Van Gogh e os Aviões

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Vidas ao vento é um dos meus filmes favoritos. Por algum motivo, essa reflexão passa batida para a maioria das pessoas e sendo sincero passou batido para mim também... até anteontem, o dia que fui ver a exposição do Van Gogh em Curitiba. 

Van Gogh tem bipolaridade assim como eu e assim como eu, eu tenho certeza que ele não criaria metade das coisas que criou se não fosse o transtorno

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Van Gogh tem bipolaridade assim como eu e assim como eu, eu tenho certeza que ele não criaria metade das coisas que criou se não fosse o transtorno. É extremamente comum bipolares trabalharem com criatividade, é um dos lados bons da nossa condição, mas para não dizerem que eu não falei das trevas, vamos falar do lado ruim? 

Van Gogh arrancou a própria orelha, teve surtos e se suicidou. É estranho pensar que eu estava a algumas décadas de ter um fim parecido, já que os remédios que me colocam na linha existem a uns 40 anos... 

A questão é, você preferiria viver em um mundo com a arte de Van Gogh ou em um mundo em que ele teve uma vida boa e saudável? Sim, a resposta é egoísta. Escolhemos os aviões, escolhemos as pirâmides, escolhemos a bipolaridade.

 Escolhemos os aviões, escolhemos as pirâmides, escolhemos a bipolaridade

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Isso vale para pessoas também. As que te deixaram, abandonaram e por aí vai...

Daniel Kahneman, psicólogo ganhador de um Nobel em economia e fundador da economia comportamental no seu livro "Rápido e Devagar, Duas Formas de Pensar" citou um efeito chamado "pico fim".

Segundo ele, a última memória é a que fica mais forte na nossa mente. Pense em Romeu e Julieta. O casal morre no final e todo mundo fica triste, certo? Ninguém se importa se ela morreu com 20 ou 23, se ela teve uma boa vida ou algo do tipo, a memória que fica é o triste sacrifício narrado por Shakespeare. 

Mas sabe o que é engraçado? Julieta e Romeu escolheriam uns aos outros mesmo sabendo que teriam aquele fim e eu nem preciso perguntar aos personagens para ter certeza disso (na verdade, acredito que desde que pensei nisso tudo eu já perguntei a pessoas o suficiente). 

Isso me lembra aquele conceito do Nietzsche, o eterno retorno: se você soubesse que quando morrer vai repetir a vida que tem tido, isso te deixa feliz ou te assusta? 

Talvez isso seja um bom assunto para outro capítulo, mas a questão nesse é: você escolheria os aviões? 

Talvez isso seja um bom assunto para outro capítulo, mas a questão nesse é: você escolheria os aviões? 

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