Passei a noite acordada morrendo de tossir e com insônia, então aí estamos novamente . Quando vocês menos esperam BUM eu taco um capítulo nos peito de vocês!!!
Espero que gostem. Boa leitura, morecos
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O dia de Carol passou arrastado, nebuloso. Entre se dispersar enquanto dava aulas na faculdade e derrubar um becker no chão, recebendo um olhar mortal de Wanda, decidiu que não podia mais ficar ali. Precisava ver Natália, precisava saber como havia sido a entrevista e quando ela partia.
- Vai pra casa, Carol - Wanda a repreende, catando os pedaços de vidro no chão.
- Eu já pedi desculpa.
- E eu estou mandando você sair daqui, agora - Carol franze o cenho - Sua cabeça não tá aqui, pensa que não notei?
- Não é nada, eu só estou meio dispersa.
- Você nunca arrumou nem sequer um instrumento errado aqui. Todos em ordem alfabética, sempre. Agora, você simplesmente derruba um no chão. Eu acho que é bem mais que dispersão.
Ela cai sentada na cadeira, bufando.
- É a Natália.
- A mal educada da sua amiga? - os olhos labaredas da Soffredini fitam a amiga, que eleva os braços em rendição - Tá. Não está mais aqui quem falou. Mas o que tem ela?
- Você promete que não vai surtar?
- Não.
- Wanda!
- O que? - a mulher arregala os olhos ao falar - Você me perguntou, e eu fui honesta, Carolina. Como posso saber se não vou surtar, sendo que você nem me disse nada ainda?
- Eu e a Natália nos beijamos - como se fosse possível, a cientista arregala ainda mais os olhos, largando a vassoura e a pá com um baque - Na verdade, um pouco mais que isso...
- Ana Carolina Soffredini.
- Mas tá tudo bem. E sabe por que?
- Eu realmente não sei.
- Porque ela não é mais minha paciente - mesmo de longe, Carol pode ver a mandíbula de Wanda cerrando abruptamente - Nós não temos mais esse vínculo paciente/fisioterapeuta. Não tem nada antiético acontecendo aqui.
Wanda demora dois minutos para responder. Carol sabe porque contou, mentalmente, cada barulho de vidro recolhido do chão, cada respiração entrecortada como se a mulher estivesse em um dilema ético mental.
- Ok.
Os olhos verdes são arregalados.
- Ok? - questiona, a voz aumentando de tom - É isso?
- Você tem razão. Você já repassou o caso dela para mim, não existe mais esse relacionamento de paciente/fisioterapeuta entre vocês. Nada antiético acontecendo aqui - ela joga o resto de vidro na lixeira, retira o blazer branco e então fita Carol - Pronto?
- Eu não acredito que sofri em silêncio antes de contar pra você, pra quando contar, essa ser a sua resposta!
- O que você queria? Que eu surtasse, saísse por aí derrubando as substâncias tóxicas e cortasse seu cabelo de madrugada? Eu tenho mais o que fazer, né, Carol? - a Soffredini abre e fecha os lábios um par de vezes, sem saber o que fazer - Vocês, gays, sempre acham que a vida é um musical como mamma mia.
E ela ri.
Carol ri tanto, e tão alto, que precisou segurar na barriga, sendo observada por uma Wanda desentendida.
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Sangue latino
RomanceUm acidente de carro une Carol e Natália como se ambas já se conhecessem de outras vidas.