raiva dominante

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Eu olho para ele irada.
— Não vai me responder?
— Você acha mesmo, que planejei pelas suas costas?
— Planejar não, mas saber que o Lucas faria, isso com certeza.
Ele me olha, mas não me diz nada.
— Okay, vamos resolver isso.
Eu digo convicta.
Meu namorado arregala os olhos, e me barra de entrar.
— Você iria vir pra cá, sem que eu soubesse?
— Que isso! Jamais.
Desconfiada, eu o analiso. Até que eu vejo quem eu estava procurando, meu irmão. Está conversando com uma galega na porta de casa. Ah, ele vai ver só.
Eu me esquivo do Vitor e corro até o Lucas.
— O que você pensa que tá fazendo, com a nossa casa?
Meu irmão me encara irritado.
Então sinto as mãos do Vitor, tentando me afastar.
— Qual foi, cara! Você não iria dar uma volta com ela? O que ela tá fazendo aqui?
Meu irmão diz confuso.

Do que eles estão falando?

— Eu esqueci..
Meu namorado diz, quase como um susurro.
Meu irmão bufa.
— Você só saiu com ela hoje, por causa da festa, como assim esqueceu?

Aí a minha ficha cai.

— você aceitou ir comigo no evento, pra me enrolar?
O Vitor fica sem graça e eu me chateio com a situação.
— leva ela pra outro lugar Vitor!
O Lucas diz desesperado.
Quando o Vitor se aproxima de mim, eu o empurro.
— Não, eu não vou pra lugar nenhum com você! Você é um falso, me pergunto se o nosso namoro também é.
Lágrimas escorrem dos meus olhos.
—Não! Eu te amo, Marina. Eu vacilei, desculpa. Eu me esqueci completamente dessa festa, faz tempo que eu combinei com o Lucas. A gente saiu por coincidência, eu não tinha planejado.
— Não consigo acreditar em você.
Ele me olha triste.
E então o Lucas coloca as suas mãos no meu ombro, eu me assusto.
— Chega disso, Marina! Aqui não é um ambiente pra você, querendo ou não, você vai ter que ir. Eu estou mandando!
— Como assim, ambiente? Aqui é a minha casa. Você que vai ter que expulsar todos daqui. A festa acabou. Na realidade, nem deveria ter começado.
Quando vou abrir a porta de casa, o meu irmão me empurra. Ele nunca havia feito uma coisa dessas.
— Calma, Lucas!
O Vitor diz assustado.
— você é um ridículo! Vou ligar para os nossos pais, onde eles estão?
Meu irmão nega com a cabeça.
— eles sabem Marina.
— Mentiroso. O que você tá escondendo, hein?
O meu irmão se aproxima feroz, mas eu não recuo. Ergo a minha cabeça para ele, fora de mim.
— Você não tem o direito de nada aqui. Vai embora, é o melhor que você pode fazer.
Eu aponto o meu dedo bem no rosto dele e digo:
— Isso é o que vamos ver.
Nos encaramos por um tempo, até que o Vitor segura a minha cintura me puxando para longe do Lucas.
Eu tento me soltar dele, chorando de raiva.
— Já falei pra ficar longe de mim!

E então o Vitor me levanta, e me coloca em seus ombros, eu me debato, mas de nada adianta.
Vejo o Lucas abrindo o carro dele, e então o Vitor me deixa no carro e se dirige ao banco do motorista.
Exausta, eu só aceito a situação, não sei para onde ele irá me levar.
O Vitor me olha por um tempo.
— Me desculpa! É melhor você não ficar lá, não vai gostar de nada do que ver.
Eu viro o rosto para o outro lado, tentando o ignorar.
— Fui um idiota, me desculpa, de verdade. Eu realmente não me lembrava que seria hoje. Nós combinamos aquilo já faz tempo.
Eu aceitei ir com você, porque eu te amo, não te enganei.
Eu olho para ele, mas já não consigo sentir nada.
— você decorou esse discurso?
— o que? Marina..
Ele diz decepcionado.
— Me deixa na casa da Miriam, não quero olhar pra você.
Eu falo enquanto olho para o chão.
— Sinto muito, mas não dá. O Lucas tem medo que você volte.
Eu suspiro com as mãos no rosto, estou com tanta raiva, que não sinto nada, nem mesmo o meu corpo.
O Vitor liga o carro, e dirige em silêncio.
Enquanto isso eu converso em pensamento com Deus.

Pai, eu sinto tanta raiva. Sei que esse sentimento não é nada bom.
Mas é o que eu sinto, e me parece a única coisa, que não é uma mentira.
Eu não sei o que está acontecendo, dentro da minha própria casa, tudo pelas minhas costas. Meu próprio irmão e namorado escondendo de mim. Mentiras e mais mentiras, não sei até onde isso vai.

Eu suspiro e quando me dou conta o Vitor desliga o carro.
Eu olho pela janela, mas não reconheço.
E então como se ouvisse os meus pensamentos, ele responde.

— Essa é a minha casa..

Notas:
Como acham que será a interação dos dois daqui pra frente? E o que o Lucas anda escondendo de sua irmã? Isso você irá descobrir nos próximos capítulos. Fiquem com Deus.

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