intensa e transparente.

32 5 2
                                    

Pov Marina:

Olho para o meu pai assustada, isso não me parece ser nada bom.
O meu pai, olha atentamente, analisando o cenário.
Dois homens em frente a casa dele, discutindo, por causa de sua filha. Tá, com certeza, isso não é bom.

— Teve coragem de aparecer aqui, Vitor?
O meu pai diz desacreditado.

— Oi, senhor. Vim pedir perdão por tudo o que causei.

Eu e o Kaike nos entreolhamos, após esta frase do Vitor.

— Você não é bem-vindo aqui, Vitor. Pode me implorar de joelhos, ou seja lá, o que pensar em fazer. Não quero mais te ver em frente a minha casa, entendeu?
O meu pai diz firmemente.

— Sim, senhor.
O Vitor dá uma última olhada para mim, e vai embora, respeitando as palavras do meu pai.

— E você, quem é?
O meu pai fala confuso.

— Me chamo Kaike, sou só um amigo. Eu vim buscar ela pra dar uma volta, sabe? Pra aliviar a mente.

Olho para o Kaike, ele me parece nervoso.

E então o meu pai, olha atentamente para mim, esperando que eu esclareça a situação.

— Pai, foi ele que me ajudou com o Vitor! ele que foi me buscar naquele dia.

— Ahhh, sim!
O meu pai diz animado, nos tirando uma risada.

E então ele se aproxima do Kaike, dando um abraço repentino.

— Posso levar ela, senhor?
O Kaike diz apreensivo.

— Senhor, não, pra você é Sérgio. Pode me chamar pelo nome e pode levar ela sempre que quiser. Só não cheguem muito tarde!

— Pode deixar, Sérgio.

— Vem almoçar com a gente no domingo! Quero te apresentar pra Ritinha.

— Ritinha?

— Sim, a Rita, minha mãe.
Eu digo sorridente.

— Pode deixar, eu venho sim.

O meu pai pisca para o Kaike, super entusiasmado! Então entra para dentro de casa, nos deixando a sós.

Olho para o Kaike e o vejo rindo sozinho.

— O que foi?
Eu pergunto curiosa.

— O seu pai!
Ele diz rindo.

— Se você não for no domingo, ele vai me cobrar. Por favor, só vai.
Eu digo cansada.

— Lógico que vou! Não sou de quebrar promessas. Tua mãe deve ser divertida também.

— Ela é.
Eu digo pensativa.

— O que foi?
Ele diz preocupado.

— Ah, todos esses acontecimentos... E ela ainda não sabe.

— Nossa! E vocês vão esconder dela?

Olho para baixo, com os olhos já cheios de lágrimas.

— Não, vou deixar o meu pai contar.
Vai ser mais fácil pra mim! porque só de pensar nela, me dá vontade de chorar.

— Eu imagino...

Ele diz docemente, só estas simples palavras me fizeram muito bem.
Como pode, ele me compreender em tão pouco tempo?
Confio nele, ao ponto, de conseguir ficar vulnerável na frente dele.
Normalmente, eu seguro as minhas emoções e sentimentos para desconhecidos.
E com ele, fui intensa e transparente desde o início.
Levanto o meu olhar tristonho para ele, mostrando o meu estado e deixando as lágrimas rolarem sem medo.
E então ele se aproxima lentamente.

— Vem cá.
Ele diz, me puxando para um abraço.

— Me desculpa.
Eu digo secando as lágrimas.

— Você sempre me pedindo desculpas... já disse, que não precisa.

E então ele me solta de seu abraço e me olha atentamente.

— Sempre que precisar... pode me ligar.

— Imagina! Não vou te incomodar Kaike. Você já tá fazendo demais por mim.

— Marina!
Ele diz firmemente, para me chamar a atenção.

— O que?
Eu digo confusa.

— Pode só dizer que sim, fazendo o favor? Já disse que não vai me incomodar.
Ele diz rindo.

— E se você tiver no estágio? Não quero atrapalhar...

— Como você é teimosa!

— Sou realista. Te imagino saindo correndo do trabalho, pra vir me ajudar. Aí depois você arruma problemas, por minha culpa.

— Deixa que dos meus problemas eu cuido, pode ser?

— Não! se você quer cuidar dos meus, eu também vou cuidar dos teus.

E então ele ri indignado.

— Vamos logo, se não, vamos ficar até amanhã nesse assunto.

Eu concordo sorrindo.

— Olha, se já tá sorrindo, é um bom sinal.

Eu fico envergonhada, mas o sigo em direção ao carro.
Então ele abre a porta pra mim, e me espera entrar, logo ele se desloca até ao lado do motorista.

— Pra onde vamos?
Falo curiosa.

— Pensei que seria bom pra você, um direcionamento espiritual, algo que te edificasse.
Ele fala inseguro.

Eu sorrio animada e o abraço empolgada, ele retribui o abraço, sem entender nada.
Então eu o solto rapidamente.

— O que foi isso?
Ele diz rindo.

— Um abraço...

— Sim, mas o que eu fiz pra merecer ele?

— Você parece ler a minha mente, era disso que eu precisava, obrigada. Vamos pra igreja?

Ele ri e logo responde a minha pergunta.

— Não, acho que você deveria conversar com um pastor. Eu tinha falado com o pai da Miriam, é um pastor que você já tem confiança,
Mas ele tá com a agenda cheia. Então combinei com o meu pai,que está livre hoje.

— O seu pai?

— É, tem problema?

— Eu nem sabia que o teu pai era pastor...

— Ele é! Por isso, sou amigo de infância da Miriam, nossos pais são amigos.

— Faz sentido! Os dois são pastores...
Eu digo pensativa.

— O meu pai é legal, não se preocupa. Só não tão legal quanto o seu.
O Kaike diz de uma forma descontraída, me fazendo rir.

— Não tô preocupada com isso. Só achei muito legal da tua parte, obrigada.

Ele sorri timidamente e tenta disfarçar ligando o carro. O que me faz rir.

— Quer tomar um sorvete antes de ir?
Ele diz empolgado.

— Ah, pode ser.

Notas:
Em breve mais.

O meu diário secreto para Deus- ROMANCE CRISTÃO Onde histórias criam vida. Descubra agora