Capítulo 2

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Lá vamos nós com mais um capítulo.

Gente, no decorrer da história vão rolar algumas músicas.

Indico ouví-las.

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O dia de Amaury começou maravilhosamente bem. Ou melhor, num apanhado geral a semana foi bem promissora. Recebeu a notícia de ganho de causa de dois clientes e o alto valor já havia caído na conta. Conversara com a mãe e descobriu que o pai voltara a perguntar pelo filho – apesar do patriarca não aceita-lo por ser da comunidade gay, não deixou de amar e nem de se preocupar com o advogado. Outros clientes o procuraram para serem representados por Amaury Lorenzo judicialmente por indicação de profissionais renomados da área de saúde e havia um show que iria acompanhado pelo amigo Felipe Barsoli horas mais tarde naquela noite de sexta-feira ao término de sua aula na turma de Direito da faculdade federal. Embora não tivesse o costume de se interessar por aqueles shows em casa de festa, a artista era alguém que sempre quisera presenciar a performance – e certamente sentiria muito orgulho do que veria em cima daquele palco com diversas pessoas a ovacionando.

Como tinha sido um aluno reconhecido em sua turma e a carreira deslanchava ao ponto de ter seu próprio escritório em tão pouco tempo, um professor quem ainda tinha contato com Amaury o indicou para substituir uma professora quem havia se aposentado. Aceitou o emprego antes de conversar com Erika, então imaginou, no máximo, ver Diego pelos corredores, na biblioteca ou no refeitório. Nada de alarmante. Apenas situações onde se cruzariam e não precisariam conversar e nem terem maiores contatos. Para isso estava pronto.

Porém, nada o prepararia para quem encontraria ao passar pela porta da sala de aula.

Diego Martins, seu ex, quem não via há quatro anos, estava sentado numa das cadeiras da frente, completamente petrificado. Os olhos arregalados, o maxilar travado, as narinas dilatadas e os ombros encolhidos eram sinais claros de que preferia ver o próprio Lúcifer passando pela porta do que Amaury Lorenzo.

A reação, apesar de não muito positiva por ser recheada dos indicativos de que não estava exatamente feliz pelo inesperado reencontro em circunstâncias tão estranhas, serviu para lhe mostrar que o ruivo não era completamente avesso a ele. Não era um qualquer em meio a multidão, uma pessoa dentre as demais que passaria batida e o rosto não seria identificado em meio a tantos outros. Pelo contrário. Seria reconhecido – e no íntimo, claro que mentiria caso lhe indagassem, isso lhe gerou certa ansiedade porque poderiam ter outros sentimentos colidindo ou ressurgindo no coração do rapaz.

Enquanto Diego, quem fora um livro aberto, era incapaz de esconder seus sentimentos, o mais velho conseguia disfarçar bem até demais. Entretanto, e torcia para o ruivo não lembrar de tantas características de sua personalidade e comportamento, quem o conhecia melhor, após uma rápida avaliação, conseguiria perceber que ficara igualmente impactado pelo reencontro graças às mãos trêmulas. Quando estava altamente nervoso ou ansioso, suas mãos começavam a tremer, especialmente quando não existiam meios para extravasar aquela tensão.

Pena que não era o único motivo para estar tão alterado, mesmo não demonstrando.

Assim que o viu percebeu que o tempo apenas lhe favoreceu, realçando a sua beleza e dando ao seu corpo as proporções certas. Não conseguia compreender como isso era possível se, caso sua memória não lhe pregasse uma peça, as medidas corporais eram praticamente as mesmas. Entretanto, de alguma maneira, Diego estava mais atraente. Se antes era capaz de fazer o advogado de um metro e oitenta e cinco gozar em poucos minutos em sua boca, certeza que hoje em dia ficaria duro apenas pelo simples ato de segurar sua mão ou entrelaçar os dedos. Os cabelos estavam em sua cor natural em pequenas ondas e as pernas tornaram-se mais torneadas, principalmente quando envoltas num tecido jeans justo. Se as coxas estavam convidativas ao ponto de desejar sentir a textura delas novamente, imagine como seria a...

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