A novela chegou ao fim, mas ainda estamos aqui! Espero que estejam comigo também.
Boa leitura :)
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Carol chegou em casa embalada em um suspiro alto que fez as luzes da cozinha acenderem quase que por seu comando de voz.
- Eva - chama, despejando a bolsa de qualquer jeito em cima do sofá.
- Boa noite, Carol - a voz metálica devolve.
- Boa noite. Me fala os restaurantes próximos abertos, por favor.
Enquanto a pesquisa acontecia, Carol retirava os sapatos, desabotoava a blusa e se desfazia da calça, alcançando o kimono rosa para se cobrir.
- O italiano fecha em doze minutos. Devo pedir o de sempre?
A fisioterapeuta franze o nariz. Estava ela com vontade de comer massa? Estava ela com vontade de comer qualquer coisa?
Carol se lembrou do dia que teve; dos seis pacientes que teve no dia, da reunião estressante com o supervisor e das picuinhas e bedelhos de Wanda. Ela cai deitada no sofá, coçando a garganta enquanto fitava o teto branco da sala de estar.
- Eva?
- Diga, Carol.
- Pesquisa por "Natália Cardoso".
- Pesquisando por Natália Cardoso - imediatamente, os olhos de Natália vieram a sua mente. Os olhos tristes e desesperançosos de Natália. Aquela mulher parecia segurar mil toneladas em cada ombro - Natália Cardoso...
Carol se senta ereta no sofá, ansiosa para as informações que viriam a seguir.
- Natália Cardoso, trinta e sete anos, Leão, nascida em São Paulo, dois irmãos, fotógrafa premiada em 2010...
- Fotógrafa? - interrompe a IA, cerrando as sobrancelhas - Natália é fotógrafa?
- É o que diz o Google.
Carol mordisca a unha do dedo anelar.
- Interessante.
- O que mais?
- Isso foi tudo que encontrei.
Carol mordisca o lábio, acenando a cabeça como se Eva verdadeiramente pudesse vê-la. Estava tão acostumada com a "presença" inteligente de sua Eva, que era difícil acreditar que o robô não era verdadeiramente um ser.
- Tudo bem. Obrigada, Eva.
- Ainda peço o de sempre no "Fiore"?
A Soffredini fita o relógio no pulso, dando de cara com os números 02:14.
- Deixa pra lá, Eva. Pode apagar a luz da cozinha, por favor.
Carol volta a se deitar no sofá, arrumando o nó do kimono enquanto fitava o teto. Ignorou as batidas em seu estômago e os olhos desesperançosos de Natália na mente, e então dormiu ali mesmo, esparramada no sofá da sala.
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- Carol?
A fisioterapeuta sorri grande, estendendo a sacola marrom em direção à mulher a sua frente.
- Surpresa! - Adriana a puxa para dentro de sua casa em um abraço apertado.
- Que surpresa boa, minha amiga. Aconteceu alguma coisa? Você tá bem?
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Sangue latino
RomanceUm acidente de carro une Carol e Natália como se ambas já se conhecessem de outras vidas.