Capítulo 3

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Olha quem voltou!

Então, demorei assim pq fiquei mal pra caramba. 

Porém... 

Estou bem melhor.

Bora pra história - e não, não vou desistir dela.

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Quando Diego chegou em casa entrou silenciosamente para não acordar a mãe e nem a irmã, ambas dormindo em seus respectivos quartos. Deixou a sacola com pães comprados na padaria na mesa e rapidamente preparou um café para elas.

Foi para o seu quarto e fechou a porta. Antes de se desmontar, encarou seu reflexo no espelho do armário e gostou do que viu.

Princess era linda. Atraente. Forte. Sensual. Ousada. Atrevida. Dona de si. Virtudes essas que Diego ainda não encontrara em si quando estava como ele mesmo – e era por causa disso que adorava Princess.

Aproveitou para bater uma foto e mandar para Ivo na esperança de que o homem se acostumasse com a sua imagem de drag.

Estou gostosa assim, amor¿

O namorado foi o único quem não concordou com a sua persona artística. Era preconceituoso sobre o assunto, inclusive.

No começo foi bem difícil para Diego porque era algo importante e poderia, sim, dar bons frutos e ajuda-lo economicamente, então não desistiria de ao menos tentar. O resultado¿ Os conflitos com o atual foram vários. Ivo não aceitava ter um namorado Drag Queen. Argumentava que as pessoas iriam rir da montagem de Diego, que seria vergonhoso, seria dinheiro jogado fora com maquiagem e figurino... As brigas foram tão feias que, uma vez, empurrara Diego, quem precisou se segurar numa estante para não cair.

O celular vibrou quase imediatamente mostrando a chegada da mensagem. Ao lê-la perguntou-se porque ainda buscava a aprovação dele.

Ridículo.

Engoliu em seco voltando a sentir-se inseguro, envergonhado, triste, humilhado, desinteressante e sem valor nenhum – sentimentos esses que surgiram juntos pela primeira vez na última vez quando esteve no apartamento de Amaury e o incentivaram a fugir dali.

Respirou fundo como maneira de lutar contra as lágrimas. Elas não combinavam com Princess. Apenas lhes dava a permissão de caírem quando não estivesse montado – e assim aconteceu, deitando-se para dormir naquela manhã de domingo.


O restante daquele mês correu muito bem para Diego, embora os compromissos tenham sido vários. Com a mudança de rotina graças ao retorno da faculdade aproveitou os intervalos entre um compromisso e outro para estudar. No salão de beleza, enquanto não surgia algum cliente, se dedicava aos estudos fazendo anotações e lendo o conteúdo das aulas anteriores nos cadernos. Não tinha muita diversão – exceto quando assistia às aulas de Amaury.

Por vezes foi necessário segurar o riso pelas reações do homem mediante suas provocações. O ruivo sabia que era atraente e lindo – duas características distintas capazes de caminharem juntas. Graças a isso usou seus atributos para provocar o advogado incentivado pelo que Lennon lhe contou sobre a conversa com o ex no último show. Diego não era burro e nem ingênuo. Sabia, sim, que atraía os olhares de Amaury desde quando se conheceram. Porém, os anos se passaram e não tinha certeza se ainda causava o mesmo efeito sobre o moreno como no passado, então resolveu testar aos poucos.

Na segunda aula usou um de seus shorts jeans curtinhos que Amaury gostava de nomeá-los como "shortinho beira cú". Na época costumava admirá-lo em pura volúpia quando os trajava, então sua escolha pela peça não foi acidental.

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