele me encara atentamente enquanto tomava o seu vinho. Respiro fundo e tomo coragem novamente.

- Hoje mais cedo entrei na torre pois ouvi um grito. - de repente Clément me olha surpreso.

- É um velho castelo, tem morcegos por toda a parte. - ele fala dando uma justificativa - O eco do castelo pode ter feito você pensar que era um grito humano.

   O encaro tentando decidir se a resposta dele foi algo verdadeiro ou apenas uma breve desculpa. Decido confiar em sua palavra e deixar para lá o assunto do grito.

- Mais alguma pergunta? - ele me questiona dando mais um gole em sua bebida.

- Sobre você ser meu pretendente.. - falo tentando buscar as palavras certas - Eu não sei até que tipo de intimidade podemos ter.

- Até a qual você quiser. - ele responde me dando um sorriso curto.

   Sinto as minhas bochechas corar novamente, o que ele queria dizer com aquilo? Algumas coisas só são permitidas depois do casamento. Respiro fundo e acabo desviando o olhar.
   Pelo canto dos olhos vejo Clément se levantar, ele vem até a minha frente, se agacha e o seu rosto fica na altura do meu. Ele leva a sua mão até o meu queixo e move a minha cabeça nos fazendo ficar cara a cara. Clément aproxima seu rosto ainda mais perto do meu e beija os meus lábios levemente.
   Ele ri de canto olhando nos fundos dos meu olhos, eu não sabia o que estava sentido. Um arrepio percorreu o meu corpo e senti uma sensação nova no pé da minha barriga.

- Já está tarde. - Clément fala colocando o meu cabelo atrás da minha orelha - Eu lhe acompanho até o seu quarto.

   Nós caminhamos em silêncio pelos corredores, ele me seguia logo atrás de mim. Ao chegar no meu quarto paramos em frente a porta e ficamos de frente um para o outro, ele se aproxima do meu rosto e me beija igual no escritório. A mesma sensação percorre pelo o meu corpo novamente.

- Boa noite minha pequena. - Clément se despede me dando um beijo na testa.

   Apenas dou um pequeno sorriso e entro no quarto. Fecho a porta, me troco de roupa e deito na cama com um sorriso bobo no rosto. Eu finalmente tinha um pretendente, que cuidou de mim desde o primeiro momento mesmo não me conhecendo.
   Aquela sensação a baixo do meu umbigo continuava, quanto mais eu lembrava dos momentos que tive em seu escritório aquela sensação ficava mais forte. Eu não sabia o que fazer ao certo, sentia vontade de me tocar. Respirei fundo tentando me acalmar.
   Me levantei e fui até a janela, a abri e me debrucei sob ela. Fiquei observando a noite, o vento gélido tomava conta do quarto aos poucos. Imaginei que daqui a alguns dias a neve chegaria.
   Perdi um tempo ali observando a noite se passar perdida em pensamentos. A floresta começava a alguns metros depois do muro do castelo, dentro dela eu podia ver uma luz provavelmente de um lampião mas quem estaria andando por ela aquela hora da noite?
   Sinto meus olhos pesarem pelo sono, fecho a janela e volto para a cama. Encaro o teto pensando no jantar de manhã, terei que procurar um vestido mais bonito entre aqueles do armário. Em meio a pensamentos avulsos acabo adormecendo.

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Fim do capítulo, o que estão achando?
Esse capítulo foi um pouco mais curtinho pois tomava vinho enquanto o escrevia rsrsrs
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