"Por controlar aquilo que eles temem
Ou por fazer o que mais ninguém faz
Sempre vou estar entre os que não se rendem
Só conheço a guerra, hoje quero paz
Você é meu amigo então não pode ficar para trás
Eu posso jurar, você não vai chorar mais"~ 7 Minutoz
Uma mulher que eu gostava muito, mas que se mostrou uma grande filha da puta fez algo que mudou a forma como eu me via.
O nome dessa mulher é "J. K. Rowling".
Ela criou um teste de personalidade que dividia as pessoas entre: os corajosos, os ambiciosos, os inteligentes e os bons.
Eu sempre me vi como um ambicioso. Faz parte da bipolaridade, faz parte dos meus sonhos, faz parte da minha rotina. Mas... o teste oficial sempre dizia que eu era corajoso, que eu era "grifinório". Eu não aceitei essa resposta. Refiz várias vezes, tentei manipular ele; mas não tinha jeito, o resultado era sempre o mesmo.
Eu sabia dos meus atos de coragem, mas ainda sim acreditava que a ambição era maior. Até perceber algo...
Aquele maldito teste estava certo. Eu sou grifinório principalmente por um motivo: eu sou um herói. E isso não é bom. Parece clichê? Parece que estou tentando me achar?
Se você pensa nisso você não entendeu o verdadeiro significado de ser um herói. E é sério, tem muita coisa interessante por trás, muita coisa esclarecedora, não leve nada disso ao termo clichê da palavra, vamos aprofundar essa ideia.
E para começar a aprofundar vamos adentrar a psicologia analítica de Carl Jung.
Jung dividiu a personalidade humana em 16 categorias. É como se dentro da sua cabeça tivesse um parlamento com 16 vozes diferentes dando pitaco sobre todos os assuntos da sua vida. Alguma voz pode ter uma palavra mais forte dependendo do seu momento de vida.
Uma dessas vozes é a do herói.
Tem um elemento nessa voz que é pouco explorado pelo pessoal da psicologia analítica e por todo mundo no geral: acima de ser alguém que vai ajudar os outros, acima de ser alguém que vai vencer grandes desafios; o herói é um contador de histórias.
Por que quando estamos falando de storytelling estamos falando da jornada do herói? Existem 16 arquétipos! Não falamos da jornada do sábio ou da jornada do amante, falamos da jornada do herói.
Isso porque o herói gosta de contar sobre o que já fez e deixar tudo com mais reviravoltas e com a carga mais dramática possível. Ele gosta de florear as coisas com símbolos, aprendizados, significados... Ele também pode ser um cara chato. Ser herói não significa não ter defeitos. Talvez personagens como Goku e Superman são a grande ideação de um herói, mas como a realidade é diferente o herói se torna um simples contador de suas histórias.
Eu percebi que estava deixando de tomar decisões pensando no objetivo e comecei a tomar pensando nas experiências que iam me gerar. Um exemplo recente foi eu ter comprado o Winrar. Eu poderia ter economizado dinheiro e chegado mais perto da minha independência financeira, mas comprar o Winrar é uma experiência única que gera várias histórias.
A verdade é que tomamos decisões pelo emocional e só depois justificamos pelo racional. Só que eu não quero justificar nada. Eu só quero a história.
Ironicamente ou não, meu trabalho é ser escritor.
"Aproveite os seus 10 anos o máximo que puder meu jovem..."
Nunca antes uma frase ecoou tão alto na minha mente. Isso foi no filme "Vidas ao Vento" do Studio Ghibli.
Eu até me vejo me aposentando disso depois que meus 10 anos acabarem. Talvez porque ai eu tenha tantas histórias para contar que o foco seja em contar e não em fazer.
Mas até lá...
"Aproveite os seus 10 anos o máximo que puder meu jovem..."
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