A verdade

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   Corri até Clemént o abraçando com meu corpo tremulo e fraco. As lágrimas escorriam pelo o meu rosto, meus pulmões tentavam recuperar o ar e aos poucos meu coração desacelerava voltando à suas batidas normais. Levantei a cabeça para olhar para ele e o seu rosto era de espanto, Clément olhava ao redor preocupado. 

- O que houve? - ele me pergunta.

- É verdade? tudo o que ele me contou, é verdade? 

- Ele quem?

- Lucca.

   Seu semblante mudou completamente, a raiva toma o lugar do espanto eu podia o ouvir rosnar de ódio. O olhar dele se fixou para aporta de entrada assim como o olhar de todos os outros convidados, quando olho para o mesmo lugar vejo Lucca parado e sorrindo de forma psicótica. Seu sorriso era largo, com os olhos arregalados, suas mãos fechadas e o seu peitoral um pouco inclinado para frente. 

- Eu contei tudo a ela e para os nossos queridos convidados, Catharine, a acompanhante de Clément é uma humana - ele grita entrando devagar.

   Os cochichos começaram tornando tudo um alvoroço. Todos me olhavam com curiosidade como se eu fosse um animal raro.

- Uma humana?

- Por que ela não cheira a humano?

- Como ele não a matou ainda?

- Por que ele a mantém aqui?

   Eu podia ouvir os mais próximos e seus questionamentos, os olhares confusos, as expressões de espanto e nojo. Me agarrei a Clément novamente, apesar de não poder ouvir seu coração bater e nem sentir seu corpo tremer a sua expressão ainda era de ódio. Ele me puxa pela mão subindo alguém degraus da grande escada do salão principal.

- Quero que todos me ouçam! - Clément fala alto. - Catharine é uma humana, mas meus motivos e por quês não cabem a ninguém neste salão.

- Nos deve uma explicação! Sabe das nossas leis e ousa as quebrar para suprir o seu ego. - Lucca grita entrando mais no salão.

- Se eu posso fazer isso sem ter que lidar com as consequências deveria saber do tamanho do meu poder. Se você é o único louco de se revoltar contra mim deveria ter uma pequena noção disso. - Clément grita de volta. - E se ainda não percebeu não terei problemas em mostrar para você.

   Todos no salão se espantam novamente porém mais aterrorizados.

- Vá para o seu quarto. - Clément sussurra.

- Não, não quero mais ficar longe de você. Estou assustada, confusa. Nada parece se encaixar de novo, estou cansada tem sido assim desde que me mudei para cá. - o respondo com lágrimas nos olhos.

- Tudo bem. - ele suspira.

- Acho que é nesse momento que eu entro. - Thomas fala atrás de nós.

- Thomas? - o olho confusa. Mal o reconheço nas roupas caras, cabelos bem penteados e a pele limpa.

   Uma das criaturas da noite passa voando pelo salão e vai em direção a Lucca. Ele reluta um pouco mas a criatura acaba mordendo o seu braço e o arrancando por inteiro, o sangue jorrou formando uma poça ao seu redor. Lucca gritava de dor e angustia, a criatura voa indo em sua direção novamente o derrubando no chão e  rasgando sua barriga arrancando suas vísceras.
   Dou um pequeno grito afundando meu rosto no peito de Clément. Minha respiração ficando pesada e a minha visão turva, senti a moleza em minhas pernas e apaguei. Abro meus olhos de devagar e percebi que estou deitada abraçando Clément enquanto ele acaricia meus cabelos.
   Me levanto assustada lembrando da noite anterior.

- Eu sei, precisamos conversar.

- Ela está viva? Tudo o que ele falou era verdade? Por que o Thomas estava lá?

- Começando pela Justine. Eu a conheci a quase 30 anos atrás, ela era humana assim como você. Ela era doce, gentil, um anjo na Terra ou era isso que eu pensava. Justine após saber de mim quis virar um monstro também, depois de muita insistência eu sedi porém me arrependo todo dia dessa decisão. Eu a transformei e é extremamente difícil recém transformados se controlarem, tentei fazer o possível dentro do meu alcance. Ao longo dos meses percebi que ela estava se acostumando, que estava até mais calma fiquei aliviado de todo aquele tormento havia passado.

   Quanto mais Clément falava mais surgia perguntas.

- Um dia chegou alguns moradores na porta do castelo, ficaram a noite toda lá na frente esperando a noite chegar. Quando eu saí tive uma das piores notícias, haviam sumido bebês da vila a meses. Fiz o meu possível para mandar eles emboras e depois vasculhei o castelo e quando subi em uma das masmorras me deparei com uma cena horrível, a qual não tenho nem coragem de descrever. Eu me descontrolei, a matei e mandei petrificassem o seu corpo. Dei a ela um túmulo digno que a Justine que eu conhecia merecia, um lugar de descanso para que a alma gentil dela pudesse descansar se ainda houvesse essa parte viva.

- Mas Lucca começou a quebrar a estátua ela parecia viva ainda.

- Lhe garanto que ela não está viva, pela adrelina você deve ter alucinado ou algo do tipo. Eu fui ver a estátua depois de toda a confusão, a enterrei no cemitério aqui perto.

- Por que no diário ela lhe descreveu de uma forma tão horrível? - o questionei lembrando das coisas escritas no diário.

- Teve um espaço de tempo de quando descobri a matança dela e quando a matei. Eu a rejeitei totalmente mesmo ela pedindo desculpas e querendo concertar tudo. - a cada palavra dele eu sentia a dor na sua voz.

- Você é um vampiro mesmo?

- Sou e fiquei surpreso por você não ter percebido. - ele solta uma pequena risada. - Sobre o Thomas ele é um mestre de forja, um mago que trás demônios a vida com corpos mortos.

- Nunca ouvi falar disso. - dou uma risada e Clément ri junto comigo.

- Me desculpe por não ter lhe contado a verdade, eu não queria que você fosse embora.

- Por que o colar com o sangue dela?

- Para desfarçar o seu cheiro. Sophie é uma bruxa, ela já sabia que você viria. Ela mesma me aconselhou e pegar um pouco de sangue de Justine mas na época eu não sabia o por que e apenas confiei nela. Quando você bateu na porta aquela noite, eu só senti que era você. Sophie depois me contou que já sabia da sua chegada. - ele falava parecendo envergonhado por alguma razão.

- Toda essa loucura em poucos dias. - suspiro me sentindo cansada.

- Você precisa descansar, podemos conversar quando se sentir melhor. - ele fala voltando a se deitar.

   Me deitei o abraçando novamente, ele voltou a acariciar os meus cabelos e logo peguei no sono novamente.

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Fim do capítulo, demorei para postar mas voltei. Perdão qualquer erro de digitação, estou escrevendo a noite caindo de sono ksksk.
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⏰ Última atualização: 5 days ago ⏰

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